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A menos de dois meses para o término de 2023, a Gol (GOLL4) recebeu apenas uma das 15 aeronaves que estavam previstas para serem entregues este ano. O atraso na chegada das novas unidades, todas do modelo 737 Max-8, obrigou a companhia a rever suas projeções de frota, que atualmente conta com 108 aviões em operação – 7 a menos do que possuía no terceiro trimestre de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19.
“Estamos correndo para conseguir alternativas em relação aos atrasos que estamos enfrentando”, afirmou Celso Ferrer, CEO da Gol, em teleconferência sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre de 2023.
Junto com o balanço, a empresa informou esperar que o ano termine com uma frota operacional entre 110 e 114 aeronaves (contra estimativa anterior entre 114 e 118).
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O CEO afirma que a Gol está próxima da fornecedora, a Boeing, para que outras quatro novas unidades sejam entregues ainda este ano. Há chances que as outras 10 cheguem na primeira metade de 2024. “É provável que a gente comece a receber em um ritmo bem intenso”, disse Ferrer.
Segundo ele, os aviões pendentes de entrega já foram produzidos. A maioria já passou pelas últimas revisões e esperam apenas um checkin adicional para serem enviados a Gol.
O cronograma de entregas também é importante para que a empresa planeje a devolução de aeronaves. Quatro unidades foram entregues de volta aos “lessores” este ano e há chances de que outras três sejam devolvidas até o final do quarto trimestre, de acordo com o executivo.
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Hoje, segundo Ferrer, são cerca de 20 aviões nesta situação. Essas aeronaves também podem voltar à operação, em caso de novos atrasos no cronograma de entregas. “Tomamos decisão avião por avião”, explica a CEO.
Tanto as devoluções quanto a permanência de aeronaves inoperantes na frota elevam os custos da companhia. E os atrasos na entrega de novos aviões dificultam o aumento de capacidade da Gol, que, de acordo com Ferrer, “será retomado com disciplina de custos”.
A taxa média de ocupação prevista pela companhia em 2023 subiu de 81% para 82%.
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Enquanto novas aeronaves não chegam, a Gol se apoia em alavancar alternativas. Uma delas, é o aumento de quantidade de horas voada por avião, como forma de aumentar a oferta de assentos. Hoje, o tempo de voo das aeronaves é de 11,3 horas, abaixo da média de 12 horas, de antes da pandemia.
A outra alternativa, é ampliar as linhas de manutenção, para que os aviões retornem à operação mais rápido.
“Esse é um cenário que coloca pressão em um cenário de custos muito altos”, disse Ferrer, citando dólar a R$ 5 e o preço dos combustíveis, que voltaram a oscilar em patamares elevados. De acordo com o executivo, a Gol não quer aumentar tarifas, mas sim ser uma empresa mais eficiente, trazendo mais aeronaves.
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Os resultados da Gol no 3T23
A Gol reportou prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre de 2023, montante 16% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
Na base recorrente, o prejuízo foi de R$ 286,7 milhões no 2T23, uma redução de 58,6% frente ao prejuízo de R$ 584,6 milhões de um ano antes.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente totalizou R$ 1,250 bilhão no 3T23, um crescimento de 79,8% em relação ao 3T22.
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A receita líquida somou R$ 4,665 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 16,4% na comparação com igual etapa de 2022.
Junto com o balanço, a Gol cortou sua projeção de lucro por ação de R$ 0,30 para zero em 2023.
Para faturamento, a empresa prevê receita líquida de aproximadamente R$ 19 bilhões em 2023 contra projeção anterior de R$ 19,3 bilhões.
A companhia aérea também reduziu sua expectativa de margem Ebitda de 25% para cerca de 24% neste ano.
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