Mantega: medidas contra valorização cambial são permanentes

Ministro da Fazenda aproveitou, também, para criticar novamente depreciação artificial promovida por outros países

Renato Rostás

Publicidade

SÃO PAULO – Ao anunciar um novo pacote de estímulos à produção nacional, o ministro da Fazenda Guido Mantega também garantiu nesta terça-feira (3), em Brasília, que as medidas do Governo contra a apreciação do real frente ao dólar têm caráter permanente.

“O câmbio se tornou atualmente um dos principais componentes, ou instrumentos, de competição entre os países”, disse, citando mais uma vez o “tsunami monetário” vindo de injeções de liquidez na economia global por parte dos europeus e dos norte-americanos. “Temos tomado medidas frequentes, e continuaremos”, cravou.

Críticas
O ministro da Fazenda voltou a criticar as ações de países para desvalorizarem artificialmente suas moedas. Segundo ele, antigamente essa prática era mais adotada por nações asiáticas, mas atualmente o mundo desenvolvido começou a realizar mais fortemente essas operações.

Continua depois da publicidade

“Vários países desvalorizam suas moedas para as mercadorias ficarem mais baratas”, afirmou. Mantega classificou esses movimentos como “protecionismo disfarçado” por parte dos países, e garantiu que as medidas de estímulo e proteção aos produtos nacionais, bem como de contenção da taxa cambial, não configuram protecionismo.

Medidas
Entre as ações já tomadas pelo Governo em relação ao câmbio, a principal é o aumento de alíquota do IOF (Impostos sobre Operações Financeiras). A taxa de 6% sobre captações externas foi estendida para operações com vencimento de até cinco anos para limitar a entrada de capital estrangeiro no País.

Além de o IOF também incidir sobre outras modalidades de investimento vindos do exterior, também há os leilões de swap cambial, swap reverso, ou no mercado à vista. A ideia é sempre retirar dólares do mercado para evitar que sua abundância desvalorize artificialmente a divisa.

Continua depois da publicidade

Por fim, o movimento de cortes na Selic promovido pelo Banco Central também afasta o fluxo de capital externo. Como parte desse dinheiro entra no Brasil visando a remuneração de títulos públicos fixados pela taxa de juro ou semelhantes, como o CDI (certificados de depósitos interbancários), diminuir essa rentabilidade mitiga a presença desse tipo de investimento.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.