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O Ibovespa fechou em queda de 0,96% nesta terça-feira, aos 114.827 pontos. Em véspera de feriado, o principal índice brasileiro acompanhou o que foi visto nos Estados Unidos mas caiu mais do que seus pares.
Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,65% e 1,10%. O Dow Jones fechou no verde, subindo 0,12%.
“Agora, no final do dia, a gente teve uma fala do presidente do Bank of England (BoE), o banco central da Inglaterra, que fez as bolsas virarem. Andrew Bailey comentou que o programa de compra de títulos, que havia sido prorrogado por conta da crise do mercado de títulos depois do anúncio da política fiscal expansionista, acabará em três dias”, explica Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos.
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O presidente do Banco Central da Inglaterra indicou que a instituição não prorrogará programa de compra de títulos além de sexta-feira, dando um aviso aos fundos de pensão. O BC britânico interviu no mercado de títulos depois de reação negativa após um programa fiscal anunciado pelo governo para financiar o crescimento (depois cancelado), o que fez as taxas de juros dispararem e os títulos antigos perderem valor e liquidez.
O temor de parte do mercado agora é que os fundos de pensão do Reino Unido, grandes compradores dos títulos, quebrem, gerando um problema estrutural.
“A prorrogação do programa de compra de títulos tinha aliviado um pouco o pessimismo do mercado, depois da crise, e, agora, vemos o mercado reagindo negativamente com o seu fim”, acrescenta Pacheco.
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Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital, acrescenta ainda que o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia também é um agravante para a economia mundial .
O VIX, considerado o “índice do medo”, subiu 3,64%, aos 33.63 pontos. Investidores voltaram a buscar o dólar como porto seguro e o DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países de desenvolvidos, subiu 0,14%, aos 113,30 pontos.
Frente ao real, o dólar subiu 1,57%, aos R$ 5,272 na compra e na venda.
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“Hoje é um dia pré-feriado no Brasil o que, naturalmente, gera cautela. O mercado não quer dormir comprado em real e no Ibovespa, principalmente porque amanhã haverá a ata do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês] e de inflação ao produtor americano. Isso com o mercado aqui fechado”, lembra Luís Fernando Moran, head de Research da EQI Investimentos. “Na quinta, sai a inflação americana ao consumidor logo cedo. Investidores preferem ir para o feriado menos expostos ao risco”.
A curva de juros brasileira fechou em alta por motivo parecido – e também seguindo os treasuries yields, com o título americano de dez anos ganhando 5,2 pontos-base, a 3,937%, em meio ao maior temor com a economia global. O contrato DI para 2023 ficou estável, aos 13,67%, mas os DIs para 2025 foram a 11,62%, com mais 12 pontos-base. Os DIs para 2027 e 2029 ganharam, ambos, 15 pontos, a 11,48% e 11,63%. O contrato para 2031 foi a 11,71%, com mais 14 pontos.
Além do posicionamento do mercado e da pressão externa, a curva brasileira reagiu também à publicação do IPCA de setembro.
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“Internamente, tivemos a divulgação do IPCA, que foi bem próximo daquilo que era esperado pelo mercado, apesar de ter mostrado uma queda um pouco menor, o que não ajuda”, acrescenta Pacheco.
Com isso, as maiores quedas do Ibovespa ficaram para companhias de crescimento e ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da Locaweb (LWSA3) caíram 6,92%, as da Qualicorp (QUAL3), 5,57%, e as da CVC (CVCB3), 5,50%.
Do lado das altas, destaque para as ações preferenciais série A da Braskem (BRKM5), com mais 20,40%, após notícias de que a companhia teria recebido uma nova oferta de compra.
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