Ibovespa acompanha melhora de clima em Wall Street e tenta sustentar alta

SÃO PAULO – Entre otimismo vindo do Japão e preocupação com a economia norte-americana depois de números abaixo do esperado acerca da indústria, as principais bolsas do mundo operam em trajetórias incertas na tarde desta quarta-feira (15). O Ibovespa, contudo, tenta se firmar na alta neste início de tarde, acompanhando a modesta melhora de humor vista em Wall Street.

A produção industrial norte-americana avançou 0,2% em agosto, apontando uma desaceleração mensal ainda maior que a já prevista pelo mercado. Outro indicador que decepcionou foi o NY Empire State Index, ao indicar 4,1 pontos positivos no nível de atividade manufatureira no estado de Nova York em setembro, abaixo do esperado.

Enquanto isso, no Japão, investidores recebem com ânimo a tão especulada intervenção do governo no câmbio. Yoshihiko Noda, ministro das finanças do país, confirmou a venda de iene, embora os montantes da operação não tenham sido revelados. Em resposta, a moeda japonesa cai mais de 3% frente ao dólar.

Por falar em câmbio, o fluxo cambial acumulado nos primeiros sete dias úteis de setembro ficou positivo em US$ 2,114 bilhões, segundo dados do Banco Central. Mas no plano doméstico, quem chama a atenção é a Petrobras (PETR3, PETR4): em meio a rumores divergentes quanto à procura por sua oferta de ações, os papéis da estatal são destaque de queda neste pregão.

Ibovespa instável
O Ibovespa acompanha a melhora de humor em Wall Street e, após operar em queda por toda a manhã, tenta se firmar no campo positivo. Há pouco o índice apresentava leve alta de 0,25% e atingia os 67.861 pontos. O volume financeiro é de R$ 3,446 bilhões. 

O principal destaque positivo fica com as ações Brasil EcoDiesel ON (ECOD3), que registram valorização de 3,16% e são cotadas a R$ 0,98. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Por outro lado, o pior desempenho fica com os papéis Santander BR UNT (SANB11), que são cotados a R$ 21,11 e apresentam baixa de 2,81%. As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Treasuries e petróleo
O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano, principal referência de juro a longo prazo nos EUA, mostra leve queda, com seu preço em modesta trajetória de alta. Por sua vez, o risco-país cai 6 pontos, a 209 pontos-base.

No mercado de commodities, a quarta-feira é dia de tendência predominantemente negativa nas cotações, sobretudo em função da desaceleração industrial norte-americana. O preço do barril de petróleo é negociado em Nova York a US$ 78,97 cada, uma alta de 0,24%.

Câmbio e renda fixa
Enquanto isso, o dólar comercial mantém desde o começo de suas negociações um movimento de alta, um pouco mais intenso conforme o decorrer do pregão. A moeda se ajusta após dez sessões seguidas de alta, trajetória que levou o dólar a sua mínima frente ao real desde novembro passado. Há pouco, a moeda norte-americana era cotada a R$ 1,723, o que corresponde a uma alta de 0,88%. A fala do presidente do BC, Henrique Meirelles, sobre o monitoramento do governo dos patamares do câmbio e a perspectiva de que o Fundo Soberano compre dólares influenciam também as cotações. 

Por sua vez, em dia de poucos indicadores de peso na agenda doméstica que possam interferir no segmento de juros futuros da BM&F Bovespa, as taxas de DI seguem próximas à estabilidade, embora com certo viés de queda.