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Ibovespa fecha em queda de 0,73%, melhor do que pares internacionais; dólar sobe a R$ 5,39

Investidores focam cenário, com maior aversão ao risco por dados nos EUA, e eleições no Brasil ficam em segundo plano

Vitor Azevedo

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O Ibovespa recuou 0,73% nesta quinta-feira (29), aos 107.664 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, apesar da queda, teve performance melhor do que a maioria dos índices internacionais.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,54%, 2,11% e 2,84%.

“Tivemos um dia de aversão a risco forte e mercados trabalhando com tom de pessimismo mundo afora”, disse Leandro Petrokas, diretor de research  da Quantzed.

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“O grande destaque de hoje fica para os dados de pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos, que vieram abaixo da estimativa, mostrando uma força de trabalho forte e um mercado aquecido, o que gera preocupações com a inflação”.

Na semana encerrada no dia 24 de setembro, o número de pedidos de seguro-desemprego nos EUA ficou em 193 mil, ante 215 mil do consenso.

Isso pressionou ainda os treasuries yields, com a perspectiva de que o Federal Reserve pode ter de elevar ainda mais a taxa de juros – os títulos com vencimento em dez  anos foram a 3,771%, com alta de 6,4 pontos-base, e os para dois anos foram a 4,182%, alta de 8,8 pontos.

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“Também tivemos uma fala de um membro do Fed, com tom mais hawkish, mais duro, afirmando que a instituição vai continuar vigilante em relação à inflação e não tem nenhuma previsão de arrefecimento das taxas de juros, o que preocupa os investidores”, completa Petrokas, mencionando o discurso de Loretta Mester.

Mester defendeu, entre outras coisas, que o Fed continuará em sua busca para frear a inflação, mesmo que isso leve a uma recessão.

Pesou também no sentimento mundial o fato de a Bolsa de Metais de Londres estar considerando banir a negociação das commodities russas. Isso acontece em meio à decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de anexar, nesta sexta-feira, territórios da Ucrânia.]

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De forma geral, o sentimento externo acaba por minimizar, inclusive, as preocupações com a eleição brasileira.

Índice global de dólar recua

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, mesmo com a aversão ao risco, fechou em queda de 0,40%, aos 112,15 pontos – com investidores de olho em intervenções de autoridades monetárias europeias.

Frente ao real, porém, a moeda americana ganhou força. O dólar comercial subiu 0,86%, negociado a R$ 5,395 na compra e a R$ 5,396 na venda. Além do fluxo natural de saída em momentos de aversão, o especialista da Quantzed destaca que, amanhã, há a definição da taxa Ptax mensal.

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“Outro ponto relevante é que amanhã é o último dia do mês em que acontece a formação da taxa Ptax mensal. Temos posição grande de opções de compras no strike R$ 5,50 por parte de alguns investidores. Pode ser que amanhã tenha alguma briga no dólar para jogar taxa Ptax do mês para cima devido a essa posição relevante”, explica Petrokas

A curva de juros brasileira também andou na contramão. Os DIs para 2023 tiveram suas taxas recuando um ponto-base, para 13,69%, e os para 2025, quatro pontos, a 12,86%. Os para 2027 e 2029 perderam respectivamente, 25 pontos e 40 pontos, a 11,69% e 11,87%. Por fim, os contratos para 2031 foram a 11,96%, também com uma queda de 40 pontos-base.

“Os dados de atividade econômica interna, apesar de favoráveis, não foram suficientes para blindar os negócios na B3. Os dados de emprego mostraram criação de vagas ligeiramente acima da previsão, enquanto a inflação medida pelo IGP-M mostrou maior deflação”, expõe Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA.

Em agosto, o Brasil criou, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 278,6 mil vagas de emprego, ao mesmo tempo em que, em setembro, o IGP-M caiu 0,95%, acima do recuo de 0,86% esperado pelo consenso – o que tira pressão da curva de juros.

Ações do Ibovespa

Apesar da melhora aparente da economia, as ações ligadas ao cenário interno foram as principais quedas do Ibovespa.

As preferenciais da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) foram as maiores quedas, com menos 8,60% e 7,96%, respectivamente. Já as ordinárias de Magazine Luiza (MGLU3) e de Americanas ([AMER3) caíram, na sequência, 6,47% e 7,06%.

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