8 ações caem mais de 20% e só 5 papéis sobem mais de 5%: as maiores baixas e altas do Ibovespa em outubro

Magalu e Casas Bahia foram as maiores baixas do mês, em um período de baixa das ações de varejistas, enquanto Gol teve forte alta

Lara Rizério

Publicidade

O Ibovespa registrou queda de quase 3% (-2,94%) em outubro, com as ações de varejistas e construtoras liderando as baixas do período.

O movimento ocorreu tanto por fatores externos quanto internos, conforme aponta Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos.

“Em nível global, observamos novas altas nos rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos nos Estados Unidos, o que impôs desafios às bolsas ao redor do mundo. (..) Além disso, a possibilidade de um agravamento de conflitos no Oriente Médio também trouxe instabilidade ao cenário financeiro. (…)
Internamente, surgiram preocupações sobre a viabilidade da meta fiscal do Brasil para o próximo ano, após declarações do presidente Lula. Isso contribuiu para novas quedas nos ativos de risco”, apontou a analista.

Continua depois da publicidade

Porém, fatores internos das companhias também afetaram o desempenho dos ativos. Oito ações do Ibovespa tiveram queda de mais de 20% no mês. Foram elas: Magazine Luiza (MGLU3, -37,26%), Casas Bahia (BHIA3, -28,57%), Petz (PETZ3, -24,58%), EzTec (EZTC3, -23,65%), MRV (MRVE3, -22,68%), Braskem (BRKM5,-21,69%), Hapvida (HAPV3, -21,49%) e Grupo Soma (SOMA3, -20,45%).

Já entre as maiores altas, só 5 ações avançaram mais de 5% no mês, sendo que só duas subiram mais de 10%. Foram elas: Gol (GOLL4, +29,35%), JBS (JBSS3, +10,97%), Ultrapar (UGPA3, +9,07%), CVC CVCB3, +7%) e CSN Mineração (CMIN3, +6,80%).

Confira abaixo os destaques de 5 maiores baixas e altas do Ibovespa em outubro:

Continua depois da publicidade

Maiores baixas

Magazine Luiza (MGLU3) em queda de 37,26%

O destaque entre as varejistas que registraram maiores quedas ficou com o Magazine Luiza (MGLU3), com os recentes cortes da Selic ainda não empolgando os analistas sobre os números da companhia, uma vez que ainda projetam um terceiro trimestre desafiador. Além disso, a visão de que as famílias seguem alavancadas, limitando o consumo, são mais um fator para o desânimo do mercado com os papéis.

No fim da última semana, o Goldman Sachs manteve recomendação neutra para o papel, vendo que a capacidade de buscar oportunidades de ganho de participação de mercado é limitada pela alavancagem financeira. “O Magalu se concentrou na lucratividade em vez de ganhar participação de mercado no 1º semestre de 2023, mesmo com a situação financeira complicada do concorrente Americanas (AMER3), que seria uma oportunidade para fortes ganhos de mercado.”

Continua depois da publicidade

A XP espera um resultado misto para o Magalu no terceiro trimestre, com receita mais fraca e melhora nas margens, mas sem empolgar o mercado.

O Bradesco BBI também ressalta que os principais indicadores chaves de desempenho (KPIs) deverão continuar sendo geração de caixa e margens (BBI estima margem Ebitda de 5,5%).

Na visão do banco, para o e-commerce no geral, os players locais ainda estão pressionados desde a receita bruta até o lucro líquido. “Os tempos continuam difíceis para bens duráveis e, portanto, esperamos que as tendências gerais de vendas do 1S23 persistam no 3T23”, pontuou.

Continua depois da publicidade

Para o Magalu, o banco também espera uma melhora sequencial modesta no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e no prejuízo, mas ainda deve ser a empresa altamente pressionada ao longo dos números do demonstrativo de resultados.

O mês também foi marcado pela fala de Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu, de que a empresa está “apanhando muito na Bolsa” porque “sempre acreditou em loja física”.

A empresa deve divulgar o resultado do terceiro trimestre de 2023 em 13 de novembro, após o fechamento dos mercados.

Continua depois da publicidade

Casas Bahia (BHIA3) cai 28,57% 

Na mesma linha, a visão de uma recuperação ainda demorada e o cenário macro não ajudando muito contribuem para a fraqueza das ações da empresa, que passa por uma reestruturação.

No começo de outubro, mais precisamente dia 3, a companhia teve um certo alívio, uma vez que chegou a um acordo com credores para evitar o adiantamento dos vencimentos de debêntures. Caso a dívida fosse antecipada, a situação de caixa seria bastante agravada.

Contudo, as ações seguiram em queda, negociando abaixo de R$ 1 e levando o conselho de administração a propor um grupamento das ações ordinárias de 25 para 1.

O Goldman Sachs aponta que a empresa, assim como o Magalu, se concentrou na geração de caixa em vez de ganho de participação de mercado, enquanto a estrutura de capital da empresa tem sido foco dos investidores já há algum tempo.

Neste contexto de reestruturação, a empresa lançou uma oferta primária de R$ 620 milhões no contexto de um plano de transformação mais amplo, focado em preparar um crescimento sustentável a partir de 2025.

No entanto, a alavancagem permanece relativamente elevada, com uma relação dívida líquida/Ebitda de 7,4 vezes esperada para o terceiro trimestre. A gestão está focada na otimização de estoque e da localidade de lojas físicas, em vez de ganhar participação de mercado. O banco recomenda venda das ações da Casas Bahia, com preço-alvo de R$ 0,50.

Neste contexto, a visão para a divulgação dos resultados da companhia não é nada positiva. O Bradesco BBI acredita que os resultados estejam entre os mais pressionados, sendo este o primeiro trimestre efetivo sob a nova gestão e com uma grande reestruturação em andamento.

Assim, o banco aponta que estará de olho na rapidez e eficácia com que o plano de transformação se materializou, sendo os KPIs principais o nível de estoque (planejamento de R$ 1 bilhão a ser vendido entre o 3T e o 4T) e o momento de normalização da rentabilidade. O nível de geração/queima de caixa nos próximos trimestres também é fundamental.

Petz (PETZ3) em queda de 24,58%

Cenário macro complicado e a projeção de um resultado pouco empolgante no terceiro trimestre, com números a serem divulgados no dia 9 de novembro, também desanimam os analistas com relação às ações da rede de pet shops Petz.

“Esperamos resultados fracos no terceiro trimestre para a Petz, com desaceleração das receitas e margens pressionadas em meio a um cenário mais competitivo e ajustes estratégicos contínuos de preços e condições comerciais online”, apontam os analistas da XP.

Olhando somente para Petz Standalone (que não considera as outras empresas do Grupo Petz), as vendas brutas deverão crescer 9% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto as margens deverão ser pressionadas em 150 pontos-base face mesmo período do ano anterior, num cenário e mix de canais mais competitivos.

Olhando para os números consolidados, as vendas brutas deverão crescer 6,6% na base anual, com a margem bruta menos pressionada do que a “Petz Standalone” com melhoria dos resultados das empresas adquiridas, levando o Ebitda consolidado a cair 5,6%. A XP vê que o lucro líquido deve chegar a R$ 23 milhões (-24% na base anual), mas ainda um lucro com maiores resultados financeiros.

Também para o BBI, a Petz deve seguir com o seu “momentum negativo” no trimestre, o que impacta as ações também em outubro.

EzTec (EZTC3) desvaloriza 23,65%

Além de ser impactada pelo cenário macro, os dados operacionais registrados pela EzTec que foram divulgados dia 11 de outubro não animaram o mercado.

A construtora reportou vendas brutas de R$ 346 milhões em valor geral de vendas (VGV) no terceiro trimestre deste ano, queda de 26,5% frente ao mesmo período de 2022. A velocidade de vendas (VSO) líquida foi de 9,6% no 3T23, um recuo de 3,7 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2022.

Segundo o BBA, as vendas líquidas ficaram 40% abaixo de suas estimativas devido a uma redução significativa nos lançamentos. Com relação a distratos de vendas, os números chegaram a R$ 65 milhões, quase estáveis ​​no trimestre, mas com aumento de 18% na base anual, “mais uma vez pressionados pelo projeto Parque da Cidade (sete unidades ou R$ 15 milhões)”, explicou.

Apesar da melhora esperada na margem bruta no 3T23 à medida que as obras do Parque da Cidade avançam e os projetos com melhores margens ganham mais participação no reconhecimento de receita (POC) da empresa, analistas do Bradesco BBI não veem o 3T23 como um ponto de virada em termos de melhora do retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), pois a empresa ainda enfrenta um cenário desafiador, a fim de aumentar a sua rentabilidade sobre o seu valor contábil.

A XP espera resultados fracos para a EZTec no 3T23, a serem reportados em 9 de novembro. A receita líquida deve diminuir no trimestre, atingindo R$ 237 milhões (-16% frente o 3T22 e -2% ante o 2T23), devido (i) ao desempenho fraco de vendas líquidas no período); (ii) distratos ainda altos no projeto Parque da Cidade (R$ 15 milhões no 3T23); e (iii) maior presença de projetos com resultados reconhecidos por meio de equivalência patrimonial.

MRV (MRVE3) em baixa de 22,68%

As ações da MRV também sofreram no mês  impactada por outros fatores além do cenário macro, como a apresentação dos dados operacionais do 3T23.

A MRV&Co, que contempla os números das marcas MRV e Sensia, teve lançamentos do 3T23 a R$ 1,8 bilhão (aumento de 3% em base anual e 41% no comparativo trimestral) para MRV Brasil, com ticket médio de R$ 239 mil (crescimento de 19% em base anual e 6% entre trimestres) e 8.726 unidades produzidas (alta de 5% no comparativo anual e 15% trimestre a trimestre).

O Citi destacou, após a prévia, que esperava uma revisão para baixo do consenso de mercado sobre os dados da companhia, já que os números de lançamento no acumulado dos nove primeiros meses do ano foi de R$ 3,736 bilhões, ainda cerca de metade das expectativas do mercado para o ano inteiro.

A MRV registrou um aumento de 5,7% no preço de venda em 3023, embora seja atribuído principalmente a uma mudança no mix de produtos, com a Sensia, de renda média, já respondendo por um terço dos lançamentos.

“Apesar das vendas fortes e dos lançamentos fracos, a MRV ainda está queimando caixa em todas as frentes: R$ 43 milhões na operação Brasil, além de outros R$ 443 milhões via Resia (apenas 8%, no nível da holding)”, apontou o banco. Esse acabou sendo o destaque negativo da prévia.

O consumo de caixa operacional foi de R$ 44 milhões, enquanto, sem o ajuste dos efeitos não caixa de equityswap e despesas de dívida, o consumo de caixa totalizou R$ 129 milhões.

Na Resia, não houve vendas no trimestre e o  consumo de caixa foi de R$ 443 milhões, sendo 92% proveniente de empréstimos para construção e 8% de capital próprio.

Olhando para o terceiro trimestre, a XP espera resultados mistos para a MRV. Do lado positivo, a receita líquida deve aumentar, atingindo R$ 1,93 bilhão (+14% ano a ano e praticamente estável no trimestre), motivada por (i) maiores vendas líquidas da MRV Inc. (+55% na base anual); e (ii) maior produção (+15% no trimestre, em unidades).

Do lado negativo, a margem bruta deve atingir 23,5% (+4,2 p.p. na base anual e +1,5 p.p. na comparação trimestral), mantendo-se abaixo dos níveis históricos, mas melhorando gradualmente em relação aos últimos trimestres, dado (i) fortes aumentos de preços da MRV Inc. (+19% ano a ano no 3T23); e (ii) projetos de menor margem bruta (safras de 2020-2021) sendo menos relevantes no resultado. “Por fim, estimamos um prejuízo líquido de R$ 5 milhões”, aponta.

Confira as 5 maiores baixas do Ibovespa em outubro:

Empresa Ticker  Preço Variação percentual
Magazine Luiza MGLU3 R$ 1,33 -37,26%
Grupo Casas Bahia BHIA3 R$ 0,45 -28,57%
Petz PETZ3 R$ 3,56 -24,58%
EzTec EZTC3 R$ 14,37 -23,65%
MRV MRVE3 R$ 8,25 -22,68%

Maiores altas

Gol (GOLL4) avança 29,35% no mês

Apesar do outubro conturbado para o mercado, as ações da aérea registraram um mês de ganhos, com a visão de recuperação para os números da companhia.

A companhia aérea divulgou seus números preliminares do terceiro trimestre neste mês. A Gol reportou receita de R$ 4,6 bilhões (alta de 16% no ano) e Ebitda de R$ 1,2 bilhão (crescimento de 144% no ano).

Além disso, o sólido desempenho da receita veio junto com uma taxa de ocupação no 3T23 de 83,6% (alta de 2,3 pontos percentuais no ano), impulsionada por uma disciplinada expansão de capacidade de 5% no ano e preços de passagens aéreas 4% mais altos.

Por sua vez, o custo por unidade de capacidade (excluindo combustível) manteve-se sob controle, com aumentando 5% no ano. Se incorporados os custos de combustível, a redução de 30% nos preços do combustível de aviação resultou em uma queda de 24% no custo por unidade de capacidade (CASK). Como resultado, o bom desempenho da receita combinado com menores custos de combustível de aviação explicam o forte crescimento do Ebitda no 3T23.

A Genial apontou que a Gol projeta sua margem operacional deverá aumentar 3 pontos percentuais (p.p.), finalizando o período em cerca 16%, patamares que a casa considera elevados. “Destacamos que, segundo a Gol, sua receita unitária de passageiros deverá aumentar cerca de 7% em relação ao 3T22, o que nos mostra que a companhia ainda vem conseguindo aumentos marginais de tarifa. A alavancagem deve se manter estável versus o 2T23 finalizando o 3T23 em 4,9 vezes”, aponta.

A Gol divulgaria seus resultados do trimestre na quinta (26) antes da abertura do mercado, mas adiou para 6 de novembro, também antes da abertura.

Segundo a companhia, o adiamento ocorre em função da avaliação contábil de transações ocorridas próximo ao fim do trimestre, requerendo prazo adicional para revisão de auditores.

JBS (JBSS3) em alta de 10,97%

A visão de melhores dias para o frigorífico após trimestres desafiadores também guiou a alta das ações da JBS no mês de outubro.

Na semana passada, a Pilgrim’s Pride (PPC), subsidiária da companhia nos EUA, divulgou resultados do terceiro trimestre com números acima do esperado e reforçou as projeções de recuperação para os números da holding no terceiro trimestre de 2023 (3T23).

A JBS reportará seus resultados em 13 de novembro.

De acordo com o Bradesco BBI, o resultado da PPC veio 9% acima do consenso para Ebitda e a margem consolidada de Ebitda veio 1% maior que o esperado pelo mercado. “Os resultados também implicam um ambiente melhor para o mercado de aves dos EUA, já que essa divisão relatou melhoria na lucratividade pelo segundo trimestre consecutivo”, considera. O banco recomenda compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 30.

A companhia segue como principal escolha no setor de Alimentos e Bebidas para o Itaú BBA, destacando que o balanço provavelmente apresentará o suporte “a dinâmicas desafiadoras no nível consolidado”. O nome é considerado como outperform (performance acima da média, equivalente à compra), com preço alvo de R$ 31,00.

A projeção do BBA para a JBS é de que a companhia deva ser o destaque do terceiro trimestre entre as de alimentos no Brasil, que terão recuperação gradual, mas ainda abaixo do normalizado. “A empresa deverá apresentar melhora sequencial nos números reportados, principalmente na PPC e na Seara, com uma oferta global de frango muito mais equalizada. Observamos que a operação de carne bovina dos EUA provavelmente continuará a ser pressionada pelo ciclo de queda do gado local, mas em menor grau do que o inicialmente esperado, graças a algumas microiniciativas”, avalia.

Os investimentos da companhia também estão no radar dos investidores. Na semana passada, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, anunciou nesta sexta-feira que o grupo investirá R$ 15 bilhões apenas no Brasil até 2026. O valor é cinco vezes maior que o anunciado recentemente pela J&F – holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que controla a JBS -, que previa R$ 3 bilhões.

Ultrapar (UGPA3) avança 9,07%

A Ultrapar também esteve entre as maiores altas de outubro do Ibovespa, com a projeção de resultados fortes e visão positiva para os ativos.

No início do mês, o Santander reiterou a preferência pela companhia no setor de distribuição de combustíveis. 

A equipe de research do banco pontua que uma estratégia de holding mais clara e dinâmica (versus a de um conglomerado anteriormente), aliada a um impulso positivo de lucros, sustenta sua preferência relativa pelo papel. A recomendação para a ação segue outperform, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 16,50 para R$ 27.

O Santander espera que a Ultrapar capture o forte impulso de lucros de curto prazo para (i) distribuição de combustíveis, através da Ipiranga, e (ii) distribuição de GLP (gás liquefeito de petróleo), através da Ultragaz, onde acredita que as margens recentes são sustentáveis.

A Ultrapar divulga seus resultados no dia 8 de novembro, após o fechamento de mercado.

O BBI espera que a margem da Ipiranga deva melhorar com os ganhos de estoque, enquanto a Ultragaz deve permanecer forte.

O banco estima que o Ebitda aumente 38% no trimestre, para R$ 1,488 bilhão, com margens significativamente maiores para a Ipiranga (R$ 170/m³, de R$ 80/m³ no 2T23) e resultados estáveis, mas ainda fortes, para Ultragaz e Ultracargo. O banco espera que a Ipiranga se beneficie de ganhos de estoque e de produtos importados menos competitivos. A projeção é de que o lucro líquido da Ultrapar chegue a R$ 464 milhões (de R$ 274 milhões no 2T23).

CVC (CVCB3) avança 7%

As ações da CVC tiveram ganhos modestos no mês, mas ainda assim fecharam outubro com ganhos.

A companhia de turismo divulgará seus resultados do 3T23 no próximo dia 3 de novembro, com expectativa sobre o impacto do pedido de recuperação judicial da “123 milhas” no fim de agosto nos números.

A expectativa é de que a empresa pode conseguir ganhar market share após a derrocada de duas das suas principais concorrentes – a Hurb, pouco tempo antes, também tinha apresentado problemas.  Analistas, no entanto, ainda pregam cautela.

Cabe ressaltar que a companhia de turismo, em junho deste ano, levantou R$ 550 milhões em um follow on que diluiu acionistas e que foi realizado, majoritariamente, para melhorar a sua estrutura de capital. Antes disso, ela estava tendo problema para renegociar suas dívidas e rolá-las.

Ela tem realizado desde 2021 um plano de corte de custos e buscado a integração de empresas que foram compradas durante a pandemia, com readequação de processos e fim de cargos duplicados.

Também em 2021, os executivos traçaram um plano para tentar avançar no digital, onde a CVC tem pouca penetração. A implementação de processos como o CRM (gestão de relacionamento com cliente, na sigla em inglês), por exemplo, foi feita um ano atrás.

CSN Mineração (CMIN3) tem alta de 6,80%

A recuperação recente das cotações do minério de ferro com a visão de estímulos na China também impulsionou as ações da CSN Mineração no mês.

Além disso, também há a visão é de que a companhia será um dos destaques da temporada de resultados do terceiro trimestre entre as mineradoras e siderúrgicas. Ela divulgará seus resultados no próximo dia 13 de novembro.

A XP espera que a CSN Mineração apresente melhores resultados no 3T23, com Ebitda de R$ 1,7 bilhão, alta de 57% na base trimestral. “Nós prevemos um desempenho sazonalmente melhor dos volumes no 3T23, com vendas estimadas em crescimento de 2% versus o 2T23 e avanço de 27% ante o 3T22, e melhor desempenho de preços (+US$ 6 a tonelada na comparação trimestral)”, avaliam os analistas da casa.

Nesse sentido, prevê preços realizados de US$ 72 a tonelada, alta de 9% na comparação trimestral, impactando positivamente o desempenho da receita líquida (receita líquida aumentou 12% ante o 2T23). Além disso, projeta que o Custo dos Produtos Vendidos caixa caia 10% em relação ao trimestre anterior, dado o maior impacto da produção na diluição dos custos fixos.

Confira as 5 maiores altas do Ibovespa em outubro:

Empresa Ticker  Preço Variação percentual
Gol GOLL4 R$ 8,55 +29,35%
JBS JBSS3 R$ 20,03 +10,97%
Ultrapar UGPA3 R$ 20,45 +9,07%
CVC CVCB3 R$ 2,75 +7%
CSN Mineração CMIN3 R$ 5,18 +6,80%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.