Itaú (ITUB4): Níveis de rentabilidade atuais parecem sustentáveis para 2024 e banco pode elevar retorno ao acionista, aponta CEO

Banco, hoje, tem um dos maiores indicadores de retorno sobre patrimônio entre as grandes instituições financeiras

Mitchel Diniz

Milton Maluhy Filho (Foto: Divulgação/Itaú)

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Já faz alguns trimestres consecutivos que o Itaú (ITUB4) vem apresentando retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) acima de 20%. É uma das maiores rentabilidades entre as grandes instituições financeiras, junto com a do Banco do Brasil (BBAS3). E, na visão do CEO Milton Maluhy Filho, o banco tem condições de manter o indicador neste patamar pelo próximo ano.

“Olhar para uma rentabilidade próxima de 20% parece razoável imaginar”, diz Milton Maluhy Filho. “Vai depender muito do exercício orçamentário que estamos fazendo e condições de mercado”, complementa.

“Como a gente reafirmou o guidance [para 2023] e nele está implícito um resultado, um ROE acima de 20%, obviamente estamos revendo os números para o ano que vem. Tem elementos conhecidos, que usamos para fazer orçamento olhando para frente e os desconhecidos, pois sempre pode ter um vento contra, uma mudança regulatória, que não estamos colocando na conta”, explica o CEO.

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Maluhy, contudo, observa que em um ciclo de redução de juros, o ROE não pode ser olhado separadamente do custo de capital. “Se os juros de fato continuarem caindo como a gente imagina, o custo de capital cai também e o nível de rentabilidade tende a acompanhar. Tem alguma correlação, mas não é tão grande”.

No terceiro trimestre de 2023, o ROE do Itaú ficou em 21,1%, praticamente estável em relação ao segundo trimestre (20,9%) e o registrado um ano antes (21%)

Retomada com juros mais baixos

Maluhy afirma ver uma “boa retomada do mercado de capitais”, principalmente em renda fixa, e em crescimento de receitas do banco com operações de fusões e aquisições (M&A). Já a parte de ações, ainda prejudicada por uma conjuntura desfavorável, depende de um ciclo de normalização de juros no Brasil no exterior para a abertura de uma nova janela.

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“A gente continua otimista, talvez para o ano que vem a gente deva ver uma abertura do mercado de equities e o banco, historicamente, tem se posicionado muito bem. A gente espera continuar bem posicionado para capturar as oportunidades e um bom share nessas operações”.

Segundo o executivo, a retomada também é importante para que o banco tenha mais espaço para financiar empresas que não conseguem acessar o mercado de capitais com facilidade.

“Um ciclo de redução de juros naturalmente aumenta o apetite para o investimento e o nível de retorno que as companhias conseguem. A gente vê um pipeline importante se acumulando com boas perspectivas pela frente”, diz Maluhy.

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Excesso de capital

O CEO do Itaú explica que o banco fez um trabalho de recuperação de capital desde o primeiro trimestre de 2020. “Já fizemos essa recomposição e a gente vem organicamente crescendo a nossa capacidade de geração de capital”, afirma. Por esse motivo, o banco opera com um Índice de Capital Principal que ficou em 13,1% no terceiro trimestre de 2023, 1,6 ponto percentual acima do desejado pelo Itaú.

“Então existe, sim, expectativa de aumento de dividendos ou alternativas para conduzir esse excesso de capital”, afirma o executivo.

A expectativa é que ainda este mês o Banco Central detalhe a regulação de risco operacional Basileia 3, o que, segundo Maluhy, é uma informação crucial para o planejamento do banco.

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“Para tomarmos uma decisão bem calibrada, gostaríamos de ter essa informação. O banco é muito disciplinado e planeja com muito cuidado os usos de fonte de capital em um horizonte de longo prazo”.

Caso a regulação saia dentro do previsto, o assunto poderá ser discutido no âmbito do conselho de administração do banco ainda em dezembro. Algumas alternativas para o uso do capital em excesso já estão sendo estudadas, segundo Maluhy.

“E a gente sempre pode fazer uma combinação delas, desde aumento de dividendos ou eventual recompra de ações. Sempre tem caminhos possíveis para você distribuir ou que o investidor perceba uma otimização do capital. Não queremos reter capital excedente”, diz o CEO sobre as alternativas para elevar o retorno aos acionistas.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados