Magalu (MGLU3) e Via (VIIA3) preservam lucratividade com novos modelos de comissões, mas podem comprometer crescimento

Avaliação é do Citi, que destaca que novas medidas podem conter avanço do marketplace e abrir maior espaço para condições melhores de concorrentes

Equipe InfoMoney

(blackred/ Getty Images)
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Recentemente, Magazine Luiza MGLU3) e Via (VIIA3) anunciaram mudanças em seus modelos de comissão, que foram destacadas por analistas de mercado.

Após elevar suas taxas de comissão no marketplace (comercialização de produtos de terceiros), a Via deixará de antecipar pagamentos para uma parte dos vendedores. As mudanças no fluxo de pagamentos dos lojistas do 3P (marketplace) devem começar a valer a partir do dia 8 deste mês. Já em relação aos sellers que fazem uso do fullfilment (armazenagem dos estoques dos vendedores cadastrados em seu marketplace), o repasse de pagamentos deverá ocorrer em um prazo menor.

O Magazine Luiza, por sua vez, está alterando a taxa de comissão dos vendedores de seu marketplace no modelo de antecipação dos valores da venda feita a partir do dia 15. A taxa passa de 16% para 18% para um grupo de categorias, como eletrônicos e beleza, por exemplo (moda e acessórios está fora dessa lista). A elevação tende a aumentar a receita com serviços, caso não afete o volume de operações dos lojistas feitas na plataforma.

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Na avaliação dos analistas do Citi, as medidas são consistentes com a estratégia recente das empresas de preservar a lucratividade e seu balanço por meio de uma abordagem mais racional para o “marketplace” (3P), ou a plataforma de venda de produtos de terceiros. São elas que têm mostrado maior crescimento nos últimos balanços, mas apresentam menor lucratividade.

Embora não haja expectativa de uma mudança significativa nas margens consolidadas gerais, as medidas podem contribuir para uma melhora gradual da lucratividade no médio prazo.

Por outro lado, ponderam olhando para o longo prazo. Para eles, essas medidas podem conter o crescimento de marketplace, pois outras empresas podem aproveitar esta oportunidade para oferecer condições mais competitivas para os vendedores. Ambas as empresas destacaram o ambiente macroeconômico volátil e a alta das taxas de juros como motivos para adoção dessas medidas.

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Com relação à Via, o Citi observa que a varejista continua oferecendo pagamentos antecipados por meio de seu parceiro GetNet.

Já a Levante Ideias de Investimentos destaca que a Via elevou as taxas de comissionamento do seu marketplace no final do ano passado. Agora, com o aumento das taxas de juros que levam ao aumento do custo de capital, as varejistas do setor de e-commerce têm buscado melhorar a gestão de seus fluxos de caixa. Com a mudança no fluxo de pagamentos dos sellers do seu marketplace, a Via busca reduzir a saída de caixa para essas operações.

“Tais ajustes, bem como as recentes mudanças no fluxo de pagamento aos lojistas do 3P, devem contribuir de forma positiva para uma redução da necessidade de capital de giro, resultando em uma melhora na geração de caixa operacional da empresa”, apontam os analistas da Levante.

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O Citi possui recomendação neutra tanto para Via quanto para o Magalu, com preços-alvo respectivos de R$ 2,80 (upside de 53% frente o fechamento de segunda-feira) e R$ 6,30 (upside de 196%).

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