Grécia apresentará pedido para estender empréstimo à zona do euro, mas Alemanha resiste

Os rendimentos dos títulos gregos caíram drasticamente e as ações se revigoraram após o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, confirmar que Atenas iria enviar o pedido formal nesta quarta-feira

Reuters

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ATENAS/FRANKFURT – A Grécia vai enviar à zona do euro nesta quarta-feira um pedido de prorrogação de um “contrato de empréstimo” por até seis meses, mas o país que é o principal suporte econômico da União Europeia, a Alemanha, diz que tal oferta não foi feita e que o governo grego tem de se ater aos termos de seu atual pacote internacional de resgate.

A medida, confirmada por um porta-voz, é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado do primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa da UE/FMI.

Mas não ficou claro se os ministros das Finanças do bloco monetário de 19 nações, que rejeitaram essas ideias em uma reunião na segunda-feira, aceitariam a solicitação como uma base para retomar as negociações. Um porta-voz do Eurogrupo disse que, por ora, nenhum pedido havia sido recebido.

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O ministro das Finanças alemão, o linha-dura Wolfgang Schaeuble, descartou a proposta grega, dizendo à emissora ZDF na terça-feira à noite: “Não é questão de prorrogar um programa de crédito, mas se trata do cumprimento desse programa de resgate, sim ou não.”

Os rendimentos dos títulos gregos caíram drasticamente e as ações se revigoraram após o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, confirmar que Atenas iria enviar o pedido formal nesta quarta-feira.

“Vamos esperar que o pedido de prorrogação do contrato de empréstimo seja apresentado hoje pelo ministro das Finanças, (Yanis) Varoufakis”, afirmou ele à Antena TV.

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Negociações de bastidores continuam a buscar um terreno comum e a Grécia acredita estar no caminho certo, acrescentou.  “Estamos chegando à mesa para encontrar uma solução”, disse o porta-voz. “Não vamos recuar em alguns pontos que consideramos linhas vermelhas. O memorando (de resgate) se encerrou em 25 de janeiro.”

Esse foi o dia em que os eleitores gregos elegeram um governo liderado pelo partido esquerdista Syriza, de Tsipras, que prometeu não cumprir os termos do pacote de resgaste de 240 bilhões de euros, reverter as medidas de austeridade e encerrar a cooperação com a odiada “troika” de inspetores, da Comissão Europeia, Banco Central Europeu Banco e do FMI.

O Conselho de Governadores do BCE se reunirá nesta quarta-feira em Frankfurt para decidir se quer continuar e, possivelmente, elevar os empréstimos assistenciais de emergência aos bancos da Grécia, abalados por saques de depósitos.

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