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Ibovespa sobe 0,12% em dia marcado pela volatilidade, entre alta do petróleo e maior aversão ao risco

De um lado, alta do petróleo puxa companhias brasileiras do setor; do outro, aversão global ao risco continua pressionando índices

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,12% nesta quarta-feira (27), aos 114.327 pontos. Apesar de, à primeira vista, parecer que o dia foi morno ao olhar para o dado final do índice, o benchmark foi marcado pela volatilidade, de olho no cenário macro.

Na mínima do dia, o benchmark local chegou a cair 0,73%, aos 1113.365 pontos, enquanto na máxima bateu uma alta de 1%, aos 115.340 pontos. De um lado, a alta das petroleiras ajudou a puxar o Ibovespa para cima enquanto, do outro, o pessimismo no mercado externo segurou o índice para baixo, impedindo um ganho maior.

“Hoje o dia estava propício para as empresas do setor de petróleo puxarem a Bolsa para cima, mas ela foi contagiada pelo cenário externo de aversão ao risco e negativou”, fala André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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” O mercado tem digerido uma taxa de juros global mais alta e que deve perdurar por mais tempo. Quando a gente olha para o dólar comercial, ele operou com ganhos frente ao real”, completa.

Na última semana, o Federal Reserve manteve a fed funds a taxa básica norte-americana no intervalo de 5,25% a 5,50% – mas falas do presidente da instituição, Jerome Powell, foram mais duras do que o esperado.

Já nesta, a perspectiva de que um shutdown pode atingir o executivo da maior economia do mundo, com o Congresso não chegando a um consenso sobre o orçamento do país, aumentou o risco e empurrou ainda mais os treasuries yields para cima.

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“O rendimento do T-note de 10 anos sobe, fazendo com que o investimento global saia dos ativos de riscos, principalmente dos países emergentes, e corra para os investimentos mais seguros, caso dos treasuries. Por mais que no Brasil já tenha começado o ciclo de queda da Selic, o risco de contágio ao crescimento econômico do mundo pesa”, completa o especialista da Manchester.

Os treasuries yields para dois anos ganharam seis pontos-base, a 5,137%, e os para dez anos, a 5,2 pontos, a 4,61%. O dólar ganhou força mundialmente, com o DXY, que mede sua força frente outras divisas de países desenvolvidos, avançando 0,42%, aos 106,68 pontos. Frente ao real a alta foi de 1,22%. O Dow Jones caiu 0,20%, enquanto S&P 500 e Nasdaq subiram 0,02% e 0,22%.

Se as falas do Fed e o risco fiscal no governo americano não fossem o suficiente para pressionar os ativos de risco, o preço do petróleo também avançou, aumentando o temor de alta da inflação mundo afora.

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Os preços do petróleo alcançaram novas máximas após os dados de estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos, que mostraram queda acima do esperado na semana passada, enquanto os estoques de gasolina e outros derivados aumentaram, informou a Administração de Informação de Energia (AIE) nesta quarta-feira.

Após a publicação dos dados, os contratos do petróleo Brent e do petróleo dos EUA (WTI) ampliaram altas e fecharam nas máximas. O contrato do WTI com vencimento em novembro subiu 3,64%, a US$ 93,68 o barril, no maior patamar desde agosto de 2022.

As petroleiras, como já mencionado, seguraram o Ibovespa no verde. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram, respectivamente, 3,71% e 3,17%, as ordinárias da PetroReconcavo (RECV3), 4,61%, e as da PRIO (PRIO3), 2,92%.

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A curva de juros brasileira, contudo, teve alta considerável. Os DIs para 2025 subiram 10 pontos-base, a 10,89%, e os para 2027, 12 pontos, a 11,00%. Os contratos DIs para 2029 ganharam três pontos, a 11,50%.

“Os preços do petróleo estão em alta, aumentando ainda mais as preocupações sobre pressões inflacionárias e a necessidade de manter as taxas de juros em níveis elevados por mais tempo. No Brasil, a curva futura de juros também está em alta, principalmente nos prazos mais longos”, explica Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

Do outro lado do Ibovespa, com o avanço das taxas dos juros, ficaram companhias ligadas ao mercado interno, de crescimento e mais endividadas. As ações ordinárias do Grupo Casas Bahia (BHIA3), antiga Via, caíram 5%, as do GPA (PCAR3), 2,99%, e as do Magazine Luiza (MGLU3), 2,86%.

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