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A controladora de shoppings Iguatemi ([IGTI11]) divulgou nessa terça-feira (8) um resultado visto, majoritariamente, como positivo. Além disso, em teleconferência realizada hoje, os executivos do grupo deram alguns detalhes do que esperar para o futuro da empresa.
Apesar de analistas terem recebido bem os números, as ações unitárias da companhia, por volta das 13h, no entanto, recuavam 0,3%, a R$ 20,92.
“O Iguatemi apresentou resultados sólidos, superando levemente nossas previsões e o consenso, com um bom crescimento de 12,3% na receita na base anual [para R$ 302 milhões] e um forte FFO [fundos ajustados de operações], com alta de 49% no ano”, fala o time do Bradesco BBI, encabeçado por Bruno Mendonça.
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Durante a teleconferência, os líderes da companhia destacaram a importância das marcas de luxo para a performance entre julho e setembro. Recentemente, algumas de suas unidades abriram lojas de grifes internacionais como Gucci, Tiffany & Co e Zara.
Outros fatores apontados pela diretoria do Iguatemi foram a retomada dos serviços, principalmente com o cinema após as estreias dos filmes Barbie e Oppenheimer, bem como o trabalho da equipe para diminuir a inadimplência.
“Tivemos, na parte de serviços, um valor expressivo no aumento dos ganhos na base anual. Cinemas, ano passado, ainda estavam sofrendo muito. Depois de Barbie e Oppenheimer, neste ano, houve um impulso”, explicou a diretora executiva (CEO) Cristina Betts. “Em moda, que é o nosso carro chefe, também tivemos um ganho. Apesar de ser 5%, é algo expressivo por conta da base. Em alimentação, também estamos otimistas. A demanda está crescendo”.
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Resultados do Iguatemi são bem recebidos
De forma geral, o clima entre analistas e executivos, quanto aos resultados, foram amistosos.
O Bradesco BBI também destacou, por exemplo, a vacância, que ficou em 93,4% no fim de setembro, alta de 1,1 ponto percentual na base trimestral.
“Vale lembrar que inaugurações importantes que ocorreram no final do trimestre e outras que estão acontecendo neste quarto trimestre, devem contribuir para um aumento ainda maior da taxa de ocupação no último trimestre do ano, que é também o mais forte do varejo”, disse a Levante Investimentos.
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A casa de análise também destaca o aluguel mínimo que subiu 11% no ano, o aluguel percentual, com alta de 36,7%, e as locações temporárias, com alta de 19,1%. Em serviços, chama a atenção para a receita de estacionamentos, que subiu 19,1%, para R$ 51,2 milhões.
“Com relação aos custos e despesas, observamos uma queda importante tanto nos custos de aluguéis e serviços, de 3,4%, quanto nas despesas operacionais, que caíram 6,9%. É reflexo da redução do quadro de pessoal e de serviços de terceiros, principalmente relacionados a TI e consultorias”, elogiam.
“Como resultado, o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] ajustado consolidado exibiu um forte aumento de 35,9%, totalizando R$ 247,8 milhões no período, com margem Ebitda ajustado de 82,1%”, explicam.
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“A Iguatemi divulgou números fortes em mais um trimestre. A companhia conseguiu entregar uma melhora significativa em seu desempenho operacional no período, impulsionada pelo crescimento das vendas e pelos reajustes dos contratos de aluguel, que contribuíram para sua performance positiva no período, demonstrando a posição de destaque da companhia em relação ao setor”, fecha a Levante. “Os esforços em reduzir os custos condominiais seguem reduzindo o custo de ocupação para níveis cada vez mais saudáveis”.
O Itaú BBA, com sua equipe liderada por Daniel Gasparete, definiu que o Iguatemi “confirma a tendência positiva para os resultados no setor”.
“Destacamos a combinação de números operacionais fortes (crescimento de vendas de um dígito alto, inadimplência negativa e ocupação crescente, apesar de um contexto macro ainda desafiador”, dizem.
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No entanto, apesar da melhora do faturamento e de índices operacionais, o Iguatemi registrou uma queda de 8% do seu lucro líquido no ano, para R$ 59,7 milhões. Em grande parte, isso se deu pelos maiores gastos financeiros da companhia, com as despesas nesta frente totalizando R$ 96,4 milhões.
Foco em diminuir alavancagem
Os executivos da empresa, de olho nisso, afirmaram que a redução de alavancagem é o foco da companhia no momento.
“Desalavancagem, agora, é importante. É um movimento que depois nos dará oportunidade de fazer o que quisermos”, comentou Betts.
Por agora, o Iguatemi prefere ter uma posição um pouco mais conservadora.
“Em greenfields, estamos com algumas coisas no pipeline. O shopping Cruz Vermelha está em aprovação, não temos 100% do que precisamos”, falou a CEO, em relação ao projeto próximo do aeroporto de Congonhas.
Segundo a executiva, o apetite para levantar projetos do zero, por enquanto, “não está 100% lá”.
“Podemos pensar em expansões de unidades, é mais factível. Nossa ocupação está alta. Estamos vendo, alguns shoppings ficando sem espaço. As expansões estão mais próximas”, fala. “Temos um crescimento orgânico de torres e outros projetos. Greenfield, no entanto, fica mais para frente”.
Quanto a possíveis vendas, o diretor financeiro (CFO) do grupo, Guido Oliveira, afirmou que a companhia “tem a cultura de sempre avaliar seus ativos”. Recentemente, algumas concorrentes se desfizeram de shoppings menos lucrativos.
“Já vendemos Iguatemi Rio e o Iguatemi Florianópolis. Estamos sendo sondados para isso, assim como nosso concorrente”, explicou.
Por fim, os diretores destacaram que estão confiantes que cumpriram a maior parte do guidance e entregarão as metas próximas ao teto do intervalo proposto. Quanto ao e-commerce da empresa, o Iguatemi 365, a expectativa é chegar no positivo no período entre outubro e dezembro deste ano.
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