Guide corta estimativa para o Ibovespa de 150 mil para 140 mil ao final de 2023 por dois fatores, mas segue otimista

Juros maiores que na projeção anterior e preços menores das commodities levaram a revisão das projeções, mas os analistas da casa seguem otimistas

Equipe InfoMoney

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A Guide Investimentos reduziu a sua projeção para o Ibovespa ao final de 2023 de 150 mil para 140 mil, ou um potencial de alta 18,40% em relação ao fechamento da segunda-feira (26).

A redução se deve à dois fatores principais: a) juros maiores que na projeção anterior e b) preços menores das commodities, que reduz o potencial de apreciação de boa parte do Ibovespa.

“Apesar da revisão, ainda vemos espaço para valorização do Ibovespa nos próximos meses e em particular valorização das ‘small caps’”, avalia o analista Fernando Siqueira.

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Apesar da expectativa de queda dos juros ter contribuído para a valorização do Ibovespa, que chegou a 120 mil pontos na semana passada (e houve uma queda do índice desde então), a projeção anterior contemplava uma queda da Selic a partir do 2T23, o que não ocorreu. “Além disso, a queda das commodities (tanto minério de ferro quanto petróleo, as duas commodities mais relevantes para nossa bolsa) foi mais acentuada do que esperávamos”, aponta.

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A casa de análise aponta que a relação preço/lucro do Ibovespa melhorou marginalmente nos últimos meses, mas ainda está muito abaixo da média histórica. Com o início do corte de juros, esta relação deve continuar aumentando nos próximos meses, contribuindo para mais valorização do Ibovespa.

“Além da melhora na relação preço/lucro, vemos espaço para valorização do Ibovespa pelo crescimento de lucros. Apesar do desemprenho fraco da economia brasileira nos últimos trimestres, o lucro das empresas do Ibovespa vem crescendo de forma consistente como pode ser visto na figura abaixo (lado direito)”, aponta.

Na visão da Guide, a queda dos juros deve continuar favorecendo a alta do mercado de ações, apontando que o valuation do Ibovespa está em níveis bastante baixos. Mesmo com a alta recente, o Ibovespa está sendo negociado a uma relação preço/lucro de 8 vezes, bem abaixo da média histórica de cerca de 12 vezes.

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Em particular, a relação preço/lucro “ex-commodities” está bem perto da mínima histórica apesar deste grupo ser o mais sensível à queda dos juros, aponta.

Historicamente, quando os juros caem, o valuation do Ibovespa aumenta, avalia Siqueira. Assim, com a queda dos juros, é natural esperar que o earnings yield diminua (ou seja, a relação preço/lucro aumente).

Além do valuation baixo, outro ponto positivo para a alta do Ibovespa é o crescimento dos lucros. O lucro das empresas produtoras de commodities vem diminuindo por conta da queda no preço das commodities, principalmente minério de ferro e petróleo.

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Por outro lado, o lucro das demais empresas do Ibovespa (ou Ibovespa “ex-commodities”) vem aumentando de forma contínua nos últimos meses/trimestres.

“Comparado com nossa projeção anterior, os números atualmente são um pouco menores, o que explica a redução no target. No caso das empresas produtoras de commodities, acreditamos que o downside [potencial de queda]é menor agora que o petróleo já está perto de US$ 70 o barril e o minério ao redor de US$ 100 a tonelada”, avalia o analista.

Já no grupo “ex-commodities”, o potencial de crescimento é alto na visão da casa: “este grupo tem mostrado bons números nos últimos trimestres e é provável que a tendência continue em função do crescimento econômico no Brasil, redução da inflação ao produtor e também provável redução dos juros nos próximos meses”.

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