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Em breve relatório destacando o que vê para o mercado brasileiro faltando dez dias para o segundo turno das eleições presidenciais – disputado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) -, o JPMorgan ressaltou seguir otimista com o país. A recomendação para o mercado brasileiro segue overweight (exposição acima da média) dentro do portfólio de América Latina.
“Permanecemos overweight em Brasil mesmo sendo o mercado de grande porte com melhor desempenho de mercado no mundo, mesmo em dólares. O crescimento [econômico] tem surpreendido positivamente, os aumentos dos juros já foram feitos e há expectativa de corte [na Selic] em 0,25 ponto percentual no segundo semestre de 2023″, avalia.
Para o banco, os valuations do país continuam interessantes, a liquidez é considerada adequada na maioria dos nomes que fazem parte do Ibovespa (benchmark da bolsa), os resgates de fundos locais dedicados a ações estão diminuindo e os fluxos estrangeiros estão estáveis há 2 meses, mas em grande parte positivos no ano.
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“Acreditamos que os mercados seguirão construtivos independentemente dos resultados das eleições, embora ‘soluços’ sejam possíveis considerando as muitas incertezas remanescentes no cenário político”, avaliam os estrategistas que assinam o relatório, liderados por Emy Shayo.
Em seu portfolio de ações brasileiras dentro da carteira para a América Latina, os estrategistas destacaram que o tema principal são de nomes sensíveis ao cenário para os juros, possuindo recomendação overweight em consumo discricionário, imobiliário e algumas companhias financeiras.
A carteira para América Latina de outubro contém as ações de Assaí ASAI3), BTG Pactual BPAC11), Cielo (CIEL3), Eletrobras ON (ELET3), Gerdau (GGBR4), Iguatemi (IGTI11), Itausa (ITSA4), JBS (JBSS3), Lojas Renner (LREN3), Petrobras ON (PETR3), Petz (PETZ3), RD (ex-RaiaDrogasil; RADL3), Rede D’or (RDOR3), TIM (TIMS3), Vale (VALE3) e Vibra Energia (VBBR3).
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Sobre eleições, Emy e equipe citam alguns pontos para ter atenção.
O primeiro, sobre pesquisas, é que a disparidade entre elas (que foi uma questão pós-primeiro turno) continua, mas algo que pode ser inferido é que a lacuna entre Lula e Jair Bolsonaro, que era um apertado 5% no resultado da primeira rodada, parece se estreitar ainda mais.
O banco cita a pesquisa Datafolha publicada na quarta-feira que mostrou que Lula manteve 49% das intenções de voto para o segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%. Como a margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o petista e o candidato à reeleição estão no limite do empate técnico.
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Sobre rejeição, 50% dos entrevistados dizem que não vão votar em Bolsonaro, enquanto 46% dizem que não vão votar em Lula. 94% dizem que já decidiram o seu voto, enquanto 6% dizem que podem mudar. “Como lembrete, os resultados do primeiro turno mostraram que Lula precisaria de apenas 1,8 milhão de votos considerando o mesmo nível de votos válidos do primeiro turno. Bolsonaro, por outro lado, precisaria de 8 milhões de votos para vencer”, apontam.
No campo de notícias para Bolsonaro, o JPMorgan ressalta que chamou a atenção da equipe ultimamente uma entrevista de Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil e um dos principais coordenadores da campanha à reeleição, ao Valor, em que aponta que “a questão das urnas está superada”. Isso dá a entender que a campanha abandonou o tom de fraude eleitoral, o que seria um fator tranquilizador para os mercados.
Já no campo de Lula, os mercados estão esperando para ver o candidato apresentar um plano de política econômica mais detalhado, especialmente considerando que ele se recusou a revelar o nome de um potencial ministro da Economia antes da eleição.
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“Lembre-se que uma das premissas pós-primeiro turno era que a disputa apertada e um Congresso conservador levariam Lula ao centro, pelo menos em questões macro. No entanto, parece que o candidato está em uma posição relativamente confortável até agora: várias pessoas que são pilares em termos de formulação de política econômica (como os criadores do Plano Real) manifestaram apoio a Lula”, afirma o JP.
Leia também:
- As propostas de Jair Bolsonaro (PL) para a economia em um eventual segundo mandato
- As propostas de Lula (PT) para a economia em um eventual novo mandato
O mercado também tem se comportado de maneira geral de forma diferente do que aconteceu em 2002, quando o estresse dos ativos levou Lula a ser mais detalhado sobre questões macro, avalia o banco. “E, enquanto a maioria de nós continua a se perguntar sobre possíveis ministros que seriam amigáveis ao mercado, isso continua sendo um grande enigma. Em suma, os desafios fiscais são altos e ainda não estão sendo enfrentados”, avalia o JP.
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Sobre o Datafolha da véspera, a Levante destaca que não apenas a pesquisa, como a esmagadora maioria de outros institutos, captaram um leve acréscimo (cerca de 1 ponto percentual) nas intenções de voto de Jair Bolsonaro, indicando uma clara tendência de acirramento na disputa presidencial.
Os analistas da casa de research notam que o instituto tem tido alta precisão, historicamente, nas pesquisas de segundo turno a partir de alguns ajustes realizados após os resultados do primeiro turno. Em 2018, por exemplo, o Datafolha praticamente cravou o resultado tanto de Bolsonaro quanto de Haddad, apontam.
“Ainda assim, vale acompanhar a evolução das preferências de voto por meio de agregadores, mas um aspecto parece
claro: a diminuição da vantagem de Lula já existe e será apenas uma questão temporal – se os próximos 10 dias serão suficientes para a campanha bolsonarista – para a definição do próximo presidente. O clima deve trazer algum otimismo para os mercados no curto prazo, que descartam, a princípio, um descolamento de Lula frente ao seu adversário”, avalia a Levante.
Cabe destacar que o resultado mais acirrado do primeiro turno impulsionou o mercado na sessão seguinte, do dia 3 de outubro. Nesta semana, em meio ao cenário mais estreito da corrida eleitoral, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) acumulam ganhos de cerca de 10% até o início da tarde desta quinta-feira, enquanto os dois ativos de Petrobras (PETR3;PETR4) sobem cerca de 7%, estes últimos também impactados pelo preço do petróleo.
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