Gol e Oi afundam 7% e renovam mínimas; small cap dispara 18% após balanço

Confira a atualização dos principais destaques de ações do pregão desta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a sua quarta queda consecutiva, invertendo uma tentativa de respiro registrada pela manhã, puxado principalmente pelo setor bancário, um dos grandes responsáveis pelo movimento negativo do índice nos últimos dias, em razão das notícias sobre aumento da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Outros papéis de peso do índice, como Petrobras e Vale, também recuaram hoje.

O pregão sofreu influencia ainda da temporada de balanços, que tem seu fim oficial nesta sexta-feira. Entre as empresas que reportaram seus números entre a noite de ontem e esta manhã, as ações da Gol e JBS apareceram entre as maiores quedas do índice, enquanto Lojas Americanas e Sabesp subiram forte. 

Destaque ainda para as ações da Oi, que caíram forte pelo segundo dia após balanço, enquanto os papéis da Kroton recuaram depois de disparada por dois pregões seguidos, refletindo bom balanço no segundo trimestre. Os papéis da Gol e Oi renovaram hoje suas mínimas históricas na Bolsa. Confira abaixo os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 10,35, -2,17%; PETR4, R$ 9,30, -2,21%)
As ações da Petrobras tiveram queda hoje, seguindo o preço do petróleo no mercado internacional. O petróleo Brent, negociado em Londres e usado como referência pela estatal, caía 0,83%, a US$ 48,81 o barril. 

Além disso, a companhia disse que terá impacto negativo de R$ 2 bilhões no resultado do 3° trimestre, líquido de impostos, como reflexo da decisão de incluir débitos tributários no Programa de Parcelamento Especial (Refis). Os débitos são relativos ao não recolhimento de Imposto de Renda sobre remessas à subsidiária Petrobras International Finance Company para pagar operações de importação de petróleo e derivados, referentes aos períodos de 1999 a 2002, 2004, 2005 e 2007 a 2012.

Vale (VALE3, R$ 18,20, -1,52%; VALE5, R$ 14,34, -1,92%)
As ações da Vale registraram queda nesta sessão, seguindo o desempenho dos preços do minério de ferro. A cotação da commodity no porto de Quingdao caiu 0,49% hoje, fechando a US$ 56,74 a tonelada. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,30, -3,02%), holding que detém participação na mineradora.  

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Ainda no radar da companhia, o desembargador Souza Prudente, do Tribunal de Regional Federal (TRF) da 1ª Região, determinou que a mineradora Vale suspenda atividades de mineração em mina de níquel de Onça Puma, no Pará, até que a companhia comprove que medidas compensatórias para aldeias indígenas tenham sido tomadas. Segundo a decisão em caráter liminar a pedido do Ministério Público, publicada nesta sexta-feira, a Vale deve depositar em juízo R$ 1 milhão para cada aldeia indígena atingida até implementação de medidas compensatórias. Procurada, a Vale não comentou imediatamente a informação.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,65, +4,40%)
A varejista Lojas Americanas encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 17,3 milhões, queda de 57,3% sobre igual período de 2014. A empresa apresentou geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado de R$ 490,2 milhões, avanço de 19% contra o intervalo de abril a junho do ano passado.

Analistas ressaltaram que os números operacionais vieram melhores do que o esperado pelo mercado, apesar do lucro líquido ter sido penalizado por resultados fracos da B2W e aumento da taxa de juros. Após o balanço o BTG Pactual reiterou compra do papel, dada a capacidade da varejista em apresentar bons resultados, mesmo com o cenário macroeconômico pior, em função da qualidade dos negócios/gestores, aliada a forte plano de expansão com baixo risco. 

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B2W (BTOW3, R$ 15,27, -1,23%)
A B2W Digital, que reúne as marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, registrou um prejuízo líquido de R$ 82,3 milhões no segundo trimestre de 2015, contra R$ 64,5 milhões do mesmo trimestre do ano passado. Já a receita líquida ficou em R$ 1,889 bilhão, ante R$ 1,648 bilhão em igual período do ano anterior, uma alta de 14,6%. Destaque para a queda das receitas operacionais da empresa, que foram para R$ 303,5 milhões, uma redução de 11,6%. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio forte, com crescimento da receita e manutenção das margens, com as vendas brutas crescendo 16% na comparação anual (quando o mercado esperava por avanço de 4,5%). Os analistas comentaram que seguem neutros no papel, monitorando o crescimento do marketplace na expectativa se a companhia conseguirá atingir um equilíbrio no fluxo de caixa, o que os deixaria mais positivos com o papel.  

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,65, -0,47%)
A BM&FBovespa reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 318,0 milhões, uma alta de 27,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre abril e junho, o volume médio diário negociado no segmento BM&F atingiu 2,9 milhões de contratos, alta de 28,2% sobre o mesmo período de 2014. No segmento Bovespa, o volume médio diário negociado (ADTV) cresceu 5,7% na comparação anual devido ao aumento no “turnover velocity”, enquanto as margens ficaram estáveis. 

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Gol (GOLL4, R$ 5,01, -7,39%)
As ações da Gol afundaram na Bolsa e renovaram sua mínima histórica, após balanço do segundo trimestre. Para o BTG Pactual, os números vieram piores do que o esperado, pressionados por um real mais fraco impactando o custo e dívida da empresa. 

A Gol mostrou prejuízo líquido de R$ 354,9 milhões no segundo trimestre, ampliando o resultado negativo de R$ 145 milhões obtido do mesmo período do ano passado. A empresa apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) de R$ 90,7 milhões no período, queda de 75,8% na comparação anual.

Além do resultado, a companhiacortou seu guidance na oferta doméstica do segundo semestre e para o acumulado do ano, citando uma piora no quadro econômico. Para 2015, a companhia projeta uma contração de 1% na oferta doméstica, contra estimativa de crescimento nulo dada em março. No final de julho, durante teleconferência sobre dados operacionais, a companhia havia reiterado esse guidance do ano, projetando queda de 1,6% na oferta do segundo semestre. A companhia, agora, espera um recuo entre 2% a 4% na oferta da segunda metade do ano.

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JBS (JBSS3, R$ 15,07, -3,95%
Apesar da melhora na parte operacional, o resultado negativo com derivativos para proteção (hedge) cambial derrubou o lucro líquido da produtora de carnes JBS no segundo trimestre. No período, a empresa viu seu lucro líquido cair 68,5% na comparação com um ano antes, para R$ 80,1 milhões. A companhia teve uma perda de cerca de R$ 2 bilhões com derivativos. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 3,6 bilhões de reais, avanço de 47% na mesma base de comparação, enquanto a receita líquida cresceu 34,3%, para R$ 38,905 bilhões. 

Analistas do BTG Pactual ressaltaram que o lucro líquido da empresa veio bem abaixo do esperado, embora o lado operacional da companhia continue sólido, com espaço para melhorias no segmento de carnes no Brasil, enquanto a divisão de porcos continua performando bem. O banco informou que segue com recomendação de compra para ação e preço-alvo de R$ 21,00. 

Juntamente com o balanço, a companhia aprovou um programa de recompra de ações de até 116,1 milhões de ações em circulação no mercado pelo período de um ano. 

CPFL Energia (CPFE3, R$ 16,99, -4,28%)
A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 124,18 milhões no segundo trimestre deste ano, ante lucro líquido de R$ 164,634 milhões obtido um ano antes, baixa de 24,6%. O lucro é o atribuído aos acionistas controladores, base para distribuição de dividendos.

Segundo o BTG Pactual, o resultado da companhia foi fraco, com destaque para performance muito fraca em distribuição, com volumes e parte operacional piores. Os analistas comentaram, no entanto, que na parte de geração o resultado foi forte, compensando, em parte, piora na distribuição.  

Qualicorp (QUAL3, R$ 19,50, -2,50%)
A companhia reportou lucro líquido de R$ 70,8 milhões no segundo trimestre, salto sobre os R$ 24,4 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. O resultado foi beneficiado pela venda da Potencial por R$ 45,7 milhões.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi bom, com o Ebitda acima do esperado. Para analistas, a performance do papel (de queda de 30% no acumulado anual), pressionado pelos riscos regulatórios, mudança na diretoria e notícias envolvendo o controlador, abre espaço para compra. A opinião vai em linha com a recomendação do Credit Suisse de ontem, que elevou o papel para outperform (desempenho acima da média), apontando que no atual patamar a ação parece atrativa.  

Educacionais
Depois de disparar 13% em dois dias após resultado, as ações da Kroton (KROT3, R$ 9,78, -1,21%) caíram na Bolsa nesta sessão, assim como o restante do setor que subiu no embalo da companhia nos últimos dias. 

Destaque hoje para a Ser Educacional (SEER3, R$ 11,00, -4,01%), que reportou seu balanço do segundo trimestre ontem à noite. O lucro da companhia foi 8,7% menor no segundo trimestre de 2015, chegando a R$ 49,0 milhões, depois de ficar em R$ 53,7 milhões no mesmo trimestre do ano passado. A receita líquida da companhia ficou em R$ 273,1 milhões no segundo trimestre deste ano, ante R$ 175,6 milhões um ano antes, uma alta de 56%.

O BTG Pactual comentou que o resultado da companhia foi poluído por efeitos não-recorrentes e que, depois de ajustado, ficou em linha com o esperado. A empresa passou R$ 8,3 milhões de reversão de receita referente aos 4,7 mil alunos do Fies (programa de financiamento estudantil) que não conseguiram o contrato depois que o sistema fechou. Ajustado por isso e por mais R$ 7,6 milhões de não-recorrentes (principalmente por custos de integração de UNAMA/UnG, o Ebitda atingiu R$ 83 milhões, 1,5% abaixo do esperado. 

Oi (OIBR4, R$ 3,33, -8,26%) 
As ações da Oi caíram pelo segundo dia e renovaram mínima histórica na Bolsa depois de balanço do segundo trimestre.  
A operadora de telecomunicações teve lucro líquido de R$ 671 milhões no segundo trimestre, recuperando-se de um prejuízo de R$ 217 milhões no segundo trimestre do ano passado. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,899 bilhão, alta de 5,4% na mesma base de comparação.

Para o Credit Suisse, os números vieram abaixo do esperado, com Ebitda no Brasil alcançando R$ 1,816 bilhão, alta de 11% na comparação anual, mas abaixo 4% do projetado, mostrando uma compressão de margem no trimestre apesar dos esforços em redução de custos. Segundos os analistas, a receita veio fraca, com destaque negativo para piora em serviços móveis (que caiu 3,6% no trimestre quando comparado com 2014). Eles comentaram que o resultado é negativo pois a tendência de piora da margem pode gerar dúvidas quanto ao potencial das medidas de corte de custos que estão sendo implementadas pela diretoria e diminui sensivelmente as chances da empresa entregar resultados acima do guidance no ano, o que parecia possível no primeiro trimestre e que seria necessário para começar a reduzir a dívida líquida da empresa.

Sabesp (SBSP3, R$ 15,75, +1,81%)
A companhia t
eve lucro líquido de R$ 337,3 milhões, aumento de R$ 34,9 milhões ou 11,5% ante os R$ 302,4 milhões de 2014. A receita líquida da companhia foi de R$ 2,8 bilhões, ante R$ 2,7 bilhões de 2014, aumento de R$ 68,8 milhões ou 2,5%. O Ebitda ajustado foi R$ 33,4 milhões (7,6%) maior neste trimestre, R$ 472,5 milhões contra R$ 4391 milhões do ano passado. A margem Ebitda ajustada teve crescimento de 2,8p.p., de 24% para 26,8%.

BR Insurance (BRIN3, R$ 0,86, +17,81%)
A small cap BR Insurance disparou nesta sessão depois de ter renovado mínima histórica na Bolsa na véspera. A companhia divulgou balanço do segundo trimestre, mostrando prejuízo líquido de R$ 1 milhão no segundo trimestre, ante lucro líquido de R$ 17 milhões obtido no mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia foi de R$ 49,8 milhões no período, contra R$ 58,4 milhões em 2014, configurando uma queda de 14,7% na comparação anual.    

Marfrig (MRFG3, R$ 6,26, +2,62%)
A Marfrig teve sua recomendação elevada de neutra para compra pelo BTG Pactual, com revisão para cima também no preço-alvo, que passou de R$ 6,00 para R$ 8,50 por ação. A recomendação ocorre dois dias após a companhia ter reportado seu balanço do segundo trimestre, que foi bem recebido pelo mercado.

A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 6,148 milhões, ante resultado negativo de R$ 55,1 milhões em igual período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, totalizou R$ 465,7 milhões de abril a junho, avanço de 68,3% na comparação anual. Analistas destacaram o forte resultado operacional da companhia, beneficiada pelo câmbio e melhorias operacionais, o que permitiu a empresa reduzir sua alavancagem de 6,2 vezes para 4,2 vezes o Dívida Líquida/Ebitda.

JHSF (JHSF3, R$ 1,83, +4,57%)
A JHSF viu seu lucro crescer 25,4% na comparação trimestral com o ano passado, de R$ 13,4 milhões para R$ 16,8 milhões. A receita líquida cresceu 26,9% ao ir de R$ 142,9 milhões para R$ 181,3 milhões.

O Ebitda foi de R$ 70,6 milhões, 32,8% maior que os R$ 53,1 milhões de 2014. A margem Ebitda (receita/Ebitda) foi 41,2%, 16,4 pontos percentuais maior que os meses de abril a junho de 2014, que alcançou 24,8%.

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