Mercado deve reagir positivamente em caso de impeachment de Dilma, diz Barclays

Apesar da projeção, o banco trabalha com um cenário-base onde a presidente Dilma chegará ao fim de seu mandato

Rodrigo Tolotti

(Lula Marques/ Agência PT)
(Lula Marques/ Agência PT)

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SÃO PAULO – O pessimismo continua – na verdade as projeções seguem piorando -, e a tensão sobre o governo Dilma Rousseff (PT) está longe de chegar ao fim. Apesar deste cenário, os analistas do Barclays acreditam que a petista irá terminar seu mandato, mesmo que sob grande pressão durante os próximos anos.

Os analistas Bruno Rovai e Alejandro Grisanti afirmam que, apesar da chance ter aumentado desde o primeiro trimestre, eles ainda trabalham com um cenário onde Dilma termina seu mandato de presidente. Segundo eles, Dilma tem de lutar para recuperar a capacidade de governar, mesmo que seu índice de aprovação de um dígito ea nuvem de escândalo em curso permanece. 

No relatório, eles destacam que um processo de impeachment seria muito longo e que as investigações da Lava Jato podem tanto pressionar mais o governo como trazer um pouco de alívio caso sejam apresentadas evidências contra membros do Congresso. “Mas, mesmo no caso de um impeachment, novas eleições presidenciais não devem ocorrer antes de 2018″, avaliam os analistas.

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Para a dupla do Barclays, os atuais níveis de preços dos ativos já refletem um cenário em que Dilma termina o mandato, mas sob pressão durante todo o tempo. Segundo o relatório, se o impeachment não acontecer, o efeito será neutro no curto prazo, já que seria necessário avaliar por que impeachment não ocorreu para se determinar as possibilidades de mudanças na relação entre o Congresso e o Executivo.

“A reação do mercado seria provavelmente positiva no caso de um impeachment ser aprovado na Câmara […] Se Dilma sair, provavelmente haverá uma correção nos preços dos ativos no curto prazo, com aumento das probabilidades de governabilidade ser retomada caso o vice-presidente assuma”, diz o documento. 

Porém, fica o alerta dos analistas: “o rali, no entanto, provavelmente seria de curta duração, já que não há nenhuma garantia de que o vice-presidente terá maior apoio do Congresso”. Por fim, caso o impeachment seja votado e rejeitado, o efeito deve ser bastante negativo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o que poderia levar à sua queda.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.