Ibovespa fecha em alta de mais de 2% com Copom, commodities e superávit primário; dólar e juros têm forte baixa

Bolsa brasileira descolou dos índices em Nova York, onde a aversão ao risco continuou pressionando as Bolsa para baixo

Mitchel Diniz

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Um rali nas últimas horas de negociações levou o Ibovespa acima dos 114 mil pontos. O índice não fechava nesse patamar há cinco meses. Enquanto isso, o sentimento de aversão ao risco seguiu pressionando as Bolsas internacionais para baixo. O descolamento do mercado acionário brasileiro em relação ao exterior ocorre no dia seguinte à decisão do Banco Central, que manteve a taxa básica de juros em 13,75%, encerrando o ciclo de aperto monetária iniciado em março do ano passado.

” O debate agora ficará voltado para o tempo que o BC deve manter os juros no patamar atual”, afirmou Luca Mercadante, economista da Rio Bravo.

Para Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas, o Brasil conseguiu ficar imune ao movimento externo hoje com fatores domésticos positivos. “A decisão do BC em manter os juros foi um alívio pois finalizou o ciclo de aperto monetário. Os juros estão em um patamar extremamente alto, mas o BC ainda indica que está vigilante, não descartando retomar aumentos, mostrando preocupação em ancorar expectativas”, afirmou.

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O Ibovespa também contou com o suporte de suas ações de maior peso. Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam em alta de mais de 2% com a valorização do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional. O acirramento de tensões entre Rússia e Ucrânia, na guerra que já dura 7 meses, voltou a trazer preocupações sobre a oferta global de matérias-primas.

O otimismo da Bolsa brasileira teve ainda um componente fiscal, de acordo com os analistas. O Ministério da Economia, em seu relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas, previu superávit primário para 2022, o primeiro em nove anos.

O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (22) aos 114.070 pontos, alta de 1,91%. O volume negociado na sessão de hoje ficou em R$ 33,5 bilhões.

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No exterior, o dólar se valorizou frente a outros moedas como euro e libra esterlina, com o sentimento global de aversão ao risco. Por aqui, a divisa perdeu para o real. O dólar comercial fechou em baixa de 1,14%, a R$ 5,114 na compra e na venda.

A decisão do Copom também “fez preço” em toda a curva de juros na sessão de hoje, com os contratos operando em forte baixa. No after hours, o DIF25 recuava 28 pontos-base para 11,48%, enquanto o DIF27 e o DIF29 caíam, respectivamente, 20 e 16 pontos, para 11,18% e 11,31%.

Em Nova York, a sessão de hoje foi marcada pela volatilidade, mas os principais índices terminaram o dia no vermelho. O Dow Jones caiu 0,36%, aos 30.076 pontos; o S&P 500 recuou 0,85%, aos 3.757 pontos; e a Nasdaq teve baixa de 1,37%, aos 11.066 pontos.

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Wall Street seguiu repercutindo a decisão do BC americano em elevar os juros e manter tom agressivo contra a inflação, sugerindo novas altas na taxa. “A decisão deu prosseguimento à visão de que teremos um pouso forçado na economia americana. Para controlar a inflação haverá efeito colateral na atividade econômica”, afirma Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados