Goldman eleva Hapvida (HAPV3) para compra, JPMorgan rebaixa Vamos (VAMO3) e eleva Movida (MOVI3); ações reagem na Bolsa

Já as ações da Eneva tiveram a recomendação elevada para equivalente à compra pelo Itaú BBA

Lara Rizério

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A sessão desta quarta-feira (6) conta com ações de diversas empresas da Bolsa brasileira reagindo às revisões de recomendação de ações por grandes bancos.

O Goldman Sachs elevou a recomendação para as ações da Hapvida (HAPV3) de neutro para compra. Os analistas do Itaú BBA, por sua vez, elevaram a recomendação para as ações da Eneva (ENEV3) de marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).

Já os analistas do JPMorgan elevaram a recomendação para as ações da Movida (MOVI3) de neutro para overweight (exposição acima da média, equivalente à compra), enquanto rebaixaram Vamos (VAMO3) de overweight para neutro e mantiveram Localiza (RENT3) como a principal escolha no segmento de aluguel de carros/caminhões.

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Assim, às 10h10 (horário de Brasília), HAPV3 subia 3,85% (R$ 4,58), MOVI3 saltava 6,06% (R$ 3,12), VAMO3 caía 3,03% (R$ 11,20) e ENEV3 avançava 2,72% (R$ 12,10).

Confira os destaques das teses que levaram às revisões de recomendações:

Hapvida (HAPV3)

O Goldman Sachs elevou a recomendação para as ações da Hapvida (HAPV3) de neutro para compra, elevando o preço-alvo de R$ 5,50 para R$ 6, ou potencial de valorização de 36% em relação ao fechamento de terça-feira.

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Na visão dos analistas, os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23) da Hapvida apresentaram sinais consistentes de que a empresa está começando a dar frutos com sua recuperação de rentabilidade, pois veem reajustes de preços de dois dígitos e racionalização do portfólio de provedores compensando (ou pelo menos atenuando) as pressões de custos devido à maior frequência.

“Embora reconheçamos o impacto negativo dessa abordagem na sua base de associados, acreditamos que a gestão da Hapvida está abordando corretamente a principal preocupação do mercado na tese, que é a disciplina na recuperação da rentabilidade”, avalia o Goldman.

Juntamente com isso, os analistas esperam ver outros catalisadores para a expansão das margens no futuro, como i) um nível mais eficiente de despesas com pessoal (por exemplo, maiores sinergias com a NotreDame Intermédica, ou NDI); ii) amadurecimento dos investimentos em uma estrutura mais verticalizada, especialmente na regional I; iii) despesas de vendas mais baixas, apoiadas pela unificação das políticas comerciais com o NDI e uma potencial melhora da Provisão para Despesas Administrativas (PDA), caso a situação macroeconômica melhore.

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“O ponto de entrada parece atrativo após o fraco desempenho das ações desde os resultados do 2T23. Mesmo com perspectivas operacionais melhores para a empresa, vale ressaltar que as ações não responderam adequadamente desde o anúncio dos resultados do 2T (-10% versus -0,5% do Ibovespa)”, apontam os analistas.

Embora reconheçam que o cenário macro desafiador provavelmente tem pesado sobre as ações recentemente, os analistas acreditam que o valuation atual do P/L  ajustado para os anos de 2024 e 2025 de 17 vezes e 12 vezes implicam em um ponto de entrada atraente para HAPV3 e cobre riscos potenciais para a tese, como maior concorrência no Sudeste (especialmente SP e RJ) e impacto potencialmente maior do que o esperado da conta salarial da enfermagem nas margens.

JPMorgan eleva Movida (MOVI3) e rebaixa Vamos (VAMO3

Os analistas do JPMorgan revisaram o setor de aluguel de automóveis, elevando a recomendação para as ações da Movida (MOVI3) de neutro para overweight (exposição acima da média, equivalente à compra), enquanto rebaixaram Vamos (VAMO3) de overweight para neutro e mantiveram Localiza (RENT3) como a principal escolha no segmento.

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Na Movida, o banco vê uma interessante combinação da implementação do seu plano de recuperação, um valuation atrativo de 9,9 vezes o P/L esperado para 2024 e um posicionamento relativamente leve atual do mercado.

Os analistas elevaram a sua projeção de lucro em 6% para 2024 e estabeleceram preço-alvo de R$ 17 para dezembro de 2024, implicando um potencial de valorização de 37%.

Para a Vamos, veem  atualmente uma menor visibilidade na execução a curto prazo, resultando numa revisão em baixa das suas estimativas de lucro – revisado em -10%, para R$ 1,05 bilhão.

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“Nós continuamos gostando de suas perspectivas de crescimento no longo prazo e ainda vemos um potencial de alta de 56% em relação ao nosso preço-alvo de dezembro para 2024 de R$ 18, mas não vemos nenhum gatilho de curto prazo para materializar tal aumento nos próximos meses. Essa é a razão pela qual preferimos RENT3 e MOVI3, apesar dos menores upsides”, avalia a equipe do JPMorgan.

Por último, no que diz respeito à Localiza, os analistas acreditam que a empresa está no caminho certo para entregar a sua estratégia de crescimento e retornos crescentes, atualmente negociando a um múltiplo de 16,7 vezes o P/L esperado para 2024, com 35% desconto para a sua média de 5 anos. O preço-alvo é de R$ 81, ou um potencial de valorização de 30% frente o fechamento da véspera.

Eneva (ENEV3) elevada pelo Itaú BBA

Os analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação para as ações da Eneva (ENEV3) de marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra). O banco ainda elevou o preço-alvo de R$ 16,80 para R$ 17,30, com um potencial de alta de 43% em relação ao fechamento da véspera.

O banco acredita que a empresa exportará energia para a Argentina e não apenas neste ano, mas também nos próximos anos, reduzindo a sensibilidade do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) às mudanças de boa para má hidrologia de ano para ano.

“Esperamos revisões para cima dos lucros assim que este ponto ficar claro para o mercado”, avaliam os analistas do BBA.

Eles apontam que as ações caíram 25% nos últimos 12 meses (contra +3,5% do índice de energia elétrica da Bolsa mesmo período), respondendo a um resultado misto no último leilão de capacidade térmica, bem como a uma melhoria sólida na hidrologia, o que reduziu as premissas de necessidade de energia térmica para os próximos anos.

“Neste relatório, destacamos que a recente fraqueza da ação abre uma janela de oportunidade única para uma das melhores alocadoras de capital de nossa cobertura. Seguimos otimistas quanto às chances da Eneva contratar Parnaíba I e III no próximo leilão de capacidade de reserva, dado o seu baixo custo operacional, o que a coloca numa posição posição competitiva única”, avaliam os analistas.

As recentes interações com a EPE [Empresa de Pesquisa Energética] e outros entes do governo nos deixaram confiantes de que o Brasil precisa contratar mais capacidade e que um leilão acontecerá no próximo ano, embora haja pouca visibilidade sobre o volume que poderá ser contratado e os termos do leilão.

Além disso, a empresa tem encontrado formas de rentabilizar as suas reservas de gás e para criar valor no negócio de comercialização de energia, apontam os analistas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.