SÃO PAULO – A expectativa já era de resultados do terceiro trimestre fortes mas, mais uma vez, a varejista Magazine Luiza (MGLU3) conseguiu superá-la, fazendo com que as ações fechassem com ganhos de 6,97%, a R$ 44,02, na sessão desta quarta-feira (30), após atingir ganhos de 8% na máxima do dia, a R$ 44,44. Os papéis também são um dos destaques de alta no mês de outubro, com ganhos de 18,84%.
A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 136,3 milhões no terceiro trimestre, superando a melhor das projeções compiladas pela Bloomberg, que era de R$ 127 milhões. O resultado representa uma alta de 12,7% sobre o mesmo período de 2018. O valor ajustado considera a diluição das despesas financeiras e pagamento de juros sobre capital próprio.
Entre os grandes destaques do resultado, o Magalu apontou para o forte crescimento das vendas do e-commerce, que subiram 96% no terceiro trimestre, comparado ao crescimento do mercado de 24,7% e representaram 48,3% das vendas totais, números considerados “exponenciais” pelos analistas de mercado e pela direção da companhia.
No e-commerce tradicional (1P ou venda direta), as vendas evoluíram 66,3%, enquanto o marketplace (3P – venda de produtos a terceiros) contribuiu com vendas adicionais de R$ 853,7 milhões, crescendo 300% e representando 26% do e-commerce total.
“Estamos traçando o caminho previsto na estratégia: um crescimento exponencial e acima da expectativa, impulsionado pelo ganho de participação, pelo marketplace e pela incorporação das vendas da Netshoes no nosso resultado”, destacou Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, no relatório de resultados.
O balanço mostra que o Magazine Luiza possui as melhores operações equilibradas de comércio eletrônico entre os varejistas brasileiros, com execução assertiva, mentalidade inovadora e geração robusta de fluxo de caixa, escreveram os analistas da Brasil Plural Felipe Reboredo e Eduardo Nishio em relatório. “O destaque do trimestre foi sem dúvida o segmento de comércio eletrônico”, complementam.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado fechou o período entre julho e setembro em R$ 300,7 milhões, um avanço de 7,0% sobre o mesmo período de 2018, quando ficou em R$ 121,0 milhões. Segundo a empresa, ajudou na melhor do resultado o elevado crescimento das vendas e justamente o resultado positivo do e-commerce.
A receita líquida, por sua vez, teve alta de 32,5% em um ano, atingindo R$ 4,864 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Enquanto isso, as vendas totais do Magalu, incluindo o marketplace, avançaram 46,9% no mesmo período, para R$ 6,817 bilhões.
O Bradesco BBI destacou, em relatório de Richard Cathcart, o resultado do volume bruto de mercadorias (GMV) on-line do terceiro trimestre, 4% acima das expectativas da instituição, com a Netshoes contribuindo fortemente para os números. O analista ressalta a alta de 54% do GMV, mas também a expansão de 44% de clientes ativos e dos usuários ativos mensais do aplicativo Magalu, mais do que dobrando para 14 milhões.
O Credit Suisse também apontou que o Magalu entregou mais um trimestre acima das expectativas do mercado. “O crescimento está vindo e tudo indica que esse movimento deve continuar bastante forte no futuro próximo”, destacou a instituição, acrescentando que o quarto trimestre marcará o primeiro período em que as vendas online devem passar o GMV das lojas físicas.
“A empresa está avançando rapidamente no aumento de categorias e sellers no market place da Magalu. Outras fontes de crescimento devem vir do “Magalu as a Service,” maior penetração de lojas físicas e uma solução de pagamentos ainda mais robusta”, escreveram os analistas do Credit Suisse. Com o “Magalu as a Service”, a varejista busca aumentar a relação com os lojistas para além de só ofertar os produtos parceiros em seu site, oferecendo serviços digitais e logísticos.
A XP Investimentos também aponta a força da plataforma multicanal da empresa, que está bem posicionada para continuar entregando crescimento acelerado.
Mais altas no radar?
Se a expectativa é praticamente unânime sobre o crescimento acelerado, muitos analistas questionam se a ação da companhia não subiu demais. Apenas neste ano, os ativos saltaram 95%, ante alta de 24% do Ibovespa no mesmo período.
O Credit Suisse e a XP Investimentos possuem recomendação neutra para os ativos: “nós vemos um potencial de valorização das ações relativamente limitado nos níveis atuais, com o papel negociando a um múltiplo de 1,8 vez em relação às vendas totais em comparação com 1,1 vez para a B2W”, aponta a XP.
Por outro lado, o Bradesco BBI ressaltou que os investimentos no curto prazo provavelmente pagarão dividendos no futuro, o que reforça a recomendação de “outperform”, com um novo preço-alvo para 2020 de R$ 45, ante R$ 43 de antes.
A maioria dos analistas está otimista com os papéis MGLU3, segundo compilação feita pela Bloomberg: 8 possuem recomendação de compra e 4 recomendam manutenção. Assim, mesmo com a forte alta dos ativos, a expectativa geral é de que a valorização continue – assim como o forte crescimento das operações da varejista.
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