IM Trader
Conteúdo editorial apoiado por

Ibovespa fecha em alta de 1,46% nesta segunda e sobe 3,27% em julho: o que puxou o índice?

Índice engatou quarto mês seguido de ganhos, dessa vez puxado principalmente por ações de commodities

Vitor Azevedo

Publicidade

O Ibovespa fechou julho com um avanço de 3,27%, na quarta alta mensal seguida do índice. No dia, o benchmark subiu 1,46%, a 121.942 pontos, sendo que na máxima atingiu 122.148 pontos.

No último pregão do mês, nesta segunda-feira (31), o principal índice da Bolsa brasileira subiu com ajuda das exportadores de commodities e da nova política de dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4), além de o mercado monitorar também a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana.

As ações ordinárias e preferenciais da petroleira estatal ganharam cerca de 5,2% e 4,5%, respectivamente, após o anúncio de que a companhia irá manter boa parte da sua atual política de dividendos – apesar de alguns analistas verem riscos “nos detalhes”.

Continua depois da publicidade

Outros papéis de exportadoras de commodities, caso da BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e São Martinho (SMTO3) avançam na esteira do anúncio  de que a China irá implementar medidas para aumentar o consumo no país. As ações ordinárias da Vale (VALE3), com peso importante no índice, e da CSN (CSNA3) também ficam entre os destaques, uma vez que a perspectiva é que o setor imobiliário ganhe alguns estímulos.

“Grande parte da alta de hoje é reflexo da Petrobras, que subiu com sua política de dividendos, e da Vale, que avançou mais de 2%. Esta é muito puxada  por indícios que a China começará uma política de incentivos ao consumo”, explica Milena Araújo, estrategista de investimentos da Nexgen Capital. “A mesma coisa se dá no setor de proteínas”.

Fora as exportadoras de commodities, companhias ligadas ao mercado interno também avançam consideravelmente, com investidores monitorando a decisão do Copom. Os papéis ordinários da Magazine Luiza (MGLU3) ganham quase 4%, os da Locaweb (LWSA3), 3,5%, e os da Petz (PETZ3), 2,50%.

Continua depois da publicidade

Exportadoras foram destaque do Ibovespa em julho

O último dia de julho acaba ilustrando uma tendência vista no restante do mês. De acordo com Luis Azevedo, responsável pela área de equity research da Oriz Partners, os últimos trinta dias foram marcados, justamente, por altas mais fortes de companhias ligadas ao setor de commodities.

As ações ordinárias da PRIO (PRIO3) ficaram entre as maiores altas do período, com mais de 23% de alta, bem como as da 3R Petroleum (RRRP3), que subiram cerca de 19%. As preferenciais da Gerdau (GGBR4) e as ordinárias da CSN (CSNA3) subiram, na sequência, quase 17% e 14%.

“Destaques do mês de julho ficou para setores ligados a commodities, seguindo a recuperação do preço dos produtos. Também observamos boa valorização de alguns setores ligados a economia local, que em nossa opinião, reflete a expectativa do movimento de queda de juros, como por exemplo os setores de: saúde, educação e incorporação imobiliária”, expõe.

Continua depois da publicidade

A perspectiva, cada vez mais forte, de que a economia dos Estados Unidos não irá entrar em uma recessão e de que a China vai buscar o crescimento de 5% no ano, mesmo que com estímulos, puxam os preços dos produtos não manufaturados.

“As commodities também voltam a ganhar força com o estímulos chineses. O petróleo Brent subiu quase 14% no mês, e o minério de ferro pode ter movimento parecido. Assim, vemos um bom upside para as ações da Vale que ainda não conseguiram acompanhar o rali de outros setores do Ibovespa”, fala Pedro Canto, analista da CM Capital.

Em julho, as exportadoras tomaram o lugar das companhias mais ligadas ao mercado interno, que vinham puxando o Ibovespa nos meses anteriores. Estas, no entanto, continuaram majoritariamente a avançar. As ações ordinárias da Méliuz (CASH3) ganharam quase 27%, as da MRV (MRVE3), 20%, e as da Cyrela (CYRE3), 19%.

Continua depois da publicidade

O Banco Central local deve cortar os juros básicos em 0,25 ponto percentual quando se reunir na terça e na quarta desta semana, de acordo com economistas consultados pela Reuters. Mas operadores do mercado financeiro se mostravam mais divididos, embutindo probabilidade de cerca de 60% de uma redução de meio ponto, com 40% de chance de um ajuste mais brando.

Agosto começa com Copom

“Iniciamos agosto com a reunião do Copom e o iminente corte de juros. Ainda não há consenso se o corte será de 25 ou 50 pontos-base, mas o fato é que ele virá. Corroborando o bom momento, temos outros bancos centrais como o Federal Reserve e o BCE indicando que o fim do ciclo de aperto monetário está próximo do fim (o mercado futuro nos EUA precifica que o ciclo já se encerrou)”, comenta Canto.

Circulou hoje o comentário de que a decisão do Banco Central chileno, de cortar a taxa básica de juros por lá em um ponto percentual na última sexta, pode pressionar a autoridade monetária brasileira a ser mais agressiva em sua decisão.

Os DIs para 2024 perderam 2,5 pontos-base, a 12,58%, e os para 2025, quatro pontos, a 10,60%. As taxas dos contratos para 2027 recuaram 10 pontos, a 10,13%, e as dos contratos para 2029, 13 pontos, a  10,50%. Os DIs para 2031 pagam 10,73%, com menos 15 pontos.

Nos EUA a perspectiva de que o Federal Resere encerrou o seu ciclo de alta dos juros também puxou os índices durante o mês. Apesar dos ganhos tímidos de hoje, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 3,34%, 3,11% e 4,05%, surfando, além de no enfraquecimento da inflação, no sinais de que a economia americana ainda está aquecida.

“Nos Estados Unidos, com o PCE, que veio na última sexta-feira, a chance de manutenção dos juros para a próxima decisão do FED já está bem alta, então isso também impulsiona o mercado para cima. Ou seja, o cenário aqui, na minha opinião, é bem interessante e com apetite para o risco global maior, por isso que a nossa bolsa, na minha opinião, sobe e leva as ações lá para cima”, fala Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Com essa perspectiva, junto com a alta das commodities, o dólar perdeu força frente ao real em julho, recuando 1,2%. No pregão de hoje a moeda americana ficou praticamente estável, com menos 0,03%, a R$ 4,729 na compra e a R$ 4,73 na venda.

(Com Reuters)

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.