GPA (PCAR3) vende R$ 5,2 bi em lojas ao Assaí (ASAI3) e fundo imobiliário

Venda de 71 pontos comerciais terá R$ 4 bilhões pagos pelo Assaí, de forma parcelada; com a operação, a bandeira Extra Hiper será descontinuada

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Grupo Pão de Açúcar – GPA (PCAR3) informou nesta quinta-feira (14) que fechou a venda de 71 pontos comerciais, instalados em diversos Estados, para o Assaí (ASAI3).

Conforme o fato relevante, a transação envolve uma valor estimado a ser recebido pelo GPA de R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões serão pagos pelo Assaí, de forma parcelada, entre dezembro deste ano e janeiro de 2024.

A transação envolvendo a conversão de lojas Extra Hiper operadas pelo GPA em cash & carry (atacarejo), que passarão a ser operadas pelo Assaí.

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Com a operação, a bandeira Extra Hiper será descontinuada e as lojas não abarcadas pela transação serão convertidas em formatos com maior potencial de rentabilidade.

Ainda segundo o fato relevante, a transação envolve “imóveis próprios e locados de terceiros, bem como dos respectivos contratos de locação, podendo também envolver aquisição pelo Assaí de certos equipamentos existentes nas lojas.”

Leia também: Ações do GPA (PCAR3) saltam 18% e do Assaí (ASAI3) caem 6% com operação de R$ 5,2 bi e fim do Extra Hiper

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Fundo imobiliário

Adicionalmente, o GPA celebrou outro memorando com um fundo imobiliário, com a interveniência e garantia do Assaí, regulando a alienação de 17 imóveis próprios do GPA.

Neste caso, o preço estimado de venda desses imóveis é de R$ 1,2 bilhão, e será pago pelo fundo imobiliário ao GPA. “A garantia do Assaí consiste na obrigação de pagamento pelos imóveis caso o Fundo não cumpra o prazo acordado”, acrescentou.

Simultaneamente, o Assaí também celebrou outro memorando com o fundo imobiliário regulando a locação, após a conclusão da transação, dos imóveis adquiridos pelo Fundo para Assaí, pelo prazo de 20 anos, renováveis por igual prazo.

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Maior rentabilidade

Para Jorge Faiçal, CEO do GPA, “a transação representa uma oportunidade única de intensificar o foco e a aceleração da expansão dos negócios de maior rentabilidade da companhia por meio dos segmentos premium e de proximidade, notadamente com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra.”

Segundo o executivo, a iniciativa busca reforçar a posição de liderança do GPA no varejo e e-commerce alimentar no país. Além disso, o GPA pós transação representará uma plataforma com grande potencial de crescimento e reduzida alavancagem, acrescentou.

Já Belmiro Gomes, CEO do Assaí, reforçou que a transação permitirá “uma importante aceleração da expansão combinada ao fortalecimento dos resultados através da conversão de lojas em pontos comerciais excepcionais, localizados em regiões adensadas e com baixa sobreposição com a plataforma atual de lojas do Assaí”.

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Gomes ressaltou que, das mais de 150 lojas abertas na última década, mais de 25 lojas foram oriundas do Extra Hiper, “sendo que estas apresentaram rápida maturação de vendas e resultado superior à média da Companhia.”

Análise

Na análise do Bradesco BBI, o preço pago pelo Assaí parece razoável, enquanto a transação é vista como excelente para o GPA, uma vez “que resolve uma dor de cabeça de quase uma década em seu negócio de hipermercados”.

“Estimamos que o mercado estava atribuindo muito pouco – ou nenhum – valor para o negócio de hipermercados”, apontam os analistas. A expectativa é de que o GPA receba cerca de R$ 4,4 bilhões líquido de impostos, o que equivale a aproximadamente 60% do valor de mercado atual.

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O Morgan Stanley vê que a lógica estratégica da transação faz sentido para ambas as empresas, mas considera as maiores ligações entre as empresas como uma compensação parcialmente negativa.

Para o Assaí, as 71 lojas representariam um acréscimo de 38% à base no segundo trimestre de 2021, proporcionando clareza significativa sobre a perspectiva de crescimento das lojas – parte fundamental da tese de investimento. Para o CBD, os analistas do banco veem a descontinuação da marca Extra Hiper dando suporte a uma mudança de portfólio em direção a formatos de varejo de alimentos mais bem posicionados.

“Embora o crescimento da loja tenha sido uma parte consistente de nossa tese ASAI3, monetizar as lojas Hiper é uma mudança maior para a história do CBD, em nossa visão inicial”, avaliam.

Já do ponto de vista da governança, os analistas apontam que o Assaí no início deste ano se originou da CBD (com a cisão em março), no que viram como uma transação clara, com ligações com partes relacionadas muito limitadas (ambas as empresas são controladas pelo Casino).

“Embora o preço da transação tenha sido endossado por um parecer imparcial externo e aprovado por conselheiros independentes, vemos os vínculos maiores entre as empresas sob uma luz negativa, aprofundando os laços das empresas poucos meses após a conclusão da cisão”, apontam.

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