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SÃO PAULO – Mensagens telefônicas de textos recolhidos pela Operação Lava Jato revelam que o empreiteiro Léo Pinheiro, da construtora OAS, condenado a 16 anos de prisão, mantinha relações próximas com nomes direto ou indiretamente ligados ao PT e ao governo Dilma Rousseff, conforme informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. As mensagens recolhidas pela Polícia Federal mostram como o empreiteiro atuou por interesse dos petistas em episódios distintos.
Na lista, entram os nomes do ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Aldemir Bendine. Os três não apareciam como alvos da Operação Lava Jato.
Para a Procuradoria-Geral da República, há indícios de que Bendine participou de suposto esquema ilícito na compra de debêntures da OAS quando comandava o Banco do Brasil, entre 2011 e 2014. A empreiteira é suspeita de pagar vantagens indevidas a políticos, entre eles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de destravar os investimentos de fundos de pensão e bancos em papéis da construtora.
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Bendine teria negociado com a OAS, numa reunião de outubro de 2014, a aquisição de debêntures de R$ 500 milhões. Em um outro email enviado a ele um ano antes, Pinheiro também discute a emissão de ações da Invepar – empresa constituída por fundos de pensão, entre elas, a Previ, dos funcionários do BB – em Bolsa de Valores. Segundo o Estado, as citações do presidente da Petrobras aparecem em trocas de mensagens entre o principal executivo da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, com Cunha e outros dirigentes da empresa entre 2012 e 2014.
Em resposta, a assessoria do BB disse que o recebimento e a análise de propostas de negócios enviados por grandes empresas é uma atividade rotineira e que todas as propostas recebidas são analisadas de acordo com critérios técnicos e a aprovação cabe a instâncias colegiadas. No caso da proposta comercial citada, o BB diz que a mesma foi recebida, analisada, mas não foi contratada.
No caso de Wagner, as mensagens citam o ministro em negociação para apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino. Já Haddad é apontado em uma conversa de Pinheiro com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2013, então relator do projeto de rolagem da dívida de Estados e municípios com a União, que aprove a medida.
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