Ibovespa sobe pelo 5º pregão seguido, encosta nos 120 mil pontos e tem melhor semana em quase dois anos

Mercado repercutiu bom humor nos Estados Unidos e pesquisas eleitorais mais favoráveis para ações de estatais, segundo analistas

Mitchel Diniz

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O Ibovespa emplacou sua quinta sessão consecutiva de alta e retomou uma pontuação que não era vista desde março deste ano. A Bolsa brasileira encontrou apoio no desempenho de Wall Street, onde os índices também fecharam em forte alta. E até commodities como petróleo e minério avançaram, sendo mais uma garantia para um pregão positivo por aqui. Mas, tirando a influência externa, o Ibovespa voltou a reagir às últimas pesquisas eleitorais, que apontam uma diferença menor de intenção de votos entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

“Hoje há uma visão bem mais clara de que, para o mercado e as estatais, a vitória de Bolsonaro seria melhor”, declara Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Em algumas das últimas pesquisas eleitorais, o atual presidente e candidato à reeleição aparece tecnicamente empatado com Lula.

“Muito em função do mercado entender que Bolsonaro tem chances de ganhar no segundo turno trouxe um fluxo comprador muito forte para esses setores, concentrado em Petrobras e Banco do Brasil”, afirma Victor Paganini, analista CNPI-P da Quantzed.

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A Petrobras (PETR3;PETR4) ficou entre as maiores altas do Ibovespa durante a maior parte do dia. Os papéis da petrolífera fecharam em alta de mais de 3%. Banco do Brasil (BBAS3), outra estatal de peso do índice, fechou em alta de 2,48%.

Sabesp (SBSP3) acumulou alta de mais de 7% na semana, com as pesquisas mais recentes apontando a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governador de São Paulo no segundo turno. O ex-ministro de Bolsonaro tem planos de privatizar a estatal de saneamento.

Entre as maiores baixas, um outlier: MRV (MRVE3) fechou em baixa de 7,18% em um pregão no qual poucas ações fecharam em baixa. A empresa do setor de construção é sensível a juros altos. A perspectiva de que a Selic vai ser mantida em patamares elevados enquanto as taxas estiverem subindo nos Estados Unidos é uma das explicações para o movimento. Mas analistas dizem que a empresa continua sendo penalizada por resultados operacionais mais fracos do que o esperado.

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A gangorra pendeu para o lado positivo e o Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira em alta de 2,35%, aos 119.928 pontos, maior pontuação em quase sete meses. O volume negociado no dia ficou em R$ 40,5 bilhões. Na semana, o índice acumulou alta de 7%. Foi o maior desempenho semanal da Bolsa desde novembro de 2020.

Na contramão da Bolsa, o dólar fechou em queda de 1,33%, a R$ 5,147 na compra e R$ 5,148 na venda. Na semana, a moeda americana acumulou queda de 3,3%.

Os juros futuros tiveram um alívio hoje e os contratos de maior liquidez operavam em baixa na sessão estendida: DIF25 caía 4 pontos, a 11,6%; DIF27 também recuava 4 pontos, a 11,50%; DIF29 em baixa de 5 pontos, estava em 11,64%; e DIF31 recuava 4 pontos, a 11,73%.

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Em Nova York, assim como o Ibovespa, as Bolsas fecharam em forte alta. Investidores seguem repercutindo balanços melhores do que o esperado das empresas americanas. Além disso, os índices teriam repercutido uma reportagem do Wall Street Journal sobre preocupação dos membros do Fed com uma alta exagerada de juros.

O Dow Jones subiu 2,47%, aos 31.083 pontos; o S&P 500 avançou 2,38%, aos 3.753 pontos; e a Nasdaq teve alta de 2,31%, aos 10.859 pontos

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados