Marcopolo, Randon e WEG serão beneficiadas por medidas do governo, diz Citi

De acordo com analista, programa de investimento com injeção de R$ 45 bilhões para BNDES é medida-chave para setor industrial

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As medidas para estimular a produção nacional, anunciadas pelo governo na última terça-feira (3), devem beneficiar principalmente companhias como a Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4) e WEG (WEGE3), de acordo com a Citi Corretora. O pacote envolve o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) – com taxas mais baixas e prazos de financiamento mais longos -, redução de impostos como o IPI (Impostos sobre Produção Industrial) e incentivos de longo prazo para o setor industrial. 

Seguida pelas três companhias, estão a Romi (ROMI3) e Iochpe-Maxion (MYPK3). De acordo com o analista Luis Vallarino, o elemento-chave é a extensão do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), com a injeção de R$ 45 bilhões para o banco de fomento nacional. 

Menores custos de financiamento
Apesar de todas as medidas serem positivas para a atividade industrial na margem, o analista vê com otimismo a extensão do programa, já que provê menores custos de financiamento aos clientes e permite também também o empréstimo de direito “mais barato” para projetos maiores. “Nesse sentido, a percepção de mercado para o setor industrial deve melhorar, apesar de já ter havido uma precificação parcial devido ao forte movimento de alta observado nas últimas semanas”, afirma. 

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Desse modo, Vallarino revisou a correlação entre as receitas e o Ebitda (geração operacional de caixa) contra a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), cobrada pelo BNDES para os financiamentos e usada como aproximação para observar o real custo de financiamento da economia. 

Desoneração gerará maior caixa
A desoneração de 20% da alíquota do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que reduzirá em R$ 7,2 bilhões a arrecadação, deverá gerar dinheiro extra para as companhias industriais. Segundo Vallarino, o benefício será de R$ 50 milhões para as empresas de porte médio e de R$ 100 milhões para as grandes empresas.

Já a eliminação do IPI, segundo o analista, será apenas marginalmente positivo, já que muitas firmas já operam com baixa e até mesmo nula taxa de produção. Entretanto, Vallarino afirma que a Marcopolo será beneficiada com essa desoneração, já que os custos de financiamento menores poderão aumentar as vendas de ônibus após o Euro V – norma que tem como objetivo diminuir de maneira significativa as emissões dos poluentes dos veículos a diesel.

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Iochpe e Marcopolo são top picks
Em meio a esses anúncios de novas medidas de estímulo, a Citi Corretora reitera a preferência por Iochpe-Maxion e pela Marcopolo. De acordo com Vallarino, a Iochpe continua seu processo de integração em meio às recentes aquisições, enquanto a Marcopolo pode se beneficiar de diversas maneiras pelo pacote do governo. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.