Mobly (MBLY3): Grupo austríaco compra acionista controlador e ações chegam a disparar 40%

As ações da Mobly (MBLY3) dispararm no pregão desta quinta-feira (6) e entraram em leilão por diversas vezes. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 40%. A ação repercutiu fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários sobre operação envolvendo seu acionista controlador, a plataforma de e-commerce de casa e decoração home24, com sede na Alemanha.

De acordo com o comunicado, o grupo austríaco XXXLutz, que opera mais de 370 lojas de móveis em 13 países da Europa, vai adquirir 100% das ações  da home24 em uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária. A adquirente vai pagar 7,50 euros por ação da controladora da Mobly, o que representa um prêmio de 124%.

“A nova parceria fortalece a posição de mercado e perspectivas de crescimento para ambas as empresas”, diz o comunicado. “Ao agrupar seus modelos de negócios bem-sucedidos, a posição de mercado da home24 como um pure-play no segmento de casa e decoração e destino de compra online deve ser ainda mais fortalecido e expandido”.

Ainda segundo o texto, a home24 vai permanecer independente e continuará a ser liderada pela atual equipe de gestão. As  marcas principais do Grupo, incluindo home24 e Butlers, serão mantidas. As operações da Mobly não foram diretamente citadas no comunicado.

“Vemos a transação com bons olhos, uma vez que o intuito da aquisição é fornecer suporte financeiro de longo prazo para a estratégia de crescimento da home24”, escreveram os analistas Eleven Financial Research.

Os papéis MBLY3 fecharam em alta de 11,61%, a R$ 3,46.

A home24 possui 51% das ações da Mobly e tem dois dos seis assentos no conselho de administração da companha.

Na visão do Morgan Stanley, não há indicação de que o controle da Mobly ou a composição do seu conselho serão impactados de imediato.

“Pelo estatuto da Mobly, entendemos que uma mudança no controle poderia culminar uma oferta pública de ações por acionistas minoritários, de acordo com as regras do Novo Mercado”, diz a análise do banco. O Morgan, no entanto, diz que não está claro se a transação, do jeito que foi anunciada, dispararia essa cláusula.