Méliuz chega a disparar mais de 7% em meio a anúncio de parceria para cartão de crédito e com alívio na curva de juros

Notícia animou os investidores com a companhia em dia que já era de noticiário macroeconômico favorável

Ricardo Bomfim

Méliuz (Reprodução: Instagram)

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SÃO PAULO – As ações do Méliuz (CASH3) sobem mais de 5% nesta sexta-feira (8) depois da fintech que faz operações de cashback anunciar ontem uma parceria com a Captalys Companhia de Crédito para desenvolver o novo cartão de crédito Méliuz, que deve ser lançado em 2022.

Às 13h52 (horário de Brasília) as ações do Méliuz subiam 5,15% a R$ 5,72; na máxima do dia, os papéis subiram 7,90%, a R$ 5,87.

As informações são de que o Méliuz proverá informações sobre seus clientes enquanto a Captalys entrará com a infraestrutura, a captação de recursos e a experiência no mercado de crédito. A estrutura da operação será realizada por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que terá tanto o Méliuz quanto a Captalys como acionistas.

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Com isso, a empresa deixa para trás sua parceria com o Banco Pan (BPAN4), instituição com a qual desenvolvia um cartão de crédito sem anuidade e que dava até 0,8% de cashback nas compras. Recentemente, o Méliuz informou que houve uma queda no número de pedidos de novos cartões Meliuz Pan, saindo de 1,5 milhão no terceiro trimestre deste ano para 1 milhão no terceiro trimestre de 2021.

Vale lembrar que essa não é, contudo, a única notícia que impulsiona os papéis da companhia nesta sessão. O alívio dos investidores com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que avançou a 1,16% em setembro, número abaixo dos 1,25% esperados, também é positivo para a empresa.

Isso porque levou a uma queda na curva de juros. Os contratos de DI futuro recuam hoje, reduzindo as taxas de desconto do Meliuz no longo prazo (o setor de tecnologia em geral é muito exposto à taxa de juros). O DI para janeiro de 2023 recua 16 pontos-base a 9,04%, o DI para janeiro de 2025 tem baixa de 16 pontos-base a 10,04% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa também de 16 pontos-base, a 10,45%.

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Outro fator macroeconômico do dia que favorece a ação é o resultado fraco do Relatório de Emprego dos Estados Unidos. A maior economia do mundo criou 194 mil empregos setembro, número bem inferior aos 500 mil projetados pelos economistas segundo dados da Refinitiv.

Méliuz: o que explica a volatilidade das ações e o que esperar para as ações? 

Se a economia americana não vai tão bem os dirigentes do Federal Reserve, o banco central dos EUA, podem se sentir menos confortáveis para retirar estímulos e elevar os juros no longo prazo. Atualmente, a taxa de juros no país está em uma banda entre 0% e 0,25% ao ano. Com as taxas nesse patamar ultraestimulativo por mais tempo, o diferencial de juros com o Brasil, que está em um vigoroso processo de aperto monetário, aumenta, o que favorece os investimentos em ativos brasileiros.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.