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Ibovespa descola do exterior e cai 4,49% na semana, com cautela pré-eleição; dólar vai a R$ 5,30

Apesar de fortes altas em Nova York, investidores preferiram, por aqui, manter a cautela na véspera do segundo turno

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de  0,09% nesta sexta-feira (28), aos 114.539 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, mais uma vez, se descolou do que foi visto nos Estados Unidos, com investidores se posicionando com cautela, aguardando o resultado da eleição presidencial no próximo domingo. Na semana, o benchmark brasileiro recuou 4,49%.

“Por aqui, o evento mais importante continua sendo o segundo turno das eleições, que acontece no final de semana. O dia foi marcado por ajustes na Bolsa de valores”, explica Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest. “O mercado parece estar precificando a vitória do ex-presidente Lula [PT]  e percebemos o comportamento dos ativos colocando isso no preço”.

As estatais voltaram a pesar sobre o Ibovespa. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram, respectivamente, 1,93% e 1,18%, com um empurrão extra, hoje, da baixa do petróleo – o preço do barril Brent recuo 0,96%, a US$ 96,03.

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Além disso, o dia foi negativo também para as mineradoras e siderúrgicas. As ações ordinárias da Vale (VALE3) caíram 4,88%, acompanhando o preço do minério de ferro, com a tonelada da commodity negociada na bolsa de Dalian recuando 4,9%, a US$ 86,31, e também o resultado negativo publicado ontem.

As ações ordinárias da CSN (CSNA3) caíram 5,74% e as preferenciais classe A da Usiminas (USIM5), 4,30%.

“Olhando os papéis do Ibovespa, o destaque negativo do dia foi a Vale, que divulgou resultado ontem, considerado negativo. As commodities metálicas também caíram. Foi uma tempestade perfeita”, acrescenta Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. “De resto, é difícil comentar. Mercado espera o resultado das eleições no domingo A única certeza que temos é que segunda será um dia agitado”.

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Ibovespa vai na contramão dos Estados Unidos

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 2,59%, 2,46% e 2,87%. No acumulado dos últimos cinco pregões, seguindo a mesma sequência, as altas foram de 5,72%, 3,95% e 2,24%.

“Lá fora, tivemos o PCE [sigla em inglês para índice de preços de gastos com consumo], indicador de inflação importante, vindo dentro do esperado”, debate Nicolas Farto. “Ajudou a reforçar a tese de que o Federal Reserve pode pegar mais leve no tom de discurso quanto ao aumento das taxas de juros por lá”.

O dado em questão teve leitura de alta de 0,5% em setembro na base mensal e de 5,1% na anual.

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Mesmo com o número da inflação dentro do consenso, contudo, os treasuries yields fecharam em alta, se recuperando das quedas dos últimos dias – o para dois anos foi a 4.416%, com mais 9,5 pontos-base, e o para dez anos foi a 4,014%, com mais 7,5 pontos.

Para analistas, ajuda a corroborar a ideia de que o Federal Reserve pode ser menos agressivo na alta dos juros o fato de as big techs terem, até então, trazido resultados aquém do consenso e revisado seus guidances para baixo.

O dólar fechou perto da estabilidade no mundo. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas, avançou 0,10%, aos 110,70 pontos.

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Frente ao real, porém, o dólar caiu 0,12% nesta sexta, negociada a R$ 5,30 na compra e na venda. Na semana, contudo, a divisa americana ganhou 2,9% frente o real, repercutindo as expectativas pelas eleições.

A curva de juros brasileira, nesta sexta-feira, fechou com leve tendência de queda. A taxa dos DIs para 2025 recuou 1,5 ponto-base, a 11,82%, bem como a dos DIs para 2027, que foram a 11,82%. Os rendimentos dos DIs para 2029 perderam dois pontos-base, a 11,75%, e os dos DIs para 2031, quatro pontos, a 11,81%.

O recuo ajudou a fixar as ações ordinárias da Méliuz (CASH3) como a principal alta do Ibovespa, com mais 8,33%. Cogna (COGN3) e Americanas (AMER3) vieram na sequência, com mais 5,30% e 4,84%.

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