Intelbras (INTB3) reporta resultados fracos, mas apresenta tendências de recuperação

Fraco desempenho da ação nos últimos 45 dias (-15%, -9% versus Ibovespa) sugere que a resultado já foi antecipado pelos investidores

Felipe Moreira

Planta da Intelbras em São José (SC) com painéis solares (Divulgação)
Planta da Intelbras em São José (SC) com painéis solares (Divulgação)

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A Intelbras (INTB3) reportou na última segunda-feira (30) um lucro líquido de R$ 111 milhões em seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2023. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o número foi de R$ 122,7 milhões, houve uma retração de 9,6%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, foi de R$ 128,2 milhões, apresentando uma redução de 13,7% em relação ao terceiro trimestre de 2022.

No que diz respeito à receita líquida, a empresa alcançou R$ 933,7 milhões entre julho e setembro, representando uma queda de 17,6% em relação ao mesmo período de 2022.

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A Genial Investimentos pontua que a queda da receita foi puxada pelos segmentos de segurança e comunicação. “A má performance desses segmentos é consequência da nova estratégia dos distribuidores de atuar com menor estoque”, explica.

No entanto, os dados de vendas indicam que os produtos da empresa continuam tendo boa vazão. Portanto, analistas não consideram que essa queda seja um risco para a empresa no longo prazo.

Por outro lado, analistas da Genial destacaram que o segmento de energia surpreendeu de forma positiva, superando as expectativas e indicando que o pior cenário pode ter ficado para trás. “Um destaque adicional positivo foi a significativa redução das despesas operacionais em relação às expectativas, demonstrando a capacidade da empresa de se adaptar e gerar eficiência em suas operações”, completam.

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Apesar dos resultados negativos, a XP Investimentos destacou que esperava uma reação neutra do mercado aos resultados do terceiro trimestre. “A queda de 9% no acumulado mensal (refletindo o fraco desempenho, particularmente em segurança e comunicação) e o declínio de 36% no acumulado do ano (em grande parte devido a desafios no segmento Solar) já devem estar precificados no preço das ações”, explica a instituição financeira.

Quanto à rentabilidade, a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) da Intelbras atingiu 13,7% (-0,2 ponto percentual abaixo da projeção da XP e +0,6 ponto na base anual), atrelado a uma forte expansão da margem bruta em comunicação e segurança.

Assumindo que as vendas se normalize em comunicações e segurança no 4T23, juntamente com uma recuperação mais consistente no segmento de energia, a XP afirma que o resultado do 3T23 é um ponto fora da curva.

O JPM, por sua vez, avalia que a Intelbras reportou um conjunto de dados fracos no terceiro trimestre de 2023, afetado pelo desempenho aquém no segmento de segurança e comunicação devido aos ajustes de estoque no canal de distribuição e transferência de receita de R$ 45 milhões para 4T23, sugerindo que parte da fraqueza do resultado pode ser revertida.

O banco americano ressalta que o desempenho fraco da ação nos últimos 45 dias (-15%, -9% vs Ibovespa) sugere que a resultado fraco já foi antecipado pelos investidores.

O Itaú BBA comentou que os resultados da Intelbras foram pouco inspiradores, conforme o esperado. O principal motivo foi o fraco desempenho da receita no período.

No entanto, o banco destaca que o balanço trouxe alguns números interessantes. A margem bruta superou as expectativas tanto nos segmentos de Segurança como de Energia, indicando potencialmente melhores tendências para ambos. Já margem Ebitda também superou as expectativas, em 45 bps, devido ao muito bom controle de despesas operacionais (SG&A caiu 10% QoQ no 3T23).

Com a Intelbras sendo negociada atualmente a um múltiplo Preço (P)/Lucro (L) atrativo de 9,5 vezes para 2024, a XP reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 33.

A Genial Investimentos manteve recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 25.

O JPMorgan também reiterou avaliação equivalente à compra para Intelbras e preço-alvo de R$ 28.

Já o Itaú BBA manteve classificação market perform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra), com preço-alvo de R$ 28.

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