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SÃO PAULO – Uma nova concessão no segmento de saneamento vai acontecer nesta quinta-feira (2), às 15h (horário de Brasília), em continuidade aos leilões no setor desde a aprovação do marco legal, que abriu o segmento privado para investimentos na área.
Trata-se do leilão de saneamento básico no Amapá, com a concessão dos serviços da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) à iniciativa privada; os interessados entregaram as suas ofertas na segunda-feira (30), na sede da B3, em São Paulo. Este será o primeiro grande leilão de saneamento da região Norte do Brasil.
A expectativa é de que a nova concessão deva atrair forte competição. Ela prevê um contrato de 35 anos e cerca de R$ 3 bilhões em investimentos, atendendo 800 mil consumidores.
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Além disso, terá como critério de escolha do vencedor um modelo híbrido, em que os interessados poderão propor desconto na tarifa (máximo 20%). Caso ocorra empate, a definição do vencedor passa a ser o maior valor de outorga, cujo montante mínimo é de R$ 50 milhões.
Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, a expectativa é que operadores tradicionais e grupos que ainda não atuam no setor participem do certame, através de associação a grupos maiores ou agrupamentos em consórcios.
A grande expectativa, segundo apontam analistas de mercado, fica para a Equatorial Energia (EQTL3), que aparece como a “favorita” por muitos deles. Além da Equatorial, é esperada a participação dos grupos tradicionais do setor, como Aegea Saneamento, BRK Ambiental, Águas do Brasil, Iguá Saneamento e Conasa.
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“Embora muitas dessas empresas já tenham vencido leilões recentemente, acreditamos que elas ainda busquem mais crescimento, aproveitando retornos ainda atraentes e ainda boas condições de financiamento. Consequentemente, a concorrência substancial esperada pode potencialmente levar a licitações agressivas”, avalia o Credit Suisse.
Nesse cenário, a Levante ressalta que a Equatorial vem se mostrando interessada em ingressar no setor de saneamento, tendo participado de leilões recentes, porém não arrematando nenhum projeto até o momento. Na avaliação do Itaú BBA, a Equatorial é o vencedor mais provável do certame, dadas as sinergias com a concessões de distribuição.
Também vendo uma competição acirrada e a Equatorial como uma das principais concorrentes, o Bank of America destacou as suas estimativas para para o leilão. “Estimamos um potencial de VPL [valor presente líquido] de R$ 800 milhões em nosso cenário-base, mas a concorrência poderia reduzir o valor ao gerar altas taxas de concessão”, apontam os analistas do banco americano em relatório.
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Arthur Pereira, Gustavo Faria e Murilo Freiberger, analistas do BofA, avaliam que, com base nos editais de licitação, o projeto teria uma taxa interna de retorno real (TIR) de 8,2%, estando desalavancada, e VPL de R$ 400 milhões. Contudo, veem espaço para superação em relação às estimativas iniciais das autoridades.
Os concorrentes irão licitar pelo ativo oferecendo um desconto nas tarifas, limitado a 20%, e uma outorga de concessão adicional em cima do mínimo de R$ 50 milhões estabelecido.
Caso assumam uma TIR real de 12% como taxa mínima, o BofA estima lance de R$ 1,3 bilhão de outorga de concessão adicional.
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O cenário é de ”competição feroz”, mas com oportunidades. “O apetite de crescimento por projetos de saneamento tem gerado competição acirrada nos leilões recentes, dadas as escassas oportunidades no passado”, apontam os analistas do banco americano. O Bank of America possui recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28 por ação ordinária da Equatorial.
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