Marisa (AMAR3): prejuízo líquido avança 92,4% no terceiro trimestre, para R$ 196,4 milhões

Segundo a varejista, resultado líquido foi impactado principalmente pela redução de receitas com vendas de mercadorias devido ao menor nível de estoques

Equipe InfoMoney

Marisa Lojas (Foto: Divulgação)
Marisa Lojas (Foto: Divulgação)

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A Marisa Lojas (AMAR3) reportou prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), montante 92,4% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022, informou a varejista na última terça-feira (14).

Já o prejuízo líquido consolidado recorrente no 3T23 foi de R$ 171,6 milhões, um avanço de 69,9% contra um prejuízo de R$ 101,0 milhões no 3T22.

“Nosso resultado líquido foi impactado principalmente pela redução de receitas com vendas de mercadorias devido ao menor nível de estoques”, apontou a varejista.

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Segundo a companhia, em linha com a necessidade de privilegiar caixa e se manter em rota de ajuste da sua operação, o resultado anormal das vendas não foi surpresa e sim consequência direta da recomposição mínima de estoque, privilegiando o sortimento e produtos básicos e menos arriscados em termos de carga modal e com melhor performance de giro.

“Com a recomposição do capital de giro e o reestabelecimento da oferta à nossa cliente, as atividades comerciais no 4T23 já se normalizaram e as perspectivas para o ano de 2024 estão em linha com o guidance”, apontou.

A receita líquida “pró-forma” da companhia somou R$ 258,8 milhões entre julho e setembro deste ano, uma queda de 48,6%. Os dados “pró-forma” assumem que o plano de otimização operacional foi implementado desde janeiro de 2023 e expurgam as os ajustes extraordinários de R$ 15,7 milhões e R$ 135,9 milhões para o 3T23 e 9M23, respectivamente, referentes a despesas operacionais relativas ao encerramento de 89 lojas como parte do plano de reestruturação e despesas com consultorias.

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Já a receita líquida caiu 50,1% na mesma base de comparação, indo de R$ 634,785 milhões no 3T22 para os R$ 316,449 milhões no mesmo intervalo deste ano.

No 3T23, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) pró-forma foi negativo em R$ 122,6 milhões, uma piora de 215,3% frente os R$ 38,9 milhões negativos de igual período de 2022. O Ebitda ajustado pró-forma recorrente ficou em 116,6 milhões negativos entre julho e setembro deste ano, aumento de 207,9% no valor negativo de R$ 37,9 milhões do 3T22.

Já o Ebitda ajustado da operação de varejo foi negativo em R$ 93,4 milhões, aumento de 212,4% do resultado negativo de R$ 29,9 milhões do ano anterior.

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Segundo a varejista, o número foi impactado principalmente pela redução da receita bruta do varejo (com encerramento de lojas e reflexo do nível de estoque reduzido), apesar da redução de 20,2%, para R$ 211,48 milhões, nas despesas operacionais ano contra ano que compensou parcialmente a queda na receita.

“Vale lembrar que grande parte de nossas despesas operacionais são fixas, pesando mais em um momento de vendas menores”, apontou a empresa.

A companhia aponta que teve uma redução em despesas relevante ano contra ano, porém a situação pontual de abastecimento não possibilitou a diluição destas despesas predominantemente fixas. “Entendemos que, com a normalização de abastecimento e a nova estrutura de despesas mais enxuta e eficiente, deverá ajudar a impulsionar nosso resultado líquido”, afirma.

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No 3T23, a receita bruta no varejo foi de R$ 350,5 milhões, 48,3% abaixo do 3T22, impactada pelo fechamento de 89 lojas ao longo de 2023 e 10 lojas em dezembro de 2022, além do nível de estoque inferior ao mesmo período de 2022, impactado pelo desafio de reabastecimento refletindo diretamente no nível de vendas mesmas lojas no 3T23.

A receita bruta de lojas físicas atingiu R$ 327,6 milhões, 48,7% abaixo do 3T22, impactado pelo encerramento de lojas no último ano e redução nas vendas mesmas lojas físicas de 36,2%.

“Vale ressaltar que o processo de reabastecimento de lojas ao longo do 3T23 ocorreu conforme o esperado com as relações comerciais voltando ao normal e já podemos visualizar os estoques voltando ao nível que suporte às vendas no patamar adequado para a nossa nova operação do varejo”, afirmou a varejista.

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Já o faturamento com vendas no canal digital (website, App e marketplace) foi de R$ 22,8 milhões, 54,9% abaixo do 3T22 devido à continuidade da estratégia de rentabilização dessa operação iniciada no 1T23, afirmou a companhia.

“Em linha com 2T23, encerramos o 3T23 com a participação do digital no faturamento de varejo no patamar de 6,5%, mantendo a mesma participação no acumulado dos primeiros nove meses”, apontou a empresa.

O lucro bruto no varejo totalizou R$ 126,3 milhões, 49,4% abaixo ano contra ano, em linha com a redução de receita bruta.

Já a margem bruta atingiu 48,8%, 0,8 ponto percentual (p.p.) abaixo do 3T22, porém 1,2 p.p. melhor que o 2T23.

“Apesar da menor margem ano contra ano, nossa margem bruta no 3T23 foi beneficiada pelo menor volume de sobras do estoque pesado (produtos de inverno). Conseguimos equilibrar as remarcações de produtos mais leves (que requerem um nível de remarcação menor para girar), de forma a preservar nossa margem bruta ao mesmo tempo que impulsionamos o giro de estoques mais antigos para darmos início na recomposição de estoques para o 4T23”, afirmou a varejista.

Além da priorização do giro, a companhia também destacou privilegiar descontos para o meio de pagamento à vista. “Apesar do impacto que o desconto à vista gerou na margem bruta do trimestre, acreditamos que foi uma estratégia assertiva, dado o impacto positivo em nossas despesas de financiamento de clientes e melhoria do ciclo operacional”, afirma.

A dívida líquida aumentou em R$ 68 milhões entre junho de 2023 e setembro de 2023, para R$ 448,5 milhões, 18% maior ao longo do terceiro trimestre de 2023, impulsionada pela redução da posição de caixa.

Durante o 3T23, a varejista destaca que teve uma redução no saldo de dívida bruta consolidada (em 14%, para R$ 671,3 milhões), devido a amortização de dívida tanto na Marisa Lojas quanto no Mbank.

“Conforme anunciado em outubro de 2023, como evento subsequente, a Marisa Lojas contratou um empréstimo de R$ 65 milhões com prazo de três anos junto ao Banco BTG Pactual S.A. No primeiro momento, apesar de não impactar o endividamento líquido, a entrada do novo recurso financeiro que marca o retorno da Marisa Lojas ao mercado de crédito, contribuiu para a melhoria o perfil de dívida com vencimentos de longo prazo”, apontou.

Visões para os próximos períodos

“Entramos no 4º trimestre de 2023 conforme esperado, com uma estrutura de capital mais adequada e com reforço de capital de giro, o que garante também normalização das atividades comerciais. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas temos certeza de que a Marisa já é uma empresa mais saudável, eficiente e com uma cultura cada vez mais voltada a resultados sustentáveis. Isso nos deixa confiantes que nossas projeções de 2024 , já divulgadas ao mercado, serão materializada”, apontou a companhia.

A Marisa projeta para o ano que vem receita bruta entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,5 bilhões; margem bruta entre 50% e 52%; Ebitda (Ex IFRS-16) entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões; Perfil de Dívida de 10% curto prazo e 90% longo prazo e Dívida Líquida/Ebitda entre 0,9 vez e 1,2 vez.

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