IPOs de varejistas ganham força nos EUA: quais as implicações para as varejistas no Brasil?

XP escreveu relatório pontuando as principais leituras que os últimos movimentos no mercado de ações dos EUA podem trazer ao varejo brasileiro

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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Em relatório, a XP destacou os últimos movimentos no mercado de ações dos Estados Unidos e suas implicações para o varejo brasileiro.

O time de análise da corretora destacou a chegada da varejista de delivery de mercados Instacart à Nasdaq no dia 19 de setembro, no limite superior da faixa anunciada, com valuation inicial de aproximadamente US$ 10 bilhões.

A Instacart (CART) foi fundada em 2021 e registrou vendas de US$ 2,55 bilhões em 2022 (crescimento de 31% em 2 anos), com margens Ebitda (Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização sobre receita) e líquida de 7,3%-3,8%, respectivamente.

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A companhia opera como uma plataforma de delivery conectada a mais de 1,4 mil bandeiras do varejo (85% do mercado de varejo alimentar nos EUA) e concorre com DoorDash, Uber Eats e Shipt.

Segundo relatório, o seu prospecto de abertura de capital trouxe importantes dados da empresa, como:  i) penetração do online no varejo alimentar, que foi de 12% em 2022, de 3% em 2019 e 1% em 2009; ii) isso se compara com eletrônicos em 66%, vestuário em 38% e serviços de alimentação em 23%; iii) O modelo de negócio da Instacart é composto pelo seu marketplace, uma plataforma de ecommerce que funciona como uma solução completa para os varejistas e anúncios; iv) expansão de margem bruta foi impulsionada pelos anúncios e eficiência de frete.

Analistas acreditam que o IPO da Instacart ajuda a esclarecer um modelo de negócios interessante que ainda é tímido no Brasil para a digitalização da categoria de alimentos.

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A Birkenstock também se aproxima de abertura de capital, aponta a casa. A companhia opera globalmente, com 54% da sua base de clientes nas Américas e 36% na Europa, com € 1,24 bihão de vendas em 2022 (crescimento de 31% em dois anos), com margem Ebitda e líquida de 35%-15%, respectivamente.

Os principais aprendizados do prospecto de abertura de capital da companhia, na avaliação da XP, foram: “i) consumidor da marca tem, em média, 3,6 pares; ii) opera através de um modelo de distribuição multi canal, alocando globalmente sua capacidade de produção, criando escassez e contando com um forte controle da marca; iii) possui uma grande variedade de preços, de € 40 a 1.600, através de produtos unissex; e iv) estima ter penetração inferior a 1% globalmente”.

Analistas da XP acreditam que a Birkenstock possui muitas semelhanças com a Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, uma vez que as duas são fabricantes de calçados verticalizadas, com um produto líder que pode ser desdobrado em diversas faixas de preço e posicionamento (desde preços de entrada até luxo).

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No entanto, segundo eles, a Alpargatas teve dificuldades com sua cadeia de abastecimento e estrutura logística e agora enfrenta uma reestruturação para voltar ao eixo.

Ainda em destaque, de acordo com notícias recentes, a Shein está em negociação com bancos e com a NYSE/Nasdaq para um possível IPO, embora o timing ainda seja incerto, dado o escrutínio dos legisladores dos EUA sobre suas práticas trabalhistas.

“Se o pedido da Shein se concretizar, teremos leituras importantes para o varejo brasileiro, uma vez que teremos mais visibilidade sobre crescimento, tamanho e indicadores econômicos da Shein em cada país que opera”, comenta XP.

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Além disso, os analistas destacam que o fato de ser uma empresa listada em bolsa pode pesar na estratégia agressiva de subsídios, já que será preciso entregar retorno aos seus acionistas.

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