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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,11% nesta sexta-feira (17), aos 124.773 pontos, e acumulando um ganho de 3,49% na semana, renovando máxima desde 29 de julho de 2021. Para isso, ele contou com ajuda de um novo recuo dos juros e das ações de companhias do setor de óleo e gás.
Mais uma vez, o principal índice da Bolsa brasileira surfou na esteira de uma queda dos juros futuros. As taxas dos contratos caíram novamente com ajuda da notícia de que o Governo Federal manterá a meta de déficit zero em 2024 inalterada, o que afasta o risco fiscal, e também após a publicação do IBC-Br de setembro.
Considerado “uma prévia do produto interno bruto”, o índice trouxe uma queda de 0,06% em setembro, frustrando a expectativa dos analistas, que esperavam uma alta de 0,20%. Ele sinaliza que a economia brasileira está menos aquecida do que o esperado, o que deve levar a uma inflação menor.
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“Indica o arrefecimento da economia e dá margem para juros menos restritivos, combinando-se ainda à intenção do poder executivo em cumprir suas ambições fiscais”, fala João Guilherme Caenazzo, sócio da Aware Investments.
Os DIs para 2025 perderam 4,5 pontos-base, a 10,45%, e os para 2027, 1,5 ponto, a 10,30%. As taxas dos contratos para 2029 recuaram dois pontos, a 10,71%, e os para 2031, dois pontos, a 10,91%.
Apesar do recuo dos juros, companhias ligadas ao mercado interno tiveram um dia de realização, após uma sequência de fortes altas, e caíram. As ações ordinárias da CVC (CVCB3), as preferenciais da Alpargatas (ALPA4) e as ordinárias da Cogna (COGN3) figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa.
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Além disso, repercutiram a notícia no fim do pregão do jornal O Globo de que, segundo interpretação de técnicos do Ministério da Fazenda, a regra de crescimento real de despesas do novo arcabouço fiscal limita o bloqueio de despesas a R$ 25 bilhões no próximo ano, o que garante um aumento mínimo de 0,6% acima da inflação. Com isso, estaria afastada a hipótese de um contingenciamento de até R$ 53 bilhões, que corresponde à 25% da despesa discricionária do exercício.
Segundo a equipe de análise macro da XP, a interpretação enfraqueceria a credibilidade do arcabouço fiscal. “A nova regra fiscal já está sob questionamento em seu primeiro ano de funcionamento por conta das discussões sobre a possível mudança da meta de resultado primário. Se o governo adotar a interpretação conforme descrito na matéria, a credibilidade do arcabouço será ainda mais questionada, o que não colabora para ancorar as expectativas de estabilização da dívida pública – afetando inflação e juros futuros”, apontou.
Nos Estados Unidos, o pregão foi mais parado. Os treasuries yields para dez anos ficaram estáveis, a 4,441%, após as fortes quedas que sucederam as publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na terça-feira, a inflação ao produtor, na quarta. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram leves altas de, respectivamente, 0,01%, 0,13% e 0,08%.
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“Hoje foi um dia um pouco sem direcional. Foi mais vazio em relação à agenda econômica, sem nada que impacte muito diretamente o mercado”, fala Rafael Schmidt, sócio da One Investimentos.
Quem segurou o Ibovespa no verde, evitando uma queda causada pela realização, foram as companhias ligadas ao setor de commodities.
“O bom humor em relação a gigante do petróleo é explicado pela recuperação do preço do petróleo em mercados internacionais, após sinalizações da Opep + (cartel de produtores da commodity e aliados) de que considera a possibilidade de cortes adicionais na produção de petróleo, a serem definidos na próxima reunião do grupo no final desse mês”, fala Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.
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As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), com peso importante no Ibovespa, subiram 4,22% e 3,26%, acompanhando a alta de 4% do barril Brent, que foi a US$ 80,51.
O dólar, por fim, subiu 0,73% frente ao real, a R$ 4,905 na compra e a R$ 4,906 na venda.
“O dólar se valorizou ante o real, que teve um desempenho bem abaixo dos seus pares, com um provável aumento da demanda pela moeda norte-americana para aproveitar o câmbio favorável para remessas ao exterior”, contextualiza Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
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