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Ibovespa tem queda de 0,84% nesta sexta, com veto à desoneração da folha, mas marca 5ª alta semanal seguida; dólar cai a R$ 4,89

Dados iniciais frustrantes relativos à Black Friday também pesaram sobre o principal índice da Bolsa brasileira

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,84% nesta sexta-feira (24), aos 125.517 pontos, mas com alta de 0,60% na semana, a quinta consecutiva com o índice fechando no azul. O dia foi marcado, novamente, por um menor volume de negociações – já que as Bolsas americanas fecharam às 15h (horário de Brasília), por conta do feriado de Ação de Graças.

“O dia por aqui contou com veto do presidente Lula à extensão da desoneração da folha de pagamentos – movimento positivo para o fiscal, mas com potencial impacto negativo para algumas empresas e setores”, explica Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar integralmente o projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia que mais empregam. Posteriormente, o ministro da Economia, Fernando Haddad, defendeu a decisão.

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A lei permite às empresas beneficiadas pagar alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha de salários e garante o benefício só até 31 de dezembro deste ano.

Entre os setores impactados estão o de construção civil pesada e indústrias de proteína animal e equipamentos.

As maiores quedas do Ibovespa, no entanto, ficaram para as varejistas. As ações ordinárias do Magazine Luiza (MGLU3) as do Grupo Casas Bahia (BHIA3) caíram, ambas, mais de 8%.

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“As ações das varejistas tiveram um dia predominantemente negativo, mesmo com o recuo dos juros futuros, impactadas por levantamentos que apontam queda no volume de vendas na Black Friday”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Segundo reportagem do Valor Econômico, fontes ligadas ao Neotrust informaram que, até a manhã de hoje, o volume de vendas teria caído cerca de 7%.

Menores vendas, que sinalizam uma economia menos aquecida, bem como o fim da desoneração da folha de pagamentos, ajudaram a curva de juros brasileira fechar com queda. Os DIs para 2025 perderam quatro pontos-base, a 10,45%, e os para 2027, dois pontos, a  10,35%. As taxas dos contratos para 2029 foram a 10,78%, com menos um ponto, e as dos contratos para ficaram estáveis, a 11,00%.

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O movimento foi na contramão do que foi visto nos Estados Unidos, onde os treasuries yields para dez anos subiram 5,6 pontos-base, a 4,472%.

“No palco internacional, o destaque ficou para o resultado acima do esperado do índice de gerente de compras (PMI) do setor de serviços nos Estados Unidos, sinalizando que a economia segue bastante resiliente apesar de certa acomodação observada nas últimas semanas. Assim, embora o mesmo indicador para o setor industrial tenha mostrado contração da atividade no período, a reação foi de nova alta nos juros de longo prazo dos títulos soberanos americanos (as famosas Treasuries)”, explica de Sá, da Rico.

O índice em questão teve leitura de 50,8 em novembro, ante 50,6 no mês anterior – e no nível mais alto em quatro meses.

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O Dow Jones, índice americano mais ligado à economia real, chegou a subir 0,33%. S&P 500 e Nasdaq, com maiores exposições a empresas de crescimento, ficaram mais próximos da estabilidade, com uma alta de 0,06% e uma queda de 0,11%, respectivamente.

Apesar da alta dos treasuries, o dólar perdeu 0,17% frente ao real, a R$ 4,898 na compra e na venda. Na semana, a divisa norte-americana caiu 0,14% frente a brasileira.

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