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A varejista Lojas Renner (LREN3) divulgou na noite da última quinta-feira (16) seus resultados do quarto trimestre de 2022 (4T22), que foram classificados como fracos e abaixo das expectativas que já tinham sido cortadas pelos analistas nas últimas semanas. Com isso, logo na abertura da sessão desta sexta-feira (17), as ações chegaram a cair 4,90%, a R$ 18,43, mas foram amenizando as perdas ainda durante a manhã e viraram para alta, com alguns bancos e casas de análise reiterando recomendação de compra para os papéis, apesar do cenário desafiador no curto prazo.
Além disso, em teleconferência, a companhia destacou que vê a taxa de inadimplência de seu braço financeiro Realize (um dos pontos fracos do resultado do 4T22) no primeiro semestre de 2023 próxima a do quarto trimestre de 2022, mas tem confiança de que o nível comece a cair a partir do terceiro trimestre.
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Com isso, as ações fecharam a sessão desta sexta-feira (17) em alta de 1,24%, a R$ 19,62.
Olhando para o 4T22, a visão foi de números ruins tanto do ponto de vista de varejo quanto de serviços financeiros. A companhia teve lucro líquido de R$ 481,8 milhões, alta de 15,9% na base anual, mas abaixo da projeção Refinitiv, de um lucro de cerca de R$ 515,81 milhões. “O lucro líquido do trimestre foi superior ao 4T21, em função da maior geração operacional do segmento de varejo, não obstante a maior alíquota efetiva de IR&CS e menor resultado financeiro líquido”, explicou.
O Itaú BBA comentou que não encontrou nenhum dado positivo nas demonstrações financeiras. O fraco desempenho de vendas levou a despesas pressionadas no varejo, enquanto que, para a Realize, braço financeiro, as provisões aumentaram significativamente – e o índice de cobertura permanece baixo.
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Na avaliação da XP, a Lojas Renner também divulgou resultados fracos do 4T22, com faturamento estável no varejo e com forte impacto no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Realize devido ao cenário macro desafiador.
De acordo com analistas da casa, a Realize se manteve como o destaque negativo, com crescimento de receita abaixo das expectativas dada a redução do apetite dos consumidores e ofertas de crédito mais restritas, enquanto o Ebitda se manteve pressionado pelas altas taxas de inadimplência e despesas relacionadas a descontos concedidos na renegociação de créditos vencidos. Além disso, a companhia vendeu mais uma carteira de crédito nesse trimestre por R$ 19,8 milhões, “que excluímos do nosso Ebitda ajustado dado que vemos a transação como não-recorrente. Por fim, o lucro líquido foi de R$ 482 milhões, 16% acima na base anual”, aponta.
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O Credit Suisse ressaltou como negativo os dados de vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), margens ainda abaixo dos níveis de 2019, bem como perdas líquidas de serviços financeiros em cima de níveis de inadimplência ainda altos.
Por outro lado, o banco suíço ressaltou que o volume bruto negociado (GMV, na sigla em inglês) digital cresceu 6,1% na base anual, atingindo uma penetração de 11,7% das vendas. Apesar das vendas no varejo estáveis, a margem bruta melhorou 70 pontos-base, para 55,7% devido aos ajustes de preços e remarcações historicamente baixas, embora ainda 230 pontos-base abaixo do 4T19.
O time de research do Bradesco BBI apontou que BBI diz que a qualidade dos resultados da Lojas Renner foi um pouco pior do que suas expectativas já reduzidas, mas reconhece que o 4T22 foi marcado por impactos exógenos negativos (Copa do Mundo e clima, com temperaturas mais baixas) e não é necessariamente a leitura mais precisa para os próximos trimestres.
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No entanto, segundo o BBI, a combinação de um cenário macro mais desafiador e incerteza sobre os níveis de provisionamento da Realize pode continuar sugerindo que a Lojas Renner ainda carece de gatilhos de curto prazo. O banco espera que a varejista descomprima gradualmente os níveis de retorno e volte ao crescimento normalizado dos lucros a partir do 3T23.
Na mesma linha que o BBI, o Morgan Stanley atribuiu os resultados fracos da Renner ao impactado das baixas temperaturas e da Copa do Mundo, que prejudicaram as vendas no quarto trimestre, com receita do Varejo Renner ficando 3% abaixo das suas projeções e 5% abaixo do consenso.
Além disso, o Morgan Stanley destacou que os serviços financeiros continuaram a pesar nas margens globais da varejista.
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Mesmo considerando fracos os resultados da Lojas Renner, BBA e BBI mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de, respectivamente, R$ 27 e R$ 25.
A Eleven incorporou o resultado do ano em suas estimativas e reduziu o preço-alvo de R$ 39 para R$ 26, mas manteve recomendação de compra. Os analistas da casa, apesar de ainda enxergarem um cenário incerto e desafiador para o varejo no curto prazo, veem a companhia bem posicionada em termos de estrutura de capital com um nível confortável de caixa, resultando numa dívida líquida/Ebitda de -0,45 vez, aponta.
Menos otimista, o Morgan mantém avaliação equal-weight (equivalente à neutro), com preço-alvo de R$ 23.
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