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Ibovespa tem leve baixa de 0,03%, mas vai melhor do que pares americanos; dólar avança 0,14%, a R$ 5,12

Enquanto índices tiveram fortes quedas no exterior, por conta da decisão do Federal Reserve, benchmark brasileiro demonstra resiliência

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve queda de 0,03% nesta quinta-feira (3), aos 116.896 pontos. Apesar de a variação do principal índice brasileiro ser negativa, ela ganha destaque positivamente ao se levar em consideração aquilo visto no exterior nos últimos dois pregões, uma vez que ontem a Bolsa brasileira ficou fechada por conta do feriado.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,46%, 1,06% e 1,73%. Na véspera, as quedas, por lá, foram de 1,55%, 2,50% e 3,36% – na mesma sequência.

“Quarto dia consecutivo de queda das bolsas globais e de alta dos juros. O movimento do mercado lá fora vem sendo uma extensão dos eventos relacionados à política monetária em vários países, mas em especial por conta daquilo apresentado pelo Federal Reserve nesta quarta-feira”, explica Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

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Nessa quarta, o Federal Reserve, banco central americano, aumentou a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, para o intervalo de 3,75% e 4%. Na coletiva após a decisão, as falas do presidente da instituição, Jerome Powell, foram interpretadas como mais duras do que o esperado.

Os treasuries yields para dez anos hoje subiram 9,2 pontos-base, a 4,153%. Os para dois anos foram a 4,712%, com mais 14,2 pontos.

Ajudou a impulsionar a curva de juros americana a publicação do número de pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos. Na semana encerrada no dia 29 de outubro, 217 mil pessoas entraram com o pedido do auxilio, número menor do que os 220 mil do consenso – sinalizando que a economia do país está mais aquecida do que o esperado.

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“Os mercados globais seguem digerindo a fala mais dura, no dia de ontem, do Powell. Ele reiterou um ciclo de juro alto mais duradouro, o que levou a mais um dia de queda nas bolsas mundiais”, explica Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, ganhou 1,47%, aos 112,99 pontos. Frente ao real, porém, a alta da moeda americana foi mais amena, de 0,14%, a R$ 5,125 na compra e a R$ 5,126 na venda.

A curva de juros brasileira, no entanto, avançou, acompanhando os treasuries. Os rendimentos dos DIs para 2025 ganharam 7,5 pontos, a 11,77%, e os dos DIs para 2027, quatro pontos, a 11,52%. Os DIs para 2029 e 2031 ganharam, ambos, oito pontos, a 11,63% e 11,70%.

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Mesmo com a alta dos juros, porém, as ações que mais se destacaram foram de empresas de crescimento e de varejistas – geralmente sensíveis à elevação das taxas.

As ações ordinárias da Méliuz (CASH3) ganharam 7,32%, as da Magazine Luiza (MGLU3), 6,80%, e as da Americanas (AMER3), 3,90%.

“No Brasil, o Ibovespa segue volátil. Após uma abertura em forte queda, refletindo a aversão a risco observada após decisão do Fed, o índice brasileiro fez um pregão de recuperação”, acrescenta De Checchi. “A Petrobras (PETR3;PETR4 anunciou dividendos hoje e as ações da companhia avançaram mesmo com a queda no preço do petróleo, o que contribuiu para sustentar, junto com B3 (B3SA3), Eletrobras (ELET3) e Localiza (RENT3), a alta do Ibovespa”.

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João Beck, economista e sócio da BRA, por fim, menciona que a Bolsa brasileira segue resiliente por conta do fato de as ameaças institucionais estarem perdendo força.

“A verdade é que se ativou dois gatilhos importantes de entrada de capital estrangeiro, um deles foi a consolidação de uma transição democrática”, levanta Beck. “O segundo gatilho foi a eleição de um presidente que transmite uma imagem de menos caos político e mais relação institucional republicana. Dito isso, desde segunda-feira, nossa Bolsa tem recebido um fluxo relevante de dinheiro estrangeiro que derruba o dólar e impulsiona o Ibovespa”.

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