Índia “não tem medo” que Monsanto deixe o país, diante de disputa sobre algodão

Produtores na Índia e suas associações, incluindo uma afiliada ao partido do primeiro ministro Narendra Modi, têm se queixado de que a Monsanto superfatura seus produtos

Reuters

Na safra 2022/23, a área plantada de algodão da SLC superou 162 mil hectares
Na safra 2022/23, a área plantada de algodão da SLC superou 162 mil hectares

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SÃO PAULO – A empresa de sementes norte-americana Monsanto está convidada a deixar a Índia se não quiser reduzir os preços das sementes de algodão geneticamente modificado, como o orientado pelo governo, disse um ministro nesta quarta-feira, em um sinal de que a cisão entre Nova Délhi e a companhia está aumentando.

Os comentários vieram com o governo nacionalista do primeiro-ministro Narendra Modi esperando desenvolver suas próprias variedades de algodão geneticamente modificado no início do próximo ano para acabar com o domínio da Monsanto; a empresa controla 90 por cento da oferta de sementes de algodão.

Novas tecnologias são fundamentais para elevar a produtividade agrícola da Índia.

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Apesar dos ganhos que o algodão geneticamente modificado trouxe para mais de 7 milhões de produtores na Índia, alguns deles e suas associações, incluindo uma afiliada ao partido de Modi, têm se queixado de que a Monsanto superfatura seus produtos.

Pressionado para acalmar produtores atingidos por três safras consecutivas arruinadas devido ao clima ruim, o governo Modi impôs um corte de cerca de 70 por cento nos royalties que empresas locais pagam à Monsanto por sua tecnologia do algodão.

O regulador antitruste da Índia também está investigando se a empresa utilizou de maneira inapropriada sua condição de quase monopólio para aumentar taxas. Uma joint venture da Monsanto com uma empresa local disse que está confiante que as alegações vão se provar sem fundamento. A Monsanto levou o governo aos tribunais por causa dos royalties.