Irani (RANI3) prevê repassar preços no 2º semestre e vê influência da guerra nos combustíveis

Para companhia, recuperar preços é prioridade, mesmo que em detrimento de volumes

Augusto Diniz

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A Irani papel e Embalagem (RANI3) manteve seus preços no primeiro trimestre de 2022 (1T22) sem aumentar volume, garantindo mais rentabilidade nas operações, segundo a companhia. A tendência, porém, é de subida de preços em toda a linha no segundo semestre, mesmo com expansão de volumes, informou a empresa a analistas de mercado nesta segunda (2), durante teleconferência de apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano.

“Se observarmos a queda de volume que houve no trimestre, ocorreu uma concentração maior em chapas do que no segmento de caixas. Em chapas, a recuperação de volumes é muito mais rápida do quem em caixas”, disse Sérgio Ribas, diretor-presidente da Irani Papel e Embalagem.

“A estratégia de não ceder em preços é muito acertada porque a gente recupera já no mês de maio e no segundo semestre (o volume). E vamos repassar preços. A tendência é de manutenção de preços e repasse no segundo semestre para todas as linhas, inclusive no mercado interno, devido à pressão de custos”, destacou o executivo.

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A empresa avalia que é mais fácil recuperar volume do que os preços, ressaltando a importância de manter as margens.

Conflito mais sentido nos combustíveis e commodities

A Irani Papel e Embalagem, ainda com referência ao resultado do primeiro trimestre, relatou que o período foi caracterizado pela preocupação mundial com a inflação, potencializados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, com seus os efeitos da guerra sendo sentidos especialmente no preço dos combustíveis e das commodities.

De acordo com companhia, os bancos centrais iniciaram um ciclo de aumento de juros que deve ir além do esperado inicialmente. Sergio Ribas disse que no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o ciclo de aumento de juros antes da maioria dos países e, como consequência, deve encerrar o ciclo antes dos demais.

Empresa prevê topo de alavancagem em 2023, alcançando cerca de 2 vezes

De acordo com balanço da Irani, a relação dívida líquida/Ebitda foi de 0,90 vezes no 1T22, contra 0,79 vezes no 1T21. A leve piora do indicador, segundo a Irani, se deve ao aumento da dívida líquida, devido ao fluxo de caixa livre negativo no período, ocasionado principalmente pelos desembolsos da Plataforma Gaia – projeto de ganho de eficiência e ampliação das operações da companhia.

A chamada Plataforma Gaia envolve expansão da recuperação de químicos e utilidades, expansão da área de embalagens, reforma de máquina, repontencialização de empreendimentos hidrelétricos, projetos de automação, entre outros. Os projetos têm foco em redução de custos, ganho de eficiência e ampliação e capacidade.

A alavancagem da Irani deve ficar em um múltiplo levemente abaixo de 2 no ano que vem, disse Sérgio Ribas. “Não é ideal, mas nesse período de turbulência a gente deve ficar um pouco mais conservador”, afirmou. A empresa avalia que o topo da alavancagem deve ocorrer no final de 2023, quando “entram todos os desembolsos da plataforma Gaia”.

No balanço do 1T22, no entanto, a Irani informa que os parâmetros estabelecidos pela Política e Gestão Financeira da Companhia são uma meta de alavancagem de 2,5 vezes. A empresa avalia que a alavancagem deve cair na sequência por conta do início de operação de projetos dentro da Plataforma Gaia.

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