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SÃO PAULO – Já se passaram mais de seis meses que a TV Digital começou a funcionar no Brasil, e até agora não há no mercado nenhum conversor que custe menos de R$ 499, conforme havia prometido o ministro das Comunicações, Hélio Costa e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, antes mesmo do novo sinal começar a funcionar.
No entanto, Costa renovou sua promessa durante o evento de lançamento do sinal da TV Globo no Rio de Janeiro. O ministro garantiu que o aparelho que custará R$ 230 chegará às lojas de São Paulo no dia 4 de julho, e, logo depois, começará a ser vendido no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
De acordo com a Proview, empresa que fabricará o aparelho, o valor prometido pelo ministro é o preço que o conversor chegará ao varejista, que deverá incluir um adicional na revenda ao consumidor.
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Preços
Para garantir um preço menor, o Ministério das Comunicações estuda a possibilidade de haver uma venda direta por meio dos Correios; o consumidor pagaria o frete.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Eletro, Eletrônicos e Similares de Manaus, Wilson Périco, mesmo que o ministério consiga colocar em prática essa ação, os brasileiros terão de gastar mais para assistir ao sinal digital, já que, em alguns casos, além do conversor, ainda tem o preço da antena, do cabo e da instalação, o que acaba encarecendo e afastando os consumidores.
O presidente do sindicato ainda criticou o modelo brasileiro e a forma como a TV digital foi apresentada à população. “O produto em si não tem uma qualidade e o marketing foi feito de maneira equivocada. O governo precisa fazer um marketing verdadeiro e mostrar os benefícios reais do sistema, para ter maior comercialização do produto. O consumidor não consegue enxergar vantagem suficiente para comprar”.
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Périco lembrou da época em que o Brasil passou a ter TV em cores. “Quem ia a uma casa que tinha TV colorida se sentia motivado a comprar. Hoje, quem vai à casa de quem tem TV digital não se sente motivado a tê-la”.
Adesão
De acordo com o presidente da teleco, Eduardo Tude, os altos preços reduzem o número de pessoas que aderem à nova tecnologia.
Uma pesquisa realizada pela Condere estima que, dentro de cinco anos, apenas 19% do total de televisores existentes no Brasil – atualmente são 67 milhões – estarão aptos a receber a tecnologia.
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O estudo mostra que o nível de penetração será maior entre o público classe A, com renda acima de R$ 6.200, principalmente por causa dos altos preços desses equipamentos. Estima-se que, ao final de 2008, 31% das pessoas dessa parte da população já tenham aderido à novidade, enquanto na classe B (renda entre R$ 2.100 e R$ 6.200), o percentual esperado é de 7%.
Para as classes C, D e E, a pesquisa mostra que menos de 1% deve estar assistindo à TV de alta definição até o final do próximo ano.
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