Ibovespa sobe 0,60% e volta aos 69 mil pontos pela 1ª vez desde 23 de abril

Mesmo com clima instável nas bolsas externas, benchmark se valoriza, puxado pelo bom desempenho das siderúrgicas

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Apesar do clima instável nos principais mercados externos, o Ibovespa sustentou a alta auferida ao final da manhã e fechou a terça-feira (28) com valorização de 0,60%, a 69.227 pontos. Esta é a primeira vez que o índice encerra acima dos 69 mil pontos desde 23 de abril. O volume financeiro da sessão foi de R$ 6,067 bilhões.

Por aqui, depois seus novos ativos estreiarem com valorização na BM&F Bovespa, as ações preferenciais da Petrobras mantiveram a trajetória positiva e fecharam em alta. Já os ativos ordinários encerraram o pregão em queda. Nesta terça, a estatal voltou ao noticiário por voltar a negociar investimentos na Bolívia, cinco anos após expropriações. Além disso, a petrolífera também comunicou que a fatia da União em suas ações ordinárias subiu para 64% após a capitalização. A participação total do Governo Federal, BNDES e Fundo Soberano no capital ficou em 48%.

As siderúrgicas ocuparam a ponta positiva do índice. A Usiminas foi destaque no noticiário após ter assinado na última segunda-feira contrato de joint venture com a Sumitomo para desenvolver um projeto de exploração e operação de ativos minerários na região da Serra Azul, em Minas Gerais.

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Além disso, as ações passaram a ser negociadas nesta terça-feira sob forma “ex-desdobramento”. Em 24 de agosto deste ano, o conselho de administração da siderúrgica aprovou a proposta de desdobramento das ações da companhia na razão de 1 para 2.

Além da Usiminas, tanto Gerdau como a CSN também figuram entre os principais ganhos do Ibovespa. As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,96 +3,00 +22,57 212,84M
 NETC4 Net PN N2 22,30 +2,76 -7,08 11,17M
 USIM5 Usiminas PNA 23,10 +2,67 -6,20 124,34M
 CSNA3 Sid Nacional ON 29,55 +2,53 +9,01 117,60M
 CIEL3 Cielo ON 15,00 +2,46 +5,33 75,76M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 DTEX3 Duratex ON 17,84 -2,51 +11,00 24,14M
 CSAN3 Cosan ON 24,41 -2,36 -2,74 30,48M
 TMAR5 Telemar NLeste PNA 45,16 -2,34 -27,41 6,96M
 TNLP3 Telemar ON 31,60 -1,99 -22,87 5,74M
 ECOD3 Brasil EcoDiesel ON 0,99 -1,98 -9,17 8,51M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 Petrobras PN 26,70 +0,75 925,27M 890,58M 23.514 
 VALE5 Vale PNA 45,90 +0,66 767,59M 694,24M 17.085 
 PETR3 Petrobras ON 30,08 -0,56 315,17M 226,34M 9.389 
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,96 +3,00 212,84M 328,89M 7.834 
 BVMF3 BMFBovespa ON 14,50 +1,61 199,74M 187,89M 19.341 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Além disso, a Redecard também se destacou no noticiário da sessão, após anunciar ter celebrado junto à China Union Pay acordo por meio do qual a partir de 2011 passará a realizar transações de crédito e débito da bandeira asiática no Brasil. Os papéis fecharam em alta.

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Fora do índice, a Hering também figurou entre as altas do dia, com avanço de mais de 3%. A empresa divulgou a realização de um estudo para avaliar o potencial de expansão da rede Hering Store. “A partir dos resultados levantados, o potencial atual da rede foi estimado em 604 lojas, o que confirma o otimismo da administração em relação às perspectivas de crescimento da rede Hering Store”, disse a empresa na noite passada através de comunicado.

Destaques domésticos
No front doméstico, o mercado avaliou o resultado do Governo Central – que inclui Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social – em agosto, marcando um superávit primário de R$ 4 bilhões, bem acima do saldo positivo visto em julho, de R$ 842,5 milhões. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional e mostram que o Governo Central obteve receitas líquidas de R$ 57,8 bilhões, contra despesas totais de R$ 53,8 bilhões no período.

Também em foco na cena interna ficaram as declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acerca dos desequilíbrios atuais do mercado de câmbio internacional. De acordo com ele, existe um “problema cambial muito sério que precisa ser resolvido”. O presidente do BC destacou que está em aberto a possibilidade de aumento no imposto sobre capital estrangeiro. Meirelles lembrou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também já sinalizou esta possibilidade. “O governo brasileiro nunca descartou (o aumento do IOF). (…) Se nós não lidarmos com a excessiva desvalorização de moedas pelo mundo, o Brasil vai perder competitividade no mercado internacional”, disse Meirelles em palestra realizada em Londres.

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Cenário externo
Nos EUA, a Conference Board divulgou que o indicador que mede a confiança do consumidor norte-americano marcou 48,5 pontos neste mês de setembro, patamar bem abaixo das expectativas do mercado, que indicavam 53 pontos. Vale ressaltar que os dados apontados mostram sinais de piora em comparação com o mês de agosto, cujo resultado foi revisado de 53,5 pontos para 53,2 pontos.

Ainda por lá, outra divulgação foi o relatório S&P/Case-Schiller avaliando que os preços dos imóveis norte-americanos subiram 3,18% em julho na base de comparação anual. O avanço foi menor do que as expectativas de mercado, que giravam em torno de 3,3% para o período.

Na Europa, predominou um clima de tensão em meio a possibilidade de rebaixamento do rating de países como Espanha e Irlanda. Na última segunda-feira, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da dívida sênior do Anglo Irish Bank em três níveis, levando-a ao menor patamar dentro do grau de investimento, além de mantê-la em revisão para possível novo corte. Além disso, as agências Standard & Poor’s e a Fitch afirmaram que poderão cortar novamente o rating da Irlanda, justamente devido ao alto custo na operação de resgate do Anglo Irish Bank.

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Amenizando um pouco o clima adverso, no Reino Unido, houve a divulgação de crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e dados otimistas sobre vendas no varejo.

Dólar
O dólar comercial terminou esta terça-feira cotado na venda a R$ 1,71, mesma cotação vista no fechamento anterior. O equilíbrio entre as pontas vendedora e compradora foi visto durante praticamente todo o dia, com os investidores avaliando os sinais negativos da economia internacional e as declarações de Henrique Meirelles.

A autoridade monetária brasileira manteve ativo seu ciclo de intervenções no mercado cambial, ao realizar um leilão de compra de dólares entre as 12h20 e as 12h25 (horário de Brasília). Contudo, assim como na sessão anterior, o BaCen deixou de realizar uma segunda rodada de compras no final do dia, como foi feito nas últimas semanas.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou em alta. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2013, fechou com taxa de 11,93%, alta de 0,06 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,22% em relação ao fechamento anterior, cotado a 138,25% do valor de face.

O Risco-País registrou variação positiva de 4 pontos-base em relação ao fechamento anterior, encerrando o dia em 211 pontos-base.

Bolsas Internacionais
O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou  em leve alta de 0,49% e atingiu 1.148 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Dow Jones valorizou-se 0,43% a 10.858 pontos, da mesma forma, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, subiu 0,41% a 2.380 pontos.

Na Europa, o oi índice FTSE 100 da bolsa de Londres  registrou leve alta de 0,09% e atingiu 5.578 pontos; enquanto o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt  desvalorizou-se 0,04% a 6.276 pontos. Já o CAC 40 da bolsa de Paris fechou em leve baixa de 0,10%, atingindo 3.762 pontos.

Confira os eventos previstos para quarta-feira
No front doméstico, logo pela manhã o mercado deve ficar atento a divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que deve mostrar a oscilação dos preços no País ao longo do mês de setembro. O dado será revelado pela Fundação Getulio Vargas.

Ainda na cena interna, atenção também deve recair sobre a Nota de Política Fiscal de agosto. O documento será apresentado pelo Banco Central do Brasil.

Lá fora, foco para os níveis semanais dos estoques de petróleo, que farão parte da agenda de indicadores norte-americana.

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