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Ainda que tenha operado entre perdas e ganhos durante a maior parte do dia, o último pregão de janeiro também foi de alta para o Ibovespa. Assim, um dos principais índices de referência da Bolsa tem seu melhor desempenho mensal em mais de um ano, ao contrário de Wall Street que amargou perdas expressivas no primeiro mês de 2022.
O Ibovespa terminou a sessão de hoje aos 112.143 pontos, em alta de 0,21%. O volume negociado ficou em R$ 30,38 bilhões. Em janeiro, a Bolsa subiu 6,98% – foi o melhor desempenho mensal para o índice desde dezembro de 2020. Além disso, foi o segundo mês consecutivo de alta para o Ibovespa, que já havia subido quase 3% em dezembro.
A entrada de capital estrangeiro na Bolsa explica essa guinada do Ibovespa. Os analistas dizem que as ações brasileiras começaram 2022 descontadas, criando oportunidades de compra para os “gringos”, que ainda tem a seu favor o real desvalorizado. Esse movimento também tem sido responsável pela pressão negativa em cima do dólar, que recuou hoje para a menor cotação em mais de quatro meses.
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A moeda americana terminou o dia em baixa de 1,56%, valendo R$ 5,305 na compra e R$ 5,306 na venda. No mês, a moeda americana recuou 4,86%.
A sessão foi de queda, predominante, para os juros futuros: DIF23, +0,01 pp, a 12,25%; DIF25, -0,13 pp, a 11,22%; DIF27, -0,15 pp, a 11,17%; e DIF29, -0,14 pp, a 11,30%.
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Os contratos com vencimento mais curto refletem as revisões para cima das previsões para a inflação em 2022 e 2023, segundo o relatório Focus.
As Bolsas em Nova York fecham em alta, mas sofrem perdas expressivas no acumulado de janeiro.
Nesta segunda-feira, o Dow Jones fechou em alta de 1,17%, a 35.131 pontos. No mês, contudo, o índice recuou 3,32%. O S&P 500 avançou 1,89%, a 4.515 pontos, no pregão de hoje. Em janeiro, o índice caiu 5,30%, pior desempenho desde março de 2020. A Nasdaq, que subiu 3,41% hoje, a 14.239 pontos, também teve a pior performance mensal desde o início da pandemia, recuando 8,98% em janeiro.
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Tendência de alta vai continuar?
O mês de fevereiro começa com uma série de eventos adversos no exterior. Além do iminente aumento na taxa de juros dos Estados Unidos, previsto para março, o mercado acompanha a possibilidade de uma guerra entre Ucrânia e Rússia com participação maciça da comunidade internacional. Outro fator de incerteza é a pandemia, com o surgimento de uma nova variante da Ômicron.
“Se os problemas lá fora não se mostrarem tão graves, provavelmente teremos um fevereiro positivo, porque o estrangeiro está comprando o Brasil e tudo indica que ainda há mais espaço para esse movimento”, explica Fabricio Gonçalvez, CEo da Box Asset Management.
César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, acredita que o mercado está mais apreensivo com o cenário no exterior e diz que o Brasil já vinha “fazendo a lição de casa com a inflação” desde o ano passado, subindo juros, enquanto o ciclo de aperto monetário está prestes a começar nos Estados Unidos.
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“A volatilidade lá fora vai continuar enquanto não ficar claro quantas vezes o Federal Reserve vai subir os juros. O Banco Central americano está aguardando números, indicadores de inflação. A inflação está se segurando em um patamar alto e isso incomoda a autoridade monetária”, afirma Mikail.
Para Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria, a volta dos trabalhos em Brasília tende a prejudicar o desempenho da Bolsa. “Entramos em um ano eleitoral, sem reformas estruturais. Não há gatilho positivo para o Ibovespa”, explica. “É mais provável termos pautas negativas, do ponto de vista fiscal, do que positivas, em termos de reformas”, conclui.
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