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Ibovespa avança 0,36%, com alta de bancos e investidores de olho em arcabouço; dólar sobe 0,23%

Principal índice da Bolsa brasileira vinha de duas quedas consecutivas e subiu com ajuda de bancos e companhias ligadas ao mercado interno

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,36% nesta terça-feira (4), aos 101.869 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira conseguiu descolar do que foi visto no exterior, onde os principais índices caíram, com ajuda do noticiário interno e de um movimento de realização.

“O Ibovespa voltou a subir após duas sessões de queda, mas teve o avanço contido pela baixa nas bolsas norte-americanas e pelas quedas das blue chips Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3), que possuem grande peso sobre o índice. A agenda interna esvaziada manteve o foco dos investidores nas sinalizações de Fernando Haddad para o avanço da proposta do arcabouço fiscal”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Entre as maiores altas do índice ficaram, principalmente, bancos e companhias ligadas ao mercado interno.

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Cabe ressaltar que as ações de bancos têm sido afetadas recentemente por preocupações com a desaceleração econômica, deterioração da inadimplência e receios sobre os reflexos para o setor com a reforma tributária. O BTG Pactual chamou a atenção para declarações de Haddad na semana passada mencionando a criação de um grupo de trabalho para discutir as taxas de juros do cartão de crédito. Nesta quarta-feira, porém, Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central, disse que a autarquia não discute teto de juros para cartão de crédito.

Os investidores também seguem repercutindo novas notícias sobre o arcabouço fiscal sugerido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em evento do Bradesco realizado na tarde de hoje, Haddad mencionou, entre outras coisas, que sua equipe mapeou R$ 300 bilhões em potenciais receitas, Além disso, disse também que montar uma bancada do governo no Banco Central seria um erro, o que afastou temores de intervenção, e que há estudos de como avaliar o crédito.

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Já Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse em audiência pública na Câmara dos Deputados que a “a reforma tributária é bala de prata e arcabouço fiscal é bala de bronze”, mencionando que as iniciativas  resolvem o problema de credibilidade do governo.

A curva de juros brasileira fechou, majoritariamente, com tendência de queda. Os DIs para 2024 e 2025 foram os únicos que avançaram, com suas taxas ganhando, ambas, 2,5 pontos, a 13,24% e 12,01%, respectivamente. Os contratos para 2027 perderam seis pontos-base, a 12,00%, os para 2029, sete pontos-base, a 12,41%, e os para 2031, nove pontos-base, a 12,66%.

“Mais informações vindo do arcabouço fiscal vieram à tona, o que trouxe um recuo na curva de juros. De alguma forma, isso favorece alguns ativos de risco”, explica Leandro De Checci, analista de Investimentos da Clear. Papéis de commodities fizeram um contraponto ao setor financeiro, que subiram bem. Vale acompanhou o minério. Petrobras também está acompanhando petróleo”.

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O minério de ferro recuou pelo segundo dia consecutivo, com baixa de 2,06% na bolsa de Dalian, a US$ 128,16 a tonelada, com notícias de demanda fraca na China. O petróleo Brent fechou estável, a US$ 84,86 o barril.

“Nos EUA, a sessão negativa ocorreu em meio aos temores de recessão, após indicadores econômicos abaixo do esperado, que mostraram certa fragilidade da atividade, com as encomendas à indústria em queda e menor número de postos de trabalho abertos”, diz Nishimura. “Dados econômicos trazem uma desaceleração, com maior chance de uma recessão econômica. Taxa de juros, em algum momento, deve levar a uma desaceleração”, completa De Checci.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,59%, 0,58% e 0,52%.

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Mais cedo, nos Estados Unidos, houve a divulgação de que as encomendas à indústria em fevereiro recuaram 0,7%, ante consenso de 0,5%, e as ofertas de emprego JOLTs do mesmo mês ficaram em 9,93 milhões, ante 10,4 milhões esperadas.

Ambos os dados reforçaram a tese de que a economia americana está desacelerando, o que tirou pressão dos treasuries yields. Os títulos para dois anos perderam 15,5 pontos-base, a 3,825%, e os para dez anos, 9,3 pontos, a 3,339%.

O dólar perdeu força mundialmente, com o DXY, índice que mede a força da moeda frente outras e países desenvolvidos, recuando 0,52%, aos 101.56 pontos. Frente ao real, contudo, a divisa americana ganhou 0,23%, a R$ 5,082 na compra e na venda, após uma sequência de baixas.

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