Ibovespa futuro sobe, descolado do exterior; dólar e juros futuros também avançam

Inflação continua no radar do mercado, após confirmação de novos embargos ao petróleo russo e avanço dos preços na Europa

Mitchel Diniz

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa futuro opera em alta nos primeiros negócios desta terça-feira (31), descolado do pré-mercado no exterior. O último pregão de maio é marcado por melhora de indicadores na China e piora do cenário inflacionário na Europa.

“O embargo ao petróleo russo aumenta o temor de uma inflação ainda maior e mais aperto monetário dos Banco Centrais”, Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.

Por aqui, o noticiário corporativo joga o holofote mais uma vez sobre a Petrobras (PETR3;PETR4), empresa de peso na carteira do Ibovespa. O Ministério de Minas e Energia formalizou pedido de inclusão da petrolífera no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para desestatizar a empresa.

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“Foi uma surpresa. Não dá para dizer como o mercado vai receber isso, mas mostra o sufoco do governo, tentando ver o que faz com o preço do combustível”, diz Bresciani.

Às 9h08 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro para junho operava em alta de 0,5%, aos 111.680 pontos.

O dólar comercial subia 0,23% a R$ 4,764  na compra e R$ 4,765 na venda.

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Os juros futuros operam em alta: DIF23, +0,03 pp, a 13,43%; DIF25, + 0,06 pp, a 12,46%; DIF27, + 0,08 pp, a 12,30%; e DIF29, +0,08 pp, a 12,40%.

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As Bolsas americanas, que fecharam ontem por conta do feriado do Memorial Day, voltam a operar nesta terça-feira com o desafio de manter os ganhos obtidos na semana passada. O pré-mercado, porém, indica abertura em baixa para os índices.

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O Dow Jones futuro ai 0,57%, enquanto os futuros do S&P 500 e Nasdaq recuam, respectivamente, 0,48% e 0,07%.

A agenda do dia prevê encontro entre presidente dos EUA, Joe Biden, e o chairman do Banco Central americano, Jerome Powell, na Casa Branca. Os dois devem discutir o estado da economia local e global, em um momento no qual o Federal Reserve conduz uma política de aperto monetário e de retirada de estímulos, como a redução de seu balanço, prevista para começar em junho.

Na Europa, a maioria das Bolsas opera em queda após dados inflacionários e embargo ao petróleo russo. O Stoxx 600, índice que reúne empresas de 17 países do continente, cai 0,36%.

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A inflação da Zona do Euro avançou 0,8% entre abril e maio e chegou a 8,1%, superando as expectativas de analistas (que apostavam em uma alta para 7,8%), e atingindo mais um recorde para o mês. Os preços foram impulsionados por um aumento de 39,2% nos custos de energia e de 7,5% nos alimentos.

Na Alemanha, a inflação atingiu 8,7% em maio, ante uma expectativa de avanço para 8%. A inflação francesa também superou as expectativas em maio para um recorde de 5,8%, ante 5,4% em abril, mostraram dados preliminares nesta terça-feira.

A cúpula europeia chegou a um acordo sobre o boicote ao petróleo russo, permitindo um embargo a “mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando assim um grande recurso com o qual Moscou financia a sua máquina de guerra”.

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Na Ásia, os aguardados índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) melhoraram em maio, mas ainda indicam contração (pois estão abaixo de 50). O PMI industrial subiu de 47, em abril para 49,6 em maio, superando as expectativas do mercado. Já o PMI não-manufatureiro, que acompanha serviços e construção, foi de 41,9 para 47,8.

Os números acompanham esforços das autoridades chinesas para impulsionar a economia do país em meio a novos lockdowns, por conta da explosão de casos de coronavírus. Amanhã (1) as medidas restritivas devem ser suspensas em Xangai, capital financeira da China continental.

No Japão saíram dois importantes indicadores de atividade econômica. As vendas no varejo, que desaceleraram em abril, crescendo 0,8% na comparação com março e 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado (acima da expectativa). E a produção industrial que despencou 4,8% na comparação anual, mais do que o mercado esperava. A taxa de desemprego no país avançou para 2,5% no mesmo mês.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“O dia de ontem foi de queda no IBOV, mas ainda nada muito relevante para uma reversão do último movimento de alta. Enquanto se mantiver acima dos 109.000, ainda espero por teste na resistência de 115.000.”

Dólar

“Fechou o dia com um candle forte de alta e bem próximo do suporte de R$ 4,650. Se hoje passar acima da máxima desse candle, sugere um movimento de alta. No gráfico diário, o movimento de queda está esticado e, por enquanto, podemos pensar em repique para os próximos pregões.”

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados