Mesmo com possibilidade de intervenção do governo, dólar recua para R$ 1,716

SÃO PAULO – Após ter subido 1,1% na véspera, repercutindo as sinalizações do governo de que novas medidas para conter a apreciação do real poderiam ser anunciadas, o dólar comercial voltou a cair nesta quinta-feira (16), apesar do mau humor instaurado nos mercados. Com desvalorização de 0,64%, a moeda fechou cotada na venda a R$ 1,716.

Na última quarta-feira (15), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o governo atuará no mercado para conter a apreciação da moeda brasileira caso seja necessário. Ainda na sessão anterior, o ministro disse que o governo deverá usar o Fundo Soberano para comprar dólares no mercado que entrem no País em decorrência da capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4). A declaração, no entanto, não teve muita força nos mercados e a divisa norte-americana voltou a se desvalorizar.

Ainda no front doméstico, destaque para o Banco Central, que manteve ativa sua jornada dupla de compra de dólares no mercado cambial à vista. Após ter intervido por volta das 12h10 (horário de Brasília), a autoridade monetária comprou mais divisas entre as 15h42 e as 15h52, com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7188.

Instabilidade nos mercados
Se na sessão anterior os dados acerca do setor industrial dos Estados Unidos vieram melhores do que o esperado, o que foi visto nesta quinta-feira desagradou os investidores. O nível de atividade industrial na região da Filadélfia marcou 0,7 ponto negativo, enquanto a projeção dos analistas era de 2 pontos positivos.

Contudo, o menor número de novos pedidos de auxílio-desemprego no país durante a última semana amenizou o pessimismo no mercado local, com os principais índices acionários de Wall Street operando próximos da estabilidade no final dos negócios. Já por aqui, o Ibovespa manteve-se em trajetória declinante, caminhando para fechar com perdas próximas de 0,7%.

Dólar a R$ 1,716
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,7140 na compra e R$ 1,7160 na venda, baixa de 0,64% em relação ao fechamento anterior. Com esta queda, o dólar acumula desvalorização de 2,33% em setembro, frente à alta de 0,06% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 1,45%.

Dólar futuro na BM&F também fechou em queda
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em outubro  encerrou o dia cotado a R$ 1.718, baixa em relação ao fechamento de R$ 1.730 da última quarta-feira. O contrato com vencimento em novembro, por sua vez, recuou para  R$ 1.729 frente à R$ 1.739 do fechamento de ontem.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,7185000.

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 2,10 para novembro de 2010, 0,10 ponto percentual acima do que foi registrado na sessão anterior.