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As ações das empresas do setor doméstico e de consumo registram fortes altas na sessão desta segunda-feira (13) na B3, na esteira do efeito secundário do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) para a política monetária americana, reverberando no Brasil e, consequentemente, nas expectativas para a Selic por aqui.
As ações da Via (VIIA3) dispararam 11,04%, a R$ 2,04, as do Magazine Luiza (MGLU3) subiram 9,41%, a R$ 3,72. Já Locaweb (LWSA3) avançou 5,88%, a R$ 6,11, Alpargatas (ALPA4) fechou com ganhos mais modestos, de 2,39%, a R$ 9,86, enquanto Petz (PETZ3) subiu 6,54%, a R$ 6,35.
O movimento ocorre uma vez que o colapso do SVB levou os investidores a reduzir drasticamente as expectativas de um grande aumento da taxa de juros do Federal Reserve na próxima semana e a buscar a segurança da dívida do governo, o que também reverbera no mercado de juros por aqui. O rendimento da nota de dois anos, que reflete as expectativas de movimentação da taxa de juros, estava a caminho da maior queda diária desde setembro de 2008, durante a crise financeira global.
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Os futuros da taxa de juros do Fed nesta segunda-feira precificavam uma chance de 60% de um aumento de 25 pontos-base na reunião de política monetária do banco central da próxima semana. O mercado na semana passada estava preparado para um aumento de 50 pontos-base antes do colapso do SVB.
À luz da crise, o Goldman Sachs previu que o Fed não elevará os juros em sua reunião da próxima semana, ajudando a impulsionar uma alta maciça na dívida do governo de curto prazo nesta segunda-feira.
Porém, parte dos mercados acredita que é cedo demais para garantir um posicionamento mais brando do Fed, e estão à espera de dados do índice de preços ao consumidor dos EUA com divulgação prevista para terça-feira.
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“Nossa avaliação é de que este evento (SVB) não deverá afetar a decisão do Federal Reserve e, caso o índice de preços ao consumidor venha relativamente forte, a probabilidade de (aperto de) 0,5 ponto percentual deverá voltar a ser dominante”, disse a Genial Investimentos em nota a clientes.
Enquanto isso, alguns agentes argumentam que, mesmo que o Fed deixe de subir juros em março, isso não seria, necessariamente, uma notícia boa para moedas de países emergentes.
“Se o Fed se abstiver de aumentar os juros no próximo Fomc, isso poderia significar que as implicações do risco de liquidez da história do SVB são mais severas, dentro de um contexto de inflação ainda muito alta… Este cenário não sugere uma fraqueza estrutural do dólar”, disse o Citi em relatório.
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Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, apontou no Radar InfoMoney desta segunda-feira que o mercado já começa a precificar altas menores de juros no curto prazo e corte de juros pelo Fed lá na frente e, neste sentido, “a reunião da semana que vem vai ser importantíssima”.
Ferreira aponta que, se houvesse uma alta mais forte dos juros pelo Fed nos EUA, diminuiria o diferencial entre os juros locais (a 13,75% a Selic) e os americanos, causando mais pressão por aqui para seguir com os juros altos.
“Se o Fed de fato parar de subir juros e passar a olhar para cortes, isso pode ajudar o Banco Central aqui a embarcar num cenário de corte de juros. Até semana passada o mercado já precificava isso, que o Copom ia começar a cortar os juros no segundo semestre em mais de 100 pontos-base. Olhando hoje, o mercado já está precificando 200 pontos-base de corte na Selic até o fim do ano”, ressalta Ferreira.
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Isso acaba impactando positivamente empresas de varejo e de crescimento, que são muito sensíveis a variações de taxas de juros. Companhias de crescimento mantêm seus fluxos de caixa em períodos muito longos. Empresas de varejo estão associadas ao ciclo de crédito e à atividade econômica local.
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