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Depois da tempestade, vem a euforia? Após semanas de forte tensão para o Ibovespa, com o índice chegando na semana passada a atingir 13 pregões seguidos de queda, o maior da série histórica do Ibovespa, os últimos dois dias têm sido de fortes ganhos para os ativos brasileiros.
Após uma baixa de 0,85% na segunda, o benchmark subiu 1,51% na sessão da véspera, com alta de Vale (VALE3) em meio ao avanço do minério, além da expectativa pela votação do arcabouço fiscal. A votação se deu na noite de ontem, com a conclusão de todas as etapas no Congresso, sendo a próxima etapa a sanção presidencial.
No geral, a percepção do mercado é que de, “com a agenda do governo no Congresso sendo destravada, a tendência é que os ativos consigam se recuperar”, disse equipe da Guide Investimentos em nota nesta quarta-feira. Nesse cenário, nesta quarta, o Ibovespa avançou 1,70%, aos 118.134 pontos, enquanto o dólar caiu 1,73%, a R$ 4,855 na compra e na venda.
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De acordo com análise técnica do Itaú BBA, o fechamento do Ibovespa acima de 115.800 pontos na véspera abriu caminho para uma recuperação, mas o índice encontrará resistências em 118.100 pontos e 119.600 pontos. “Do lado da baixa, o índice possui suporte inicial em 114.000 pontos”, afirmaram os analistas em relatório a clientes.
Na visão da Ágora, o Ibovespa tenta um repique de curto prazo, que tem prováveis objetivos em 116.500 e 118.200 pontos, níveis de resistência que, quando atingidos, podem motivar novo movimento de realização de lucros do índice. Do lado inferior, o suporte segue aos 114.400 e sua perda liberaria o Ibovespa a retomada da tendência até a região dos 113.000 pontos.
Cabe ressaltar que, nas últimas sessões, além do temor com o exterior (especialmente com pessimismo sobre o crescimento da China e possível aperto monetário estendido nos EUA), havia também preocupação se o arcabouço seria votado em tempo hábil em meio ao impasse entre Congresso e Executivo.
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Com a votação concluída, o movimento positivo da véspera se seguiu, mas outros fatores levam o Ibovespa a uma disparada na sessão desta quarta-feira.
No exterior, ativos arriscados se recuperavam após dados mostrarem que a atividade empresarial nos Estados Unidos aproximou-se em agosto da estagnação, com o crescimento no ritmo mais fraco desde fevereiro.
“Ao que tudo indica, os sinais de desaceleração econômica mais aguda levam os investidores a reduzir as apostas no aumento das taxas de juros em importantes economias, resultando em queda na maioria das taxas de juros futuras hoje”, destaca a Ágora Investimentos. O destaque fica para o Federal Reserve, uma vez que o mercado vinha precificando nas últimas sessões um aperto monetário mais prolongado, o que retiraria atratividade dos emergentes com os juros maiores por lá.
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Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, destaca que a bateria de divulgação dos PMIs (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) divulgada, com números tanto dos EUA quanto da União Europeia, veio majoritariamente abaixo do consenso. Isso ajudou os treasuries yields terem um recuo, após as recentes altas, e puxou os benchmarks. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,54%, 1,10% e 1,59%.
Na sexta-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, falará no Jackson Hole, dando mais indicações sobre a política monetária da maior economia do mundo.
Além disso, em Wall Street, todos os olhos se voltam para a Nvidia. As expectativas são de que a fabricante de chips impulsionará os mercados à medida que colhe os benefícios dos investimentos iniciais em inteligência artificial.
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“Por fim, lá fora, temos o final da season de resultados americana. Já foi divulgado mais de 95% dos resultados do S&P e foi uma boa temporada. Um earnings surprise postivo próximo a 80%. Isso fortalece e dá uma sustentação para o S&P ficar nesse patamar próximo a 4.500 pontos, mesmo com os treasuries ainda em patamares elevados, pois mostra ainda economia resiliente”, fala César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.
Enquanto isso, no mercado de commodities, os preços futuros do minério de ferro subiram pelo quinto dia consecutivo (dessa vez 3,68%, cotados ao equivalente à US$ 112,03 por tonelada), chegando perto do maior nível em um mês, em meio a especulações crescentes de que as siderúrgicas chinesas aumentarão a produção antes da recuperação habitual da atividade de construção do país, durante setembro e outubro. Com isso, as ações da Vale (VALE3), com peso expressivo no índice, tiveram nova alta, de 0,96%.
Mas entre as empresas de commodities, o grande destaque fica para outra empresa com forte peso no índice: a Petrobras (PETR4), apesar da queda do petróleo na sessão. Os contratos futuros do petróleo têm o terceiro recuo, refletindo as preocupações sobre a queda da demanda em meio ao menor o crescimento econômico.
Enquanto isso, as ações disparam entre 5% e 5,5% com elevação de recomendação por dois bancos: o Bank of America e o BTG Pactual, destacando dividendos e maior otimismo após o forte reajuste de combustíveis da semana passada.
Apesar da alta na sessão, o Ibovespa ainda cai cerca de 3% em agosto, com a saída recente do estrangeiro da Bolsa brasileira. Além disso, até o final da semana, as falas de Powell e os resultados da Nvidia são importantes eventos que podem definir o curto prazo também para o mercado brasileiro.
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