O que fazer com as ações de construtoras em meio ao julgamento sobre correção do FGTS no Supremo?

"Avaliamos que mesmo com o risco de mudança na remuneração do fundo, as ações continuam oferecendo retornos atraentes", avalia o BBA

Equipe InfoMoney

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A semana promete ser movimentada para as ações de construtoras, principalmente as de baixa renda.

Na próxima quarta-feira (18), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o debate sobre a correção monetária do FGTS, passando da atual taxa referencial (TR) + 3% para TR + 6,17% (equivalente à poupança).

A votação teve início em abril, quando foram emitidos dois votos a favor da alteração.

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Um dos votos foi feito pelo novo presidente do tribunal e relator do processo, ministro Luiz Roberto Barroso, e o segundo pelo ministro André Mendonça.

Na próxima audiência, o ministro Nunes Marques deve ser o terceiro voto.

Conforme destaca o Itaú BBA, a discussão afeta diretamente as ações de construtoras de baixa renda, uma vez que o aumento na remuneração do fundo pode levar a uma diminuição no programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, considerando que a principal fonte de recursos do programa vem do FGTS.

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Os analistas do banco apontam que, desde que a pauta foi colocada novamente em discussão, os papéis das empresas já caíram em torno de 15% em relação ao Ibovespa. Para eles, isso traz uma assimetria positiva para o setor. Ou seja, o BBA possui visão otimista perante a performance dos papéis.

“Avaliamos que mesmo com o risco de mudança na remuneração do fundo, as ações continuam oferecendo retornos atraentes”, avaliam.

Nas contas dos analistas, o retorno ponderado esperado é de 30%, ou -5% no pior cenário, no qual as companhias teriam de cortar 30% de sua operação.

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O BBA também vê posicionamento técnico muito melhor (com os investidores menos posicionados no papel). “Os investidores podem preferir esperar para a audiência na quarta-feira, pois as ações podem sofrer no caso de uma decisão de mudança, mas devem ter em mente que um potencial adiamento do julgamento  (o que não é improvável, na visão dos analistas) pode desencadear uma recuperação para os papéis, como foi visto em abril”, aponta a equipe de análise.

Sendo assim, os analistas atualizaram seu modelo de FGTS e mantiveram recomendação de “compra” para Plano e Plano (PLPL3), com preço-alvo de R$ 12 por ação, para Cury ([ativo=CURY3), com preço justo de R$ 22 por ação, e para MRV ([ativo=MRVE3]), cujo preço-alvo é de R$ 13 por ação.

Os analistas têm as seguintes preferências, nessa ordem, para as ações de construtoras voltadas para baixa renda: Direcional (DIRR3), Cury, Plano&Plano, MRV e Tenda (TEND3), apenas a última com recomendação neutra.

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Cabe destacar que, nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá se reunir hoje com o presidente do Supremo para discutir a ação. A audiência acontecerá no Conselho Nacional de Justiça, no final do dia, e contará com a participação do ministro das Cidades, Jader Filho, e de Jorge Messias, da AGU.

O processo que está sendo analisado pela Corte preocupa o governo, que teme impactos nos cofres públicos a partir de uma eventual mudança definida pelos ministros. Segundo o jornal O Globo, a ação está na pauta de julgamentos de quarta-feira, mas tem chances remotas de ser analisada por ser um dos últimos itens da fila de recursos a ser examinada.

“É positivo ver figuras como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Cidades, Jader Filho, defendendo que se evitem mudanças drásticas na remuneração do FGTS, reforçando a importância do programa Minha Casa Minha Vida para o governo federal”, aponta o BBI.

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