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SÃO PAULO – Os três maiores bancos dos Estados Unidos lucraram juntos quase US$ 16 bilhões no 4º trimestre de 2016. Os dados financeiros foram publicados nesta sexta-feira, abrindo a safra de resultados dos últimos três meses do ano passado. Pela primeira vez em anos, a largada à temporada de balanços financeiros nos Estados Unidos não foi dada pela Alcoa, gigante mundial do alumínio.
Tanto JP Morgan como Bank of America Merril Lynch (BofA) expandiram seus ganhos, em parte apoiados pelo rali pós-Trump e otimistas também com a aguardada alta de juros pelo Fed (Federal Reserve) nos próximos meses. Já o Wells Fargo viu seu lucro encolher pelo quinto trimestre consecutivo, afetado por um escândalo envolvendo o sistema de meta dos funcionários e fraudes na abertura de contas. Veja abaixo o detalhamento do balanço de cada uma das três instituições:
JP Morgan
O maior banco dos Estados Unidos registrou uma alta de 24% no lucro do quarto trimestre, superando expectativas de analistas, beneficiado pelo aumento da atividade de corretoras após a eleição presidencial nos Estados Unidos. O JPMorgan teve lucro de US$ 6,7 bilhões, ante US$ 5,4 bilhões do mesmo período do ano anterior.
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O JPMorgan tem um dos maiores bancos de investimento do mundo, o que afeta seu resultado significativamente quando a atividade dos mercados acelera ou recua. Junto com outras instituições financeiras, analistas esperavam que o banco se beneficiasse de uma onda de negócios com ações e bônus ocorrida após a vitória de Donald Trump em 8 de novembro.
Em comunicado sobre os resultados, o presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, citou as tendências do mercado, bem como o crescimento em depósitos e empréstimos, vendas maiores de cartões de crédito e ganhos de competitividade em “praticamente todos” os negócios do JPMorgan.
O Bank of America teve alta de quase 50% no lucro do 4º trimestre, para US$ 4,34 bilhões, apoiado em corte de custos e receitas maiores com corretagem. Além disso, o vice-presidente financeiro da instituição, Paul Donofrio, previu um “crescimento robusto” de resultado nos próximos meses devido à esperada alta de juros pelo Fed.
Apesar da receita geral do Bank of America ter crescido apenas 2%, as despesas não vinculadas a juros caíram 6%, graças a um agressivo programa de cortes de custos colocado em prática no ano passado. O banco tem como meta cortar US$ 5 bilhões de dólares da despesa operacional anual até 2018. O BofA foi a primeira instituição financeira de grande porte dos Estados Unidos a divulgar resultado trimestral depois que o Federal Reserve elevou em 14 de dezembro a taxa de juros do país pela segunda vez desde 2006.
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Wells Fargo
Terceiro maior banco em ativos dos Estados Unidos, o Wells Fargo registrou a quinta queda consecutiva de lucro no último trimestre de 2016. O lucro líquido do grupo atribuível a acionistas caiu 6,4%, para US$ 4,87 bilhões ante US$ 5,2 bilhões de um ano antes.
O banco tem lidado com vários processos e uma queda acentuada na abertura de contas após ter resolvido em setembro com a promotoria de Los Angeles e um órgão federal de proteção ao consumidor dos EUA acusações de que seus funcionários criaram 2 milhões de contas sem o consentimento dos clientes.
O escândalo pesou nas ações da Wells Fargo por cerca de dois meses, forçando o banco a alterar planos e metas de remuneração de vendas, a fim de enfatizar o serviço ao cliente. O banco afirmou ter pago US$ 3,2 milhões em reembolsos para contas não autorizadas, o que criou taxas e encargos indevidos.
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(com Reuters)
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