Gol (GOLL4): ações caem 5% após Citi rebaixar recomendação para venda por endividamento acima do esperado

Mesmo com operacional dentro do esperado, estrutura de capital é vista com cautela e motivou a mudança de recomendação pelo banco

Camille Bocanegra

Boeing 737 MAX da companhia aérea Gol se prepara para pousar no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: REUTERS/Diego Vara)

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Mesmo com crescimento operacional mais baixo em 2023 considerado como positivo, o Citi rebaixou as ações da Gol (GOLL4) negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) de neutra para venda e “alto risco”.

Os analistas do banco ainda cortaram o preço-alvo de US$ 3,30 para US$ 3,00 para os ADR (recibo de ações da companhia negociadas nas bolsas americanas), ou uma queda de 22% ante o fechamento dos ativos na véspera.

As ações da companhia na B3 fecharam em baixa de 5,16%, a R$ 9,01, na sessão desta quarta-feira (29), também em um dia de ganhos para o petróleo (o que pressiona os custos da aérea).

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Em seu relatório mais recente sobre a companhia aérea, os analistas do banco consideraram que o endividamento da empresa está acima do esperado.

“Como resultado, o valor patrimonial da empresa parece ainda mais comprimido após a diluição completa, em comparação com o que tínhamos previsto. Como um aumento de cerca de 53% no curto prazo no preço da ação parece estar relacionado a um movimento de short squeeze e não a um rebote movido por fundamentos, o Citi fez uma mudança tática para rebaixar a Gol para uma classificação de Venda/Alto Risco, pois os riscos para os acionistas minoritários permanecem elevados”, considera o relatório.

Com a análise das informações financeiras apresentadas sobre terceiro trimestre de 2023, o banco entende que a estrutura das operações envolvendo dívidas conversíveis indica uma alavancagem acima das expectativas do Citi.

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O relatório afirma que a iniciativa, feita em setembro, de transformação de senior secured notes em notas conversíveis foi apresentada sem maior detalhamento sobre as condições da conversão. Assim, a consideração da dívida da companhia após a finalização das conversões ficou 26% maior do que estimado anteriormente pelo Citi.

O ajuste impacta diretamente no múltiplo considerado sobre a relação entre valor da companhia (EV, na sigla em inglês) sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês). O múltiplo foi revisto anteriormente considerando maior retorno por passageiro para 2024 projetado pelo Citi.

“No lado dos custos, desenvolvimentos positivos nas taxas de câmbio e a tendência de queda nos preços do petróleo representam uma dupla vantagem para as companhias aéreas brasileiras, incluindo a Gol. Embora esses fatores contribuam para um aumento de 9% no Ebitda estimado para 2024 pelo Citi para a companhia aérea brasileira, o valor patrimonial da Gol parece ser fortemente impactado pela análise final da dívida líquida pós-conversão da empresa”, explica.

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