Magalu (MGLU3) desaba 8,5% e mais varejistas caem forte em nova sessão de aversão ao risco no mercado

No cenário macro, a nova rodada de aceleração a máximas dos rendimentos dos Treasuries leva os mercados a retomarem a queda da véspera

Equipe InfoMoney

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As ações do setor de varejo e consumo foram novamente destaque de queda do Ibovespa em uma sessão de forte aversão ao risco do mercado.

As ações do Magalu (MGLU3) fecharam em forte queda de 8,46% (R$ 1,83), sendo seguidas por Casas Bahia (BHIA3), em baixa de 7,94%, a R$ 0,58.

Os papéis BHIA3 chegaram a ter a negociação suspensa por causa da divulgação de fato relevante. No documento, a companhia disse que detentores de certificados de recebíveis de imobiliários (CRIs) da securitizadora Opea decidiram não cobrar antecipadamente o pagamento dos títulos pela empresa, mediante oferta de remuneração adicional pelo grupo.

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Petz (PETZ3, R$ 4,30, -6,52%), Assaí (ASAI3, R$ 11,49, -4,25%) registraram forte queda, assim como construtoras, caso de MRV (MRVE3, R$ 9,44, -5,32%) e Cyrela (CYRE3, R$ 19,15, -3,96%).

No cenário macro, a nova rodada de aceleração a máximas dos rendimentos dos Treasuries levou os mercados a retomarem a queda da véspera.

O mercado mostra receio em relação aos caminhos que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) tomará em relação à política monetária.

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A expectativa é que o Fed mantenha o juro básico em níveis elevados por mais tempo do que o imaginado, na tentativa de conter a inflação e enquanto alguns indicadores sugerem uma economia aquecida.

No Brasil, também há incertezas quanto aos próximos passos do Banco Central (BC). Depois da redução das apostas de aceleração de queda da Selic, agora há debates acerca de uma eventual diminuição na velocidade da baixa, de 0,50 ponto para 0,25 ponto porcentual. Ontem, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reforçou que uma retração de meio ponto é um “ritmo apropriado.”

Cabe ressaltar que, em um cenário de menor queda de juros em relação ao que estava precificado ou de desaceleração do ritmo de queda, há revisões nas avaliações para as empresas do varejo, uma vez que juros mais altos indicam menor consumo e crédito mais alto, isso em um setor já fragilizado.

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Neste cenário, a produção industrial, ainda que tenha vindo menor do que o esperado, eleva as dúvidas. A produção subiu 0,4% em agosto ante julho, ficando abaixo da mediana de 0,50% das estimativas na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast e Refinitiv.

Já nos Estados Unidos, o relatório de emprego Jolts mostrou que a abertura de postos de trabalho cresceu para 9,61 milhões em agosto, ante previsão de 8,9 milhões de vagas.

“Nesses dias, temos tido uma sequência de dados mostrando que a economia americana e a do Brasil estão fortes”, avalia Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

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Na avaliação de Larissa, apesar de a produção industrial brasileira ter tido uma alta menor do que a prevista, é mais um fator que “coloca a política monetária em xeque. O mercado começou até a especular se o BC vai diminuir o ritmo de queda da Selic”, afirma. Ontem, o Caged, de agosto mostrou maior geração de vagas do que a prevista. “O sentimento de aversão a risco continua.”

A cautela externa se junta ainda a temores internos, especialmente em relação ao fiscal. Dados do Tesouro Nacional mostram que a arrecadação com receitas administradas, que fechou em R$ 953,5 bilhões de janeiro a agosto, sofreu com uma frustração de R$ 7,2 bilhões (-0,75%) em relação à estimativa que havia sido feita pelo governo federal em julho.

O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator do projeto de lei que trata da mudança das regras de tributação de aplicações financeiras mantidas por brasileiros no exterior (PL 4173/2023), disse que está estudando incluir o fim do juros sobre capital próprio (JCP) no projeto de lei. As ações de bancos também cedem.

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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