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Ibovespa cai 0,25%, com investidores em compasso de espera por conta de arcabouço fiscal

Segundo governo, a previsão é que o texto proposto pela equipe econômica chegue ao Congresso entre hoje e amanhã

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,25% nesta segunda-feira (17), no seu terceiro dia de leve baixa, aos 106.015 pontos. O dia foi marcado por uma movimentação de cautela dos investidores, que esperam novas notícias sobre o arcabouço fiscal, bem como por uma leve correção, e teve um baixo volume de negócios, de R$ 19,8 bilhões.

“Tivemos queda pela terceira sessão consecutiva, com mais uma ligeira correção do  Ibovespa após o forte avanço da última quarta-feira, quando o IPCA de março abaixo do consenso abriu espaço para as especulações sobre a possibilidade de corte da Selic antes do esperado”, diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. “Desde então o mercado passou a aguardar a realização dos fatos, principalmente da proposta do arcabouço fiscal”.

Segundo Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a possibilidade de atraso do arcabouço fiscal e o fato do presidente da Câmara, Arthur Lira, estar fora de Brasília pesaram levemente sobre o índice, e também, parcialmente, na curva de juros.

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Os DIs para 2024 e 2025 ganharam, respectivamente,  1,5 ponto-base e dois pontos, a 1,321% e 11,89%. Os contratos para 2027 ficaram estáveis e os para 2027 e 2031 perderam um ponto e dois pontos, a 12,03% e 12,26%.

“O envio do texto do arcabouço fiscal foi adiado para amanhã, mas não parece que o adiamento fez preço. O mercado entendeu que o texto não vai ser tão ruim quanto poderia ser e já foi entendido que o Congresso também não vai deixar passar nenhuma proposta muito radical. Então, parece que o mercado já precificou o pior no passado e agora o que temos é mais um movimento de ajuste mesmo”, afirma Leandro Petrokeas, diretor de research da Quantzed.

Além do Brasil, o compasso de espera também se estendeu pelo mundo. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram pouco – 0,30%, 0,33% e 0,28%, na sequência.

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“No cenário internacional, a agenda da semana está cheia. Nos Estados Unidos, a temporada de resultados se intensifica, com bancos como Bank of America e Morgan Stanley divulgando seus balanços – além de diversos bancos regionais. O mercado está atento para a saúde financeira do setor bancário desde à crise e subsequente falência do Silicon Valley Bank”, avalia Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico.

De acordo com alguns comentários, no exterior, a possibilidade de uma crise bancária se afastou, após os primeiros resultados de Citi, Wells Fargo e JP Morgan (todos na última sexta). O movimento é traduzido, principalmente, pela movimentação dos Credit Default Swaps (CDS) dos bancos e pela performance do VIX, considerado o “índice do medo”, que recuam já há algum tempo.

A melhora, porém, também é vista por analistas como uma brecha para o Federal Reserve voltar a aumentar a taxa de juros na próxima reunião. Os treasuries yields para dez anos subiram 7,3 pontos-base, a 3,597%, e os para dois anos, 8,9 pontos, a 4,192%;

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“Vimos o mercado estável, próximo de zero, com uma pequena queda. Lá fora também, perto da estabilidade. Temos dados importante de China a serem divulgados nesta semana”, completa Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset. Na noite desta segunda, serão divulgados os dados de PIB da China e mais uma bateria de indicadores.

Na iminência da divulgação da produção industrial do primeiro trimestre e das vendas do varejo de março da China, petróleo e minério fecharam em queda. O barril Brent recuou 1,68%, a US$ 84,86, e a tonelada do minério recuado na bolsa de Dalian, fechou a US$ 112,86, com menos 0,10%.

Entre as maiores baixas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3), com menos 17,50%, na esteira da queda do petróleo mas, principalmente, do anúncio de follow on da companhia. As ações ordinárias da PRIO (PRIO3) perderam 1,44% e as da Vale (VALE3), 1,19%. Do lado positivo, refletindo o acerto de acordos entre o governo brasileiro e o chinês, ficaram a JBS (JBSS3), a Marfrig (MRFG3) e a SLC Agrícola (SLCE3).

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