Itaú (ITUB4) lucra R$ 7,67 bilhões no 4º tri de 2022, abaixo do esperado; caso Americanas impacta provisões

Provisões com Americanas teve impacto de R$ 1,307 bi no balanço

Mitchel Diniz

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O Itaú (ITUB4) registrou lucro recorrente gerencial, excluindo itens extraordinários de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre deste ano. O número é 5,1%  menor que o registado no terceiro trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a cifra cresceu 7,1%.

O consenso Refinitiv apontava para lucro líquido reportado de R$ 8,239 bilhões.

No acumulado de 2022, o Itaú obteve lucro recorrente gerencial de R$ 30,786 bilhões, alta de 14,5% na comparação com 2021.

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O retorno recorrente gerencial sobre patrimônio líquido (ROE) do Itaú caiu de 21% no terceiro trimestre para 20,3% no quarto tri.

A carteira de crédito do banco cresceu 2,7% na comparação com o terceiro trimestre, para R$ 1,141 trilhão. No ano, a carteira teve expansão de 14,2%, ficando abaixo do guidance previsto para 2022 (entre 19% e 21%)

A margem financeira gerencial total do banco foi de R$ 24,97 bilhões no quarto trimestre, com alta de 17,8% em bases anuais.

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Houve um crescimento de 21,7% na margem financeira com clientes, para R$ 24,227 bilhões.

“No mesmo sentido, tivemos o impacto positivo da Selic e do maior volume de depósitos em nossa margem de passivos e da taxa de juros pré-fixada em nosso capital de giro próprio, parcialmente compensado por menores spreads na carteira de crédito”, informou o banco.

A margem financeira com o mercado, por sua vez, recuou 42,5% na comparação anual. Porém, em relação ao terceiro trimestre, houve um aumento de 44,9%.

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A despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 9,907 bilhões. A cifra cresceu 19,7% em relação ao terceiro trimestre. Na comparação anual, houve um salto de 45,1%.

O custo de crédito terminou o trimestre em R$ 9,805 bilhões, alta de 58,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Efeito Americanas de R$ 719 milhões no lucro

Sem citar nominalmente a Americanas (AMER3), o banco explicou que a maior despesa de provisão ocorreu, principalmente, nos negócios de atacado no Brasil “devido a um evento subsequente ao fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte, que entrou em recuperação judicial”.

“Houve reforço na provisão para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 1,307 bilhão no custo do crédito, com a diferença da exposição sendo reconhecida na provisão complementar”, diz o texto que acompanha o balanço.

A provisão teve impacto de R$ 719 milhões no lucro do quarto trimestre.

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“Excluindo esse efeito, o resultado recorrente gerencial teria atingido R$ 8,4 bilhões e o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido teria atingido 21,0% no quarto trimestre”, disse o banco.

O índice de inadimplência de empréstimos acima de 90 dias no Brasil cresceu de 3,2% para 3,43%.

“O aumento ocorreu devido à maior inadimplência no segmento de pessoas físicas no Brasil, principalmente nas carteiras de cartão de crédito e financiamento de veículos”, diz o texto que acompanha o balanço.

Projeções do banco para 2023

Junto com os números do quarto trimestre, o Itaú Unibanco divulgou suas projeções para este ano.

O banco projeta um crescimento de carteira de crédito entre 6% e 9%.

A margem financeira com clientes deve crescer entre 13,5% e 16,5%. Já a margem financeira com o mercado deve crescer entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.

O custo de crédito do banco deve ficar entre R$ 36,5 bilhões e R$ 40,5 bilhões.

Para a receita de prestação de serviços e resultado de seguros, o Itaú projeta crescimento entre 7,5% e 10,5%.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados